Friday, September 26, 2008

Onde a gente se meteu

Quem é que gosta de corretores imobiliários? Poucos. Coitados deles, afinal existem exceções como em qualquer outra generalização. Mas os corretores têm uma fama ruim, bem ruim, e vamos combinar que muitos deles merecem. Sabemos que eles vivem do que vendem mas, outros tipos de vendedores também e não são tão chatos. Bom, alguns são. Mas enfim, os corretores fazem algumas pessoas quererem atravessar a rua para não encontrá-los, e eu e Ricardo fomos contra todo o preconceito ontem e nos enfiamos numa feira de imóveis cheia, lotada, de corretores. E ainda pagamos por isso. Pois é, o desepero faz cada coisa.
Nessa procura maluca de um lar, descobrimos que ia ter no Anhembi essa feira, a SISP - Salão Imobilário de SP. É cansativo, mas pelo menos está todo mundo lá, reunido num só lugar, e dá pra facilitar um pouco o trabalho desgastante que é ir de construtora em construtora, corretora em corretora, ciscando grãos em cada canto de SP.

Uma coisa me assustou. Já tive que organizar stand em feiras antes e sei que é um gasto alto para o expositor, não só com o espaço mas também com a produção do stand em si. Pois nessa feira os stands eram de altíssimo nível, dava pra ver que as empresas tinham feito um grande investimento. Bacana. Mas na hora de ser atendida, ah, que lástima. Corretores absolutamente despreparados, perdidos, sem material de apoio, sem saber o que tinha de imóvel disponível para venda. A gente lá, querendo comprar, e eles lá, sem saber o que oferecer. Tinha corretor que não sabia metragem dos apartamentos. Outro não sabia onde era o bairro. Um terceiro, coitado, não sabia mexer no computador - mas o stand era todo online, cada corretor tinha um espaço conectado à central de onde deveriam fazer as pesquisas, ao invés de ficar folheando aquela papelada. Fiquei pensando, qual é o problema que existe dentro das empresas que as faz ter esse enorme gap de comunicação interna: stands lindos e pessoal tão despreparado. Fiquei pensando também em quantas vendas eles não perderam por isso. E quanto dinheiro não estão desperdiçando com o não aproveitamento dos recursos investidos na feira.

Eu saí de lá com a impressão de ter chegado perto do que queria achar, mas por pouco, não achei nada. Com um feeling de que meu apartamento perfeito podia estar lá, escondido em algum folder na pasta de um corretor que não fez a lição de casa antes de ir pra feira.

Mas duas coisas fizeram valer o passeio, e vou contar sobre elas. A primeira foi um stand do Governo do Estado de São Paulo - Secretaria da Habitação - apresentando o novo projeto de habitação popular do CDHU. Uma casinha bonitinha - confesso que eu ficaria bem feliz com uma delas se não fosse o lugar onde são construídas - com 2 quartos, toda adaptada (consequentemente ampla) para deficientes fisicos, com detalhes como barras e interruptores em alturas mais adequadas e chã0 especial, entre outros. Legal saber que o governo está tirando projetos como esse do papel.

A outra foi o stand da Escosfera Empreendimentos Sustentáveis. O espaço em si não era tão bacana e coerente quanto o do Banco Real (que estava lá oferecendo crédito), todo de material reciclado. Mas foi um bom começo. Mostrava todos os itens de sustentabilidade que seus empreendiments têm como diferencial, coisas como energia solar para áreas comuns, sistemas de economia de energia, reutilização de água da chuva. Nenhuma super novidade. Mas pelo menos alguém começou a fazer. Dêem uma olhada no site deles, vale a pena. É bom saber que esse tipo de coisa está começando a acontecer por aqui, mesmo que seja de forma tímida. Ah, e o stand estava lotado :-)
http://www.ecolifeindependencia.com.br/home/

Tuesday, September 23, 2008

Eu voltei

E eu... voltei. Aqui estou, há dez dias que parecem 24 horas às vezes, três meses outras vezes, nesta cidade maluca chamada São Paulo.

A primeira impressão foi aquela que eu temia. Um horizonte cinzento, mar de prédios dos quais não se consegue ver o topo através do ar seco, escuro e denso de poluição.

A segunda impressão foi melhor; a primeira vez que fui num mercado (um chique no Morumbi, comprar flores pra levar de presente) e a moça da minha frente estava recusando as mil sacolinhas plásticas que o empacotador insistia em usar para colocar poucos itens. Fiquei feliz. Toda orgulhosa, quando chegou minha vez, sorri e disse "pra mim não precisa de sacolinha também não, moço". Muita ingenuidade minha achar que estou conseguindo fazer algo com este exemplo?

A terceira impressão foi ótima. Choveu, limpou o ar. Eu, que temia o calor e rezava por um inverno fora de época e prolongado que se estendesse até dezembro, fui ouvida - pelo menos por enquanto. Melhor não falar muito. Há pelo menos uma semana faz um friozinho quase europeu em São Paulo.

A minha falta de rotina também ajuda a não ver o famoso trânsito, então desse mal eu ainda não sofri.

A cidade está mais bonita. Pra quem está aqui pode não ter feito muita diferença, afinal a velocidade é baixa e a quantidade de mudanças necessárias é enorme. Mas mudou. Eu, que fiquei sem olhar São Paulo como a "cidade onde eu moro" por 1 ano e meio, e agora voltei a enxergar, achei-a muito melhor. Mais bem-cuidada, mais vaidosa. As praças estão arrumadas os ipês estão em flor (ok, isso é culpa unicamente da primavera que sim, existe por aqui também). Não existem mais os horrendos outdoors. Aliás, ei, vocês que ainda criticam esse projeto. Vocês realmente se lembram como eram os outdoors? Aquelas estruturas precárias de madeira, uma atrás da outra, subindo e descendo as laterais das avenidas, tentando esconder o lixo que se acumulava por trás? Pois é, lembrem-se disso. Não é possível não gostar do que foi feito.

Novos parques foram abertos.

Impressão minha, talvez, mas as pessoas estão menos neuróticas. Outro dia tinha um rapaz todo contente, desligado, vidrão aberto no meio do trânsito, sorrindo.
Ou fui eu que fantasiei um Brasil muito pior do que realmente era?

O fato é que, estou aqui. Voltei e tenho tido motivos pra me orgulhar. E isso é bom.
A procura de casa está caótica, mas vamos deixar só boas coisas para este post e deixar o que não é tão bom assim pra outra ocasião.
Aproveito pra dar uma dica que ilustra bem o que ando vendo de bom por aqui: o blog http://www.oguiaverde.com/, da jornalista Priscilla Santos. Eu aqui pensando em fazer um blog sobre o que fosse encontrando de bacana, verde & sustentável em São Paulo, demorei muito, a Priscilla já fez. Ela trabalha na revista Vida Simples, que eu adoro, e fez uma matéria que incluiu o nosso "Família vende tudo" online, o blog que fiz pra vender nossas coisinhas quando resolvemos ir embora de Londres. A matéria pode ser lida aqui: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/071/mente_aberta/conteudo_305412.shtml.

Fora os amigos e a família. A gente repete tanto isso quando está fora, que "sente falta dos amigos e da família" que vira clichê e fica batido. Mas é tão verdade. O que seria da vida sem eles?

Saturday, August 30, 2008

E hoje à noite...

... vou realizar um de meus sonhos musicais.

Vejam onde eu e o bebê-baladeiro estamos indo: http://www.rfu.com/microsites/twickenham/index.cfm?StoryID=19173

:-)

Um absurdo chamado Brasil

Sexta-feira, 10 horas da manhã em Londres, 6 horas da manhã no Brasil. Meu primeiro dia de "férias" da Embaixada. Tomei café, esperei o marido sair e sentei em frente ao computador para, pela primeira vez com calma, vasculhar todos os sites de notícias possíveis para fazer notas pro Bluebus.
Comecei pelos ingleses. BBC, Telegraph, Financial Times, The Economist. Em todos eles, uma mesma novidade que me chamou a atenção como sempre chama quando se trata do Brasil: uma descoberta de cientistas brasileiros e americanos na Amazônia. Encrustados no meio do que se achava ser floresta virgem, eles encontraram vestígios de uma civilização moderna, urbana, complexa e desenvolvida, comparada nas reportagens às antigas cidades Romanas e Gregas.
Então fui procurar a notícia nos veículos brasileiros.
Nada.
Apesar de incrédula, resolvi escrever a nota pro Bluebus focando na notícia - afinal isso era o mais importante - e me segurar pra não colocar nenhum comentário maldoso sobre a mídia brasileira. Deixei pra colocar a revolta aqui.
Como é que pode? Uma notícia dessa relevância, que prova que tínhamos uma civilização, sim, e tão desenvolvida quanto as que estudamos na escola, e só falam disso fora do Brasil?
Até agora não dá pra acreditar.
Qual é o problema dos veículos de comunicação brasileiros?
Enquanto isso, na home page de um dos principais sites nacionais, uma chamada enorme, no local mais nobre da página, sobre as mulheres-frutas. A maçã, a melão, e por aí continuava. E todas com cara de travesti.
Qual é o problema do Brasil?

Friday, August 29, 2008

Quero uma mala mágica

Daquelas que você coloca tudo e o espaço nunca acaba, tipo a da Mary Poppins.

Alguém já viu alguma dessas pra vender por aí?

Tuesday, August 26, 2008

Sem ciúmes, please!

Gente, gente. Comecei a escrever pra outro site.
Estou escrevendo tanta coisa legal, mas que pena que não posso copiar nada aqui. Não fiquem com ciúmes. Daqui a pouco eu volto, é só um período de adaptação, de 2 empregos de uma vez (em dois fuso-horários), junto com mudança, bebê, compras, aluguel de apto, venda de tralhas, enfim, tudo aquilo que vocês já sabem.

Tá tudo muito bem, os dias estão passando rápido, a volta está chegando. Só tem uma coisa estranha: ainda não parei pra pensar que faltam 15 dias pra ir embora daqui. Sem saber quando volto. Estranho. Será que estou fugindo dessa encrenca?

Voltando ao assunto, o site que me roubou, entrem lá, leiam, brinquem de adivinhar quais são as minhas notas: http://www.bluebus.com.br/

:-)

Daqui a pouco eu volto.

Friday, August 22, 2008

Chegou a hora de nos despedirmos... das coisas

Quando resolvemos anunciar nossas coisas para vender, parecia se tratar de uma grande brincadeira, uma esperança de levantar verba, mas não muito real.
Aí começamos a receber e-mails de pessoas interessadas em comprar as coisas, e ficamos empolgados com o sucesso dos anúncios, mas e-mails são virtuais, são distantes. E-mail não dói.

Mas aí começamos a marcar com as pessoas de elas virem retirar as coisas, e elas realmente vieram. Quando uma atrasava, a gente, lá no fundo, ficava contente, aliviado, não ia ter que entregar nossas preciosidades pra esses aproveitadores. Mas então a campainha tocava, elas entravam, olhavam pras nossas coisas como se olha pra objetos sem história nas prateleiras de uma loja. Entregavam o dinheiro, pegavam o objeto e saíam, levando consigo um pouquinho da nossa vida aqui em Londres.

Agora o espelho com o qual, toda manhã, eu tentava enxergar minha barriga crescendo, agora faz parte de um outro banheiro.
E as caixas de som, a primeira compra que fizemos aqui em Londres, que tocaram tanta música, que embalaram tantos momentos, tantos amigos, vão animar outras festas.

Por um lado, é muito bom ver que nossas coisas serão reaproveitadas, que as suas vidas recomeçarão em outros lares ao invés de terminar abandonadas por aí. É claro que com isso renovamos a energia do nosso espaço, abrimos espaço para coisas novas, damos boas-vindas ao que está por vir.

Mas que é estranho, isso é.

Sunday, August 17, 2008

Como as ações promocionais deveriam ser

Me chamou a atenção, logo que começou a ser veiculado, um comercial do Sainsbury's com o Jamie Oliver intitulado "Feed you family for a fiver". A idéia era uma versão mais elaborada da já bem conhecida ação promocional em que a rede de varejo contrata um conhecido chef que, usando os ingredientes disponíveis nas lojas da rede, elabora receitas apetitosas.

A diferença - que fez toda a diferença - desta ação, é que todas as receitas foram elaboradas para servir 4-5 pessoas (a família, em média) e cujos preços dos ingredientes não ultrapassassem os 5 pounds. Por isso o nome, que traduzindo, seria algo como "alimente sua família por 5 paus".
Eu achei genial, porque a ação atende à razão de ser de qualquer ação promocional, que é 1) aumentar as vendas e 2) aumentar o fluxo de consumidores nas lojas, mas também oferece benefícios reais ao cliente, que são 1) variar os pratos servidos nas casas, usando novas e criativas receitas, o que faz bem pro astral da casa e também para a saúde e 2) fazer isso gastanto muito, muito pouco. Em outras palavras, economizando e desperdiçando menos comida, pois os ingredientes estão sempre disponíveis naquelas quantidades, sem ter que comprar pacotes muito maiores e deixar um monte de sobras na geladeira.

Todas as receitas elaboradas foram devidamente impressas em folhetos e colocados à disposição nas lojas. E, pra completar, um fichário feito sob medida está sendo vendido por 0,49p para ajudar a organizar os folhetinhos na cozinha. Eu, claro, já estou colecionando os meus.

E hoje, domingão, sem nem uma cebola disponível na geladeira, do que eu me lembrei? Da campanha do Sainsbury's. E lá vou eu escolher uma das receitas e comprar os ingredientes para um almoção bem gostoso por menos de 5 pounds.

A campanha funciona ou não funciona?

(Confira aqui: http://www.sainsburys.co.uk/family/tasty+ideas/feed_family_for_a_fiver/watch_jamie/feed_your_family_watch_jamie.htm)

Thursday, August 14, 2008

Jogo do contente

Este ano, pra mim, as estações serão assim: inverno, primavera, verão, primavera, verão.

:-)

Wednesday, August 13, 2008

E o assunto me persegue!

"Beber perto de casa reduz risco de acidentes - pegue essa ideia"

A Stella Artois acredita que os pubs desempenham um papel fundamental na vida dos ingleses, sobretudo dos londrinos. Todos acabam tendo o seu pub favorito, seja pela cerveja, seja pela atmosfera e os amigos que encontram lá. E nao estamos falando de pubs grandes, conhecidos. Mas sim daqueles que ficam na vizinhança e sao frequentados cotidianamente.

Partindo desta premissa, a marca de cerveja da InBev criou e está promovendo uma competiçao em que as pessoas votam no seu pub favorito através do site http://www.loveyourlocal.co.uk. O ator britânico Jason Flemyng é o garoto propaganda da empreitada. O vencedor será conhecido no fim de agosto. Vai ganhar uma plaquinha, 8,5 milhoes de libras para aprimoramento e um grande reconhecimento.

Achei a iniciativa inspiradora. Fazer com que as comunidades demonstrem o amor aos bares de bairro (vizinhos às suas residências) é também algo que promove o beber com responsabilidade. Quem bebe perto de casa volta a pé e nao causa acidentes. Uma boa pedida para o Brasil nos tempos de hoje.

(Artigo publicado no Bluebus em 13/08/08, por Paula Rizzo)

Tuesday, August 12, 2008

Assunto bom e gente inocente, a gente não pode deixar morrer!

E a lei seca? Ninguém mais falou nada. Já foi cancelada? Tá todo mundo feliz, bebendo como queria, tomando seus porres merecidos, batendo o carro quando quiser?
Ou uma turminha rara de políticos firmes e corajosos está conseguindo fazer o povo se acalmar e escolher entre beber ou dirigir? (ainda não entendi o que é tão complexo nessa decisão.)

Na verdade voltei ao assunto porque o Antonio Prata colocou no site dele, pela segunda vez, um texto com suas observações sobre o assunto, e o texto é tão bom que eu aproveitei a deixa pra reproduzir aqui, como queria ter feito da primeira vez, as minhas partes preferidas.

Quem sabe assim quem ainda está em dúvida, aceita finalmente não beber ou pegar um táxi pra casa pelo nobre motivo de salvar algumas vidas.

"Estou realmente admirado que a minha turma do bar esteja se unindo em torno de duas causas tão nobres: bombons e cáries. Claro. Afinal, exigir o direito de dirigir bêbado ninguém tem coragem. Ou tem?"

"Então preferíamos, em vez de nos apegarmos ao texto da lei, nos focar em seu princípio – não sei se por nossa grande capacidade de abstração ou se simplesmente por preguiça –: “pode beber, mas não muito”. Ou seja, pegávamos o limite de dois chopes ou uma taça, adicionávamos o chorinho que acreditávamos caber a cada um de nós e lá se iam 30 mil vidas, a cada ano. Agora, não tem mais chorinho nem vela. Bebeu um chope, adeus carro. Que país é esse, minha gente?!"

"Uma associação de bares e restaurantes está ameaçando entrar com ação na justiça, para garantir o direito inalienável de seus clientes atropelarem pedestres e chocarem-se contra Kombis escolares na contra-mão. Maravilha. A Kopenhagen e a Johsons, quem sabe, também vão fazer a mesma coisa.Enquanto isso não acontece, no entanto, sugiro outra alteração na 11.705, para que ela não seja assim tão contrária à nossa natureza, à nossa cultura: cadeia diferenciada, dependendo da bebida que tiver sido ingerida pelo motorista."

"A que quantidade de álcool permitida, no entanto é um detalhe ínfimo, diante da boa notícia de que, finalmente, beber e dirigir vai se tornar um crime de verdade e que milhares de vidas serão poupadas. (Milhares, aqui, não é força de expressão. São mais de trinta mil mortos por ano, no trânsito. Boa parte dos acidentes, causados por motoristas bêbados).Acho estranho tanto fervor na defesa de um chopinho e uma tacinha. E na vidinha, não vai nada?"

Sunday, August 10, 2008

Faça o que eu digo, não o que eu faço

Ok, fora de contexto total, mas levando em conta que o tema central deste blog vai ficar pra trás quando eu levantar vôo daqui a um mês, bom, então eu já me sinto mais livre pra falar de outros assuntos. Principalmente deste pequeno assunto, tão pequeno mas tão importante, que cresce a um ritmo frenético aqui dentro do meu agora barrigão.

Vejam só a lista que encontrei hoje. Meu comentário sobre ela: ha ha ha.

"Twenty things you should do before you try to get pregnant

Fuel up on folic acid
Just say no to partying
Give that cup of joe the heave-ho
Get your weight in check
Stock your fridge with healthy foods
Create and follow an exercise program
See your dentist
Get in touch with your medical roots
Schedule a preconception visit
Figure out when you ovulate
Call your health insurance company
Make an appointment with a financial adviser
Get in touch with your mental health
Avoid infections
Eliminate environmental dangers
Think your decision through
Tell a friend
Buy something sexy
Toss your birth control
Take a (safe) ride on the wild side"

Bom, ao menos vocês não vão poder dizer que não foram avisados.

:P

Friday, August 08, 2008

São Paulo X Londres, por outro ponto de vista

A comparação entre essas duas cidades é o tema mais óbvio deste blog. Tão óbvio que não dá pra eu ignorar uma matéria, publicada numa revista brasileira, escrita por um inglês, com o título "Separadas no nascimento". Hein? Eu tinha que tentar entender. Não concordo, mas, digamos, a teoria tem seu valor. E me deixou com uma pontinha de orgulho por mostrar o lado bonito e otimista da história, que é bem o que eu estava precisando a um mês de chegar de volta a essa cidade maluca que é São Paulo :-)

"Separadas no nascimento

Um jornalista britânico diz por que Sampa e Londres são tão iguais e tão diferentes

Tive uma linda visão de São Paulo, noite dessas, do alto de uma favelinha do Jaguaré. Eram 10 da noite, mas a Marginal Pinheiros ainda fremia com as luzes dos carros e os arranha-céus brilhavam como num filme de ficção científica. Jorge, o menino que me mostrou o lugar, disse-me que os pores-do-sol eram ainda mais legais. Todos falam que São Paulo é feia. Mas à noite, atravessando a nova Ponte Estaiada ou a Avenida Paulista, o que se vê é um lugar de beleza futurística.
Na Europa, São Paulo é vista como uma cidade que conta, um lugar supercool. Os paulistanos parecem não concordar. Estão ocupados demais a seus volantes em mais um congestionamento a caminho da próxima reunião (ou vice-versa), ou à terapia. São Paulo é sempre mais cool quando procura não sê-lo. O hotel Maksoud Plaza possui mais personalidade - e alma - que o Unique. O restaurante Tako, na Liberdade, serve melhor comida que o Spot com todas as suas celebridades. A atmosfera relaxada, totalmente isenta de afetação do Bar do Giba, em Moema, ou do Genésio, na Vila Madalena, é onde São Paulo melhor se mostra.
E Londres? É a cidade mais cosmopolita da Terra. São Paulo é um pouco japonesa, mas Londres não se identifica apenas com sua gigantesca comunidade indiana como também com a polonesa. Com a grega. Com a brasileira. O Carnaval de Notting Hill, todo agosto, é o maior festival das Índias Ocidentais do mundo. Na feira da Ridley Road, em Dalston, podem-se comprar produtos da Turquia, de Bangladesh e de vários países da África.
Londres tem um metrô que vai a qualquer lugar e motoristas de táxi que sabem onde ficam os destinos dos passageiros. E - perdão - londrinos têm infinitamente mais estilo que os paulistanos. Seja no Mercado de Spitalfields, nas pequenas e loucas butiques de Brick Lane, seja nas barganhas das lojas Primark ou Top Shop, da Oxford Street, as roupas de Londres são mais bem desenhadas, cortadas, costuradas - e mais baratas. Uma marca como a Osklen, digamos, pode apenas competir no atendimento das lojas - que é sempre melhor no Brasil.
São Paulo tem melhores restaurantes. Londres, mais variedade e ótimos tailandeses, japoneses e indianos. E ninguém come mais fish & chips, embora o Upper St. Fish Shop, em Islington, os faça bem. Londres é também uma cidade onde pedestres são mais que aquilo que às vezes passa na frente do seu carro. São Paulo tem seu Ibirapuera (e nele os museus MAM e a Oca), mas em Londres pode-se andar na margem do Tamisa por horas, passar pela Tate Modern, pelo Museu do Design e pela Ponte do Milênio sem sair da mesma via. Londres não é tão segura como se diz - houve cerca de 50 esfaqueamentos fatais neste ano, por exemplo. Mas é bem mais tranqüila que São Paulo. Londrinos, temos excelentes maneiras: se você ligar para um, ele ligará de volta; se você marcar um encontro ele não chegará uma hora mais tarde.
Mas os paulistanos são positivos. Trabalham duro e sabem como aproveitar a vida. Comem em horas civilizadas e não se preocupam com o horário em que voltarão para o trabalho ou para casa.
Londres, apesar de tão cosmopolita, às vezes dá a sensação de perder tempo querendo ter mais de tudo que já tem. Como se ignorássemos a frase do diário de Samuel Pepys: "Quando alguém está cansado de Londres, está cansado de viver".
São Paulo é uma cidade muito dinâmica num país que muda bem mais rápido do que percebemos. Como se vê na incrivelmente vibrante Rua Santa Ifigênia e suas lojas de faça-você-mesmo-o-seu-PC. Até as favelinhas têm internet agora."



*Dom Phillips, inglês, 43 anos, trocou Londres por São Paulo, mas ainda não sabe chegar a seus compromissos uma hora após o horário marcado. Escreve para a revista Heat e para o jornal The Times.
Por: Dom Phillips Foto: J. L. Stephan (esq.)/divulgação (dir.)Matéria publicada na Revista Viagem e Turismo

Wednesday, August 06, 2008

O que levo de Londres comigo

Oh vida, oh céus. Como não estou achando suficiente estar nervosa com a gravidez, a mudança (de casa, de país, de vida, de tudo), a ansiedade por uma segurança financeira, a mudança (esqueci de citar as malas), a carência, as saudades, etc etc etc, resolvi também escolher este momento pra refletir sobre o que quero fazer da minha vida. Afinal de contas, já que é pra surtar, que seja de verdade. Certo?

Pois então.

Foi só quando cheguei em Londres, um ano e meio atrás, que levei o choque do Marketing verde e comecei a entender as suas dimensões. Aliás, eu nem gosto de chamar de Marketing verde porque pra mim, vai muito além disso. A parte ambiental desse movimento todo é só uma pequena partezinha de uma coisa muito maior, que não tem nome, mas que eu chamaria de "Marketing do bem". Nem sempre as campanhas que me transmitem essa mensagem estão focadas na preservação do meio ambiente - muitas vezes são apelos sociais diversos ou apenas novas formas, mais gentis e respeitosas, de se falar com o consumidor. Faz tempo que eu tenho percebido esse novo "tom", muito sutil, nas campanhas por aqui: um tom de respeito, um tom de quem fala com alguém de igual pra igual. Exemplo disso era uma campanha da Virgin Media que chamou a minha atenção e a de meus colegas de curso, que explicava timtim por timtim como funcionava a conexão de fibra óptica e porque ela era melhor. O anúncio só tinha texto, era relativamente técnico, e ficou marcado na minha memória como um dos melhores que já vi.

É claro que nenhuma dessas campanhas está livre de interesses, afinal ninguém gasta dinheiro apenas para ser gentil (pelo menos não as instituições lucrativas). Mas sim, continuo vendo isso como uma onda "do bem" pois, interesses à parte, todo mundo sai ganhando. Não há problema em haver interesses se ambos os lados estão sendo beneficiados, e se a campanha é honesta. Essa onda me despertou um otimismo em relação à publicidade e marketing que eu nunca havia sentido, uma nova forma de enxergar esse mercado do qual por acaso eu participo, mas desta vez uma forma empolgante, honesta, verdadeira, uma razão de ser maior para se dedicar de corpo e alma a um trabalho e não apenas pra ganhar dinheiro e ir dormir com dor na consciência por estar dando mais dinheiro pra quem já tem e não fazendo nada de bom pra ninguém. É, eu sofri bastante desse mal de consciência no meu passado profissional.

Além disso, acredito que mesmo havendo interesses financeiros por trás de campanhas "boazinhas", muitas vezes os lucros não estão diretamente envolvidos. Mas isso não anula, de forma alguma, o retorno positivo e futuro em termos de imagem e aprovação do consumidor. Afinal, isso é inteligência. É ir muito além do próprio umbigo, é aprender de uma vez por todas que o interesse coletivo faz o ambiente como um todo muito melhor e volta para o indíviduo, mas de forma muito mais gratificante - e permanente. Como explicar a campanha do Transport for London (a empresa responsável pela administração do transporte público em Londres), que espalhou cartazes dentro dos ônibus, nos pontos e nos metrôs incentivando as pessoas a usar mais a bicicleta, a caminhar, a descer 1 ou 2 pontos (ou estações) antes e terminar o trajeto a pé? Porque eles fariam isso? Suícidio? Não. Empatia com o público. A gente vê os cartazes e pensa "que caras legais". Mas tem outra coisa: as pessoas já perceberam que não existe crescimento de receita eterna, poço sem fundo. Existe um ponto de equilíbrio, um tamanho certo para cada empresa, na qual elas chegam e a partir de então, mudam o foco para manter-se do mesmo tamanho porém cada vez mais excelentes em seus serviços ou produtos, mais sustentável, mais em sintonia com o mercado e tendências e comportamento do consumidor. Mas por que parar de crescer? Porque o mundo não suporta mais todo mundo querendo ser mais rico, melhor, maior. As coisas só vão chegar perto do ideal quando ficar cada um no seu lugar e respeitando os limites, crescemndo em qualidade e não mais em tamanho.

Depois de me recuperar dessa surpresa toda, de ter encontrado uma filosofia "do bem" tão desenvolvida por aqui, de ter encontrado, enfim, uma forma de trabalhar na área que escolhi respeitando meus princípios, achei que finalmente poderia ser feliz no meu trabalho. Mas e aí? Cadê as empresas que pensam assim? Como é que eu encontro os meus iguais? Continuo esbarrando o tempo todo com gente que acha que produto reciclável, orgânico ou biodegradável é "frescura". Continuo esbarrando com gente que se refere ao próprio público consumidor com desprezo e ar de superioridade. Continuo vendo, aos montes, gente que só quer saber de receber seu salário e ir pra casa no final do dia, como se o que faz nas 8 horas de trabalho fosse algo completamente sem importância. Procurei cursos especializados em MKT verde, procurei cursos especializados em MKT social, procurei cursos especializados em MKT do bem. Mas não tem.

Eu tive um diretor uma vez que dizia que deveríamos colocar, nas lojas do nosso cliente (que oferecia "serviços financeiros" - empréstimos - pra classe C e D), um consultor ajudando as pessoas e verificando se elas precisavam mesmo de empréstimos ou se não era só uma questão de reorganizar o orçamento. Ninguém deu importância pra essa idéia que, na minha opinião, se tivesse sido colocada em prática quando foi lançada teria transformado a empresa em revolucionária e líder absoluta, sem contar o grau de fidelidade que agora teriam seus consumidores.

Eu quero vender carro dizendo pras pessoas caminharem mais. Eu quero vender TV falando que nada susbstitui o pôr do sol ao vivo. Eu quero ser gentil com meus consumidores, que eles tenham razões verdadeiras para confiar em mim. Mas, como em todo o começo de revolução, estou perdida à procura dos meus companheiros, sem saber por onde começar.

Tuesday, August 05, 2008

Sobre o post abaixo

Isso porque a gente já mandou 4 malas pro Brasil através das nossas recentes - e pobrezinhas - visitas, que foram descaradamente exploradas por nós, os maníacos da mudança.

O desafio da semana

Como fazer para colocar, em quatro malas (duas pra cada um), os itens abaixo:

- Um quadro grande, de 100 x 80cm
- 2 quadrinhos pequenos, porém com vidro
- 1 tubo daqueles que lojinhas de museu usam pra embalar pôsteres que você compra e nunca enquadra
- Todas as suas roupas
- Todas as roupas do seu marido
- Todos os sapatos, seus e do marido
- Todos os livros
- Todas as pastas de arquivos de documentos que você organizou e colocou em ordem alfabética com tanto carinho
- Todos os itens de banheiro que, obviamente, você não quer jogar fora (as mulheres vão me entender... imaginem 1 ano e meio de creminhos importados sendo colecionados)
- 2 edredons de plumas de casal bem, mas bem, fofinhos
- 4 travesseiros igualmente grandes e fofinhos
- 2 jogos de cama
- Muitas toalhas
- Alguns itens de cozinha (aqueles que você ama e custam uma fortuna comprar de novo no Brasil... além do quê, ocupam pouco espaço mesmo)
- Laptop e HD externo
- 1 carrinho de bebê
- 1 berço portátil de bebê
- Outras coisas de bebê que ainda nem sabemos que existem, mas que vamos acabar comprando porque, afinal, vale muuuuito a pena.

Quem conseguir resolver este desafio, ganha um presente de Londres. A gente deixa até escolher. Desde que caiba na mala de mão.

Sunday, August 03, 2008

Cantar e cantar

Já que o assunto é música, e que o Rodolfo bem lembrou de Sam Sparro, outro cantor que anda aparecendo nas paradas por aqui, resolvi prolongar a sessão dicas musicais mais um pouquinho e terminar o fim de semana com muita música e alto astral.

Com vcs, "Black and Gold" de Sam Sparro e "Chasing Pavements" de Adele - este último clip especialmente bacana com um jogo de sombras fenomenal.



Saturday, August 02, 2008

Música para os ouvidos

Nada melhor pra quebrar o silêncio de um blog do que música.

Enquanto o branco não passa, enquanto as malas são feitas, enquanto planos são executados e armários são esvaziados - é que estas estão sendo nossas atividades do fim de semana - deixo vocês com um pedacinho gostoso do que temos escutado nesta tarde de sábado com clips dos top 40 rolando na TV.



Esta música até podia entrar na lista das "músicas fofas e felizes" dos comerciais da Apple. Mas não é. Será que eu estrago a graça se eu disser que é do desodorante Rexona? Ops, falei.

Friday, July 25, 2008

Alguém explica?

Sexta-feira de manhã e eu, gripada, levantei cedo para esperar minha amiga que está chegando em Londres vindo da Alemanha.

Nada de bom na TV, o livro não empolga, resolvo ler as notícias na internet. São sempre os mesmos que eu olho pra ter uma idéia geral do que está acontecendo pelo Brasil: Uol, Terra, Estadão.

Já tinha lido todas as chamadas mais importantes mas nada da amiga chegar, e então eu vejo uma chamada no Terra TV sobre Paris. Interessante. Mas assim que eu cliquei na chamada, fui direcionada para uma tela vermelha com a seguinte mensagem, em três línguas: "Conteúdo restrito - você está fora do Brasil e por isso não tem acesso a esse conteúdo".

???

Poxa, não é porque eu estou em outro país que sou leitora menos imporante do site. Estou me sentindo como se fosse uma traidora da nação, uma exilada, sem direito às notícias do Brasil (o fato de que eu estava tentando ver um vídeo sobre Paris é apenas um detalhe).

É como se algum leitor de alguma revista tentasse fazer uma assinatura para recebê-la fora do território nacional e escutasse como resposta "não, você está fora do Brasil e não têm mais direito a ler esta revista".

Será que existe algum impedimento técnico ou é só falta de consideração com os leitores distantes mesmo?

Tuesday, July 22, 2008

Haja coragem

É aqui que estou


(foto tirada ontem do estacionamento do Sainsburys em Londres. Esse supermercado está no centro da cidade - e eram umas 10 da noite quando a foto foi tirada.)


E é pra lá que eu vou


(foto tirada ontem em São Paulo)

Monday, July 21, 2008

Isso é incrível

Acabei de voltar do supermercado.

Lembrei de uma coisa que eu estou pra escrever aqui há tempos.

O meu supermercado dá pontos se eu levo as minhas sacolas para reutilizar. Mas o mais interessante é que as sacolas são do concorrente, e eu ganho pontos assim mesmo.

Só um P.S.

... Muito triste ver nossas coisinhas à venda!!!!

:-S

Família vende tudo

Numa cópia descarada da Paula e do Felipe, que se mudam daqui a pouco da Califórnia para NY e estão vendendo seus partences, resolvemos fazer um blog para anunciar nossas preciosidades também.
Não é porque estamos vendendo não, mas é uma idéia brilhante: a gente não precisa perder um monte de dinheiro só porque está mudando, as pessoas que estão chegando podem mobiliar suas casas gastando muito menos e, principalmente, tudo se reaproveita.

Se alguém aí estiver de mudança pra Londres ou conhecer gente em Londres pra quem possa espalhar o blog, aqui está: Moving Sale London.

O mesmo vale pra Califórnia, lá já tem o link pro moving sale deles. E se você estiver mudando e vendendo as suas coisas... faz um blog que a gente linka!

Wednesday, July 16, 2008

Único pedido

Papai do céu,
Por favor, por favor, por favor, faça com que o frio que está fazendo no Brasil continue até dezembro. Não. Até janeiro.
Liberte-me da tortura de morrer de calor aos nove meses de gravidez.
Eu sei que pedi muito pelo calor.
Mas é que agora não quero mais usar regata.
Obrigada.

Tuesday, July 15, 2008

Balanço

O que quero levar pro Brasil de qualquer jeito:

- Minha casa.
- Meu bairro.
- Os ônibus de 2 andares.
- O corredor de chocolates do Sainsburys.
- Todos os supermercadinhos fofos de orgânicos.
- Todas as lojas de cosméticos, e também as seções de cosméticos das lojinhas fofas.
- A Selfridge's inteira.
- As calçadas pra eu caminhar, os ônibus e metrôs pra eu não precisar de carro, os parques pra eu continuar vendo o céu.
- A Gap. Mas se não der pra levá-la inteira, eu fico feliz só com a seção de grávidas.
- Os musicais.
- O rio, ah, o rio. Com suas águas limpas, pontes centenárias... ah, o rio.
- Os preços das passagens aéreas pro resto da europa.
- O trem pra Paris.


O que eu mal posso esperar pra ter de volta:

- Minha família, ai que saudade.
- Meus amigos, ai que saudade.
- A comidinha de casa, o bolinho de arroz da Ví, as frutas, hummmm as frutas.
- O que me faz lembrar das mangas de Guaecá. Ai meu Deus.
- Guaecá.
- Praia.
- Sol (o de verdade, que esquenta e bronzeia).
- Andar descalça na grama.
- Andar de havaianas na cidade (sem sentir frio nos dedinhos do pé).
- Cinema. Por algum motivo obscuro a gente não vai quase nunca aqui e ia todo fim de semana no Brasil.
- Férias. É, pela primeira vez na vida terei looongas férias remuneradas. E viva a licença-maternidade européia!
- Online banking brasileiro. Apesar do nome gringo, é infinitamente mais evolúido na terrinha.
- Cabelereiro. Manicure. Pedicure. Massagem.
- Churrasco + sambão. (Dá pra acreditar, vindo de uma semi-vegetariana fã de rock?)
- O céu azul, apesar de os prédios de São Paulo não deixarem a gente ver direito.
- Comer fora.
- Gibi da turma da Mônica.

Update - COMO FOI que eu fui me esquecer disso???:

- Restaurante japonês bom e acessível.
- Palmito!!! (thanks, Marys!)
- O BÓRIS!!!!

Começou a despedida

SIM, eu sou dramática. E como boa dramática, começou a choradeira. Faltam menos de dois meses para irmos pro Brasil. E desta vez, pra ficar, sem Londres esperando a gente quando as férias acabarem.

Eu sei, eu sei. Quantas vezes repeti que nada superava o Brasil, com seu sol, seu clima e suas pessoas. E continuo achando isso. Mas é que é difícil se despedir de uma cidade linda, na qual passamos 1 ano e meio com um balanço bastante positivo. Bom, o fato de ser verão por aqui também ajuda a doer um pouquinho mais (se fosse inverno eu já teria adiantado a passagem).

Saber que estou indo embora está me dando uma visão diferente de tudo. Aliás, engraçado pensar nas tantas formas com que já enxerguei esta cidade.

Ontem foi uma noite especial. Nosso primeiro aniversário de casamento e fizemos um programa delicioso e bem londrino. Antes de me encontrar no final da tarde, o Ricardo passou no Whole Foods Market - um supermercado só de orgânicos - e comprou dois sanduichões e duas sobremesas. Colocou na sacola térmica, seguiu viagem pelo ônibus que circunda o Hyde Park e desceu aqui na Park Lane pra me encontrar na Embaixada.
Fomos juntos pro parque, alugamos duas espreguiçadeiras, abrimos nossos sanduíches e jantamos com os pés descalços na grama, o maior solzão das 7 da noite e circundados por famílias, grupos de amigos e solitários em geral que tiveram a mesma idéia.

Terminado o jantar, lá vamos nós pro metrô - algumas estações e já estávamos em Piccadilly, com suas hordas de turistas, seus teatros, sua vida que não pára. A peça a que fomos assistir vocês já sabem, está no post anterior.
Saindo do teatro, ainda fomos tomar um sorvete na Leicester Square. Pra quem não conhece, essa é a praça do cinema de Londres, com as mãos dos famosos estampadas nas calçadas e onde acontecem as premiéres dos principais filmes. Por que é que eu só fui descobrir que essa praça fica lotada de gente até mesmo às segundas-feiras tarde da noite? Teria me salvado de muitos fins de tarde tediosos.
Acho que de tão turístico, o programa me fez ter uma sensação de aproveitar a cidade como se eu estivesse de férias, sem compromisso, sem problemas. Curtindo Londres de uma forma diferente.
Tá aí. Acho que fingir umas férias no meio da rotina, mesmo que na cidade onde vivemos, dá um gostinho mais doce na vida.

Entramos no ônibus pra voltar pra casa, o ônibus preferido, o 23. Ele saiu de Piccadilly, passou pela Regent Street com suas construções imponentes. Lembro que a primeira vez que fiz esse caminho fiquei impressionada por essa rua iluminada à noite, suas lojas chiques, suas fachadas centenárias. Depois Oxford Street, o cantinho do Marble Arch que virou meu cantinho tão conhecido, por onde passo um monte de vezes todos os dias, a esquina mais conhecida de Londres pra mim. O Hyde Park, a Edgware Road forrada de mesas nas calçadas, mulheres de burka e letreiros indecifráveis.
E então Notting Hill, com suas casinhas chiques, seus jardins, seu clima de bairro tranquilo e descontraído...

Isso tudo já faz tanta parte de mim que vai ser muito estranho pegar o avião pra não voltar mais a fazer esse caminho.
Acho que um dia vou voltar pra Londres, pegar o 23 e chegar em Ladbroke Grove só pra relembrar. São essas lembranças, e não a do Big Ben, que vão ficar.

Mas enquanto isso, enquanto ainda estou aqui, vou sair pra almoçar, passar pelo cantinho do Marble Arch, pegar meu sanduíche e quem sabe comer no Hyde Park, sem pensar no que vou perder e nem no que me espera, apenas no que acontece agora. Usar toda essa emoção para o presente, não pensar em passado nem futuro. A vida é agora, agora ainda é Londres, e o Brasil será muito bem-vindo quando chegar de novo na minha vida.
Mas pode esperar mais um pouquinho.

Monday, July 14, 2008

MAMMA MIA!

Tá aí um exemplo de peça montada em cima de músicas que deu certo. Depois do fracasso de "We will rock you" (com músicas do Queen), Mamma Mia, com trilha sonora 100% Abba, foi um sucesso.

Pra quem quer assistir a um musical leve, engraçadinho e com altíssimo astral, é perfeito. Era exatamente o que eu queria. Pensamentos demais na cabeça, eu só queria relaxar e levantar o astral. E que astral, como o Abba tem música boa!

Como os clipes originais deles são meio deprês e ver vídeo de musical sem estar no musical também é, dêem uma olhada no trailer do filme - pois é, o musical é tão bacana que adaptaram pro cinema. O filme está sendo lançado agora por aqui e já está fazendo o maior sucesso.



E pra completar o clima, escutem aí:

- Mamma Mia
- Chiquitita
- Dancing Queen
- Gimme! Gimme! Gimme!
- S.O.S.

Ou então, comprem o soundtrack completo da peça aqui.

Wednesday, July 09, 2008

O que andam falando por aqui...

... da mídia brasileira.

Engraçado como até aqui o assunto é discutido com clareza e sensatez, mas no Brasil as pessoas parecem continuar ignorando o que está acontecendo.

Um minuto de silêncio pela falta de liberdade de expressão.

(Texto abaixo retirado do blog do Guardian: http://blogs.guardian.co.uk/greenslade/2008/07/brazil_facing_twin_threat_to_m.html)

Brazil facing twin threat to media
July 9, 2008 12:27 PM

Brazil's media giant Organizacoes Globo may be on the verge of getting bigger still. According to an AP report, it is considering buying Group Estado, owner of the country's second-largest newspaper, Estado de S. Paulo.

Globo already controls the nation's largest TV network and a host of radio stations, magazines and newspapers including O Globo Extra and Diaro de S. Paulo.

But, aside from the possibility of greater concentration of ownership, the other problem facing the Brazilian media is a growing threat to freedom of expression. A São Paulo newspaper, Jornal da Tarde has been forbidden by a federal judge from publishing a report about an official investigation into alleged financial irregularities by a doctors' organisation. The reporter was still working on the story when the president of the doctors' institution applied to the court for an injunction.

The paper's editor-in-chief, Claudia Belfort, regards it as a form of judicial censorship, arguing that it is an unconstitutional decision. She and her lawyers are preparing an appeal.

Three weeks ago, another judge imposed a fine on the three of Brazil's leading media outlets - O Estado de São Paulo, Veja Magazine and Folha de São Paulo - because they published interviews with candidates in a forthcoming election.

The judge considered them to be advertisements, which are not allowed for a set period before an election. As a senior journalist remarked, the judge did not appear to know the difference between journalism and advertisement.

Some editors are arguing that the censorship of 40 years ago, when the country was under military dictatorship, is returning, not least due to a lack of judicial knowledge.

Tuesday, July 08, 2008

Agora somos três




Eu sei que estou devendo uma manifestação oficial sobre meu estado interessante.

Ensaiei esse texto tantas vezes mas nada me parecia suficiente para transmitir o tamanho e importância da novidade, a adrenalina, a felicidade, o medo, enfim, o furacão de emoções que se instalou por aqui.

Estou grávida. Tem uma mini-pessoinha crescendo dentro de mim e eu a conheci na semana passada. Ela é linda (é sim, não discutam, já deu pra ver) e agitadíssima. Ela, a pessoinha, ou ele, o bebê, porque ainda não sabemos nem saberemos tão cedo se teremos uma menina para eu encher de roupinhas fashion ou um menino pra fazer companhia pro pai nos jogos de futebol.

Estar grávida é uma loucura indescritível. Mas acho que hoje, falando com a minha amiga, eu consegui resumir bem o que está acontecendo.

Imaginem a pior das TPMs. Agora a elevem por 1.000.

Isso é estar grávida.

Já deve ser bem difícil em condições normais de temperatura e pressão. Mas juntem isso a uma mudança de país no meio da história toda, com visitas diversas - muito queridas, vejam bem - dormindo na sua sala por um mês (a culpa é da casa que não tem quarto extra, e não das pobres visitas que estão vindo alegrar nossa rotina), um trabalho (ok, um chefe) que te enlouquece e um marido estudante na pressão das provas e trabalhos finais e procurando emprego ao mesmo tempo.

Deu pra imaginar?

Mas é pior. É tudo isso sem poder beber e tendo repentinamente parado completamente de fumar.

E sem comida japonesa também.

:-S

Se vocês estão pensando "coitado do Ricardo", vocês estão certos. E se vocês estão pensando que eu estou detestando estar grávida, vocês estão muito errados. É difícil, e provavelmente está sendo mais difícil pra mim, a pessoa dramática, exagerada e intensa que vocês bem conhecem. Minha intenção não é apavorar ninguém, muito pelo contrário. Porque o mais maluco disso tudo é que, mesmo assim, tudo isso desaparece quando você vê a imagem do seu filho na tela do ultrassom, se mexendo, virando de costas, chupando o dedinho. Você fica absolutamente mudo e encantado diante desse milagre que é, de repente, estar criando uma nova vida. E se apaixona tanto que não se importa de passar por isso, e mais até, quantas vezes forem necessárias. Aw, que fofa que eu sou.




(Mas o parto, ah, o parto... isso sim está tirando o meu sono).

Monday, July 07, 2008

Sobre os ovos das galinhas soltas (ou os famosos free range eggs)



A primeira vez que eu ouvi falar disso, confesso que achei uma grande frescura. De fato, não deixa de ser uma preocupação-de-país-que-não-tem-nada-mais-grave-com-que-se-preocupar. Esse assunto inclusive já foi tema de post aqui (vide "A lavagem cerebral inglesa").
Mas como já dito, meia hora depois de programa, eu já estava convencidíssima de que sim, o mundo deveria parar de fabricar ovos de forma cruel, com galinhas amontoadas em gaiolas superlotadas sem poder ter direito ao mínimo de dignidade e alegria em suas vidinhas.
Eu não tenho o mesmo poder de persuasão e argumentação que os produtores desses programas certamente têm de sobra, mas eu garanto pra vocês que uma produção de ovos com galinhas livres, leves, soltas e felizes contribui sim para um mundo melhor. Não sei direito como, mas essa coisa de termos granjas menos industriais, gramados, tudo isso influencia de forma inconsciente a mentalidade das pessoas. As gerações futuras têm que saber o que é pisar descalço na grama, colher ovos de galinha, correr atrás de galo.

E uma das provas de que eu tenho razão e de que deve haver alguma explicação mais racional do que a minha para isso é essa: a Hellmann's acabou de anunciar que toda a sua produção de maionese no Reino Unido utiliza ovos free range, ou seja, de galinhas livres para (quase) voar.

Imaginem quantas galinhas essa atitude está salvando da crueldade. Viva as galinhas soltas!

Agora só falta a gente achar um jeito de os humanos viverem de forma free range também.

Monday, June 30, 2008

O porco do meu marido

Total, completa e absolutamente fora de contexto (aliás o primeiro porquinho já foi fora de contexo, o segundo então). Mas eu PRECISAVA colocar aqui o porquinho do Ricardo.



Ai se ele fizer bebês como desenha porquinhos...

Desabafo sobre o trânsito que me espera em SP

Por que, meu Deus, POR QUE, as pessoas reclamam tanto do trânsito de São Paulo, e ao mesmo tempo, não fazem absolutamente nada a respeito?!?!

Sabe aquele colega de trabalho que você tem, que vive reclamando, mas não sugere absolutamente nenhuma solução para o problema, e você o critica porque acha que ele é um completo inútil? Pois é. É assim que eu vejo o povo paulistano. Sério. Sem exceção, todo mundo com quem eu converso responde da mesma forma à minha pergunta sobre como anda São Paulo. "Não anda" é a resposta unânime. "Está um caos", "São Paulo parou". Mas e aí? O que todos continuam fazendo? Pegando seus carros e se enfiando no trânsito!!! É inacreditável. Repetindo o mesmo caminho todos os dias, por mais tortuoso e dolorido que seja, sem pensar em alternativas. Cadê o raciocínio e inteligência que deveriam ser particulares aos seres humanos?

Gente, bicicleta é uma coisa que pode ser bacana. Andar a pé também. Se o seu trabalho / escola é longe demais, arrume uma carona, acerte um rodízio com alguém. Todo mundo, sem exceção, pode fazer alguma coisa. Organizar rodízios com o pessoal do trabalho ou da escola, por exemplo, é fácil e não tem nem a desculpa de que pode ser perigoso (como no caso do site e-carona, que você se registra e acerta caronas com desconhecidos).
E ônibus e metrô, dependendo do roteiro e do horário, podem não ser tão ruins assim.
Eu sou preguiçosa. Não faço o tipo esportista. Mas eu prometo que quando estiver aí, vou procurar caronas e / ou caroneiros e de preferência, um trabalho perto de casa.

Outra coisa: as empresas podem muito bem começar uma cultura de priorizar contratações de pessoas que morem na região. Imaginem que lindo se todas fizessem isso. Nenhum carro na rua, muita gente andando na calçada. Lindo.

Por fim, sim, ter um sistema de transporte público eficiente ajudaria muito, ter metrô por São Paulo inteira seria um sonho. Mas ficar esperando isso acontecer e reclamando que não acontece é que não dá. O poder e a força da união das pessoas em uma comunidade fazem milagres. Que tal tentar?

Pronto, falei.

O meu porquinho

Esse veio do Coloca na Van. Desenhe um porquinho e descubra sua personalidade. Eu acho engraçado a gente procurar pessoas / testes na internet para que eles nos digam qual é a nossa personalidade, afinal nós deveríamos ser os primeiros a saber. Mas enfim. Achei meu porqunho bonitinho.



Teste aqui.

Tuesday, June 24, 2008

Globalização pouca é bobagem

Domingo de sol e calorzão de 15 graus.

Você resolve aproveitar o verãozão e ir pro parque mais próximo.

Você chega no parque, lotadaço, e começa a procurar uma vaguinha. Depois de muita paciência, encontra seu pedaço de grama ideal, sem bitucas de cigarro, sem penas de patos, sem cocôs de pombas etc.

Estica a toalha.

Olha pros lados pra analisar o território.

Pensa: "nossa, que bizarro mesmo que é este verão, tá todo mundo tomando sol de casaco!" ao perceber que o grupo logo ao seu lado está assim e do outro lado tem uma menina coberta por uma manta.

Você decide que aquilo pode dar post e tira umas fotos disfarçadamente.

Chega em casa, escreve o post, publica as fotos.

Alguns dias depois, sua tia que mora nos Estados Unidos entra no blog, vê o post e deixa um comentário dizendo que a menina da foto (do grupo de encasacados) é a sobrinha dela que está estudando em Londres.

:-P

Qual é a chance de isso acontecer?
Eu poderia ter ido em qualquer outro parque, sentado em qualquer outro lugar, poderia nem ter tirado a foto, poderia ter tirado foto de outro ângulo, ela ia aparecer de costas e ninguém ia saber. Mas não. Eu tirei foto exatamente da menina que é a sobrinha da minha tia (mas que não é minha prima, enfim, vocês entenderam), e justo da tia que entra no blog, já que de dezenas de tias poucas entram, um blog que nem é famoso nem nada e que deve ter uns 10 leitores de acordo com o último censo.

Que mundo é esse, meu Deus???

:-O

PS: Oi tia Teca! Que bom saber que você entra aqui no blog! Como você já deve ter percebido, não, eu não conheço a Juliana, foi uma (enorme, gigante, monstruosa) coincidência. Será que ela me autoriza a manter a foto aqui? Vamos tentar falar pelo Skype!

Monday, June 23, 2008

Felicidade

Quer me ver feliz?

1) Venha me visitar (enquanto é tempo)
2) Traga uma sacola com sonho de valsa, chumbinho, bis e palmito.

Foi o que as fofas da tia Marilia e da Luiza, leitoras e comentaristas deste blog que vos fala, fizeram. Aquela frase, de que a felicidade está nas coisas mais simples, nunca me pareceu tão verdadeira.

Jantei uma saladona com palmito - acreditem, foi um sonho - e de sobremesa, os chumbinhos. De virar a cabeça e abrir a caixa em cima da boca, sabem? Assim mesmo. E agora vou dormir feliz.

O problema é que as duas agora estão passeando em Londres e com isso eu perdi 30% dos comentários do blog.

Mas valeu a pena.

Friday, June 20, 2008

Ah, o verão inglês!

Verão na Inglaterra é assim. Abre um solzinho entre as nuvens, a temperatura ultrapassa os 15 graus e pronto - é uma coisa de louco. Não se vê mais a grama dos parques. Você pode passar na Park Lane, que marca uma das laterais do Hyde Park, e olhar o gramado lá dentro do parque, a qualquer hora que quiser: 10 da manhã, meio-dia, 3 da tarde, 8 da noite, e vai estar do mesmo jeito, coberto por uma multidão de ingleses sedentos por vida ao ar livre - sem se molhar - esse último representando a verdadeira raridade do momento.

Mas foi só recentemente que eu descobri que não se trata de fazer calor(zinho). Trata-se de um caso seríssimo e centenário de verão psicológico coletivo. Não importa realmente a temperatura. Importa que estamos no mês de junho. E mês de junho é verão. E ponto. Hora de ir por parque.

Aí você chega no parque, achando que vai ter o maior dia de sol da sua vida, depois de intermináveis meses de inverno, que agora sim você vai matar um pouco de saudades do clima tropical, que afinal a vida aqui não é tão má assim com exceção de 6 meses anuais de frio... escolhe a dedo seu pedacinho de grama, deita e... olha pro lado. E vê uma turma de amigos sentados conversando. Todos de casaco.



Aí você olha pro outro lado. E vê uma moça tomando sol coberta - até o nariz - por uma manta.



Aí você desiste.

Wednesday, June 18, 2008

O que estão falando por aí...

... de São Paulo. Matéria publicada no The Daily Telegraph em 17 de junho de 2008.



São Paulo: My kind of town
DJ Pete Tong

Why São Paulo?
São Paulo for me is the New York of South America. Flying in is one of the most precarious landings in the world – it seems as if you’re skimming the rooftops.
It’s a sprawling city, and from the air it looks more like Mexico City, with buildings as far as the eye can see. Like New York, it has an incredible buzz, but here it feels as if the inhabitants have cut themselves off from the rest of the world.

What do you miss most when you're away?
Definitely Maresias, a fantastic beach east of the city. It’s a 90-minute drive, but well worth it. It has a beautiful beach area and one of the most famous clubs in the world, The Sirrena. Eccentric resident DJ Carlo Dall’anese plays a mishmash of music. With amazing views of the sea and an exceptional sunset, it’s very much like Ibiza’s Space, but by the sea. Every top DJ has played there.

What's the first thing you do when you return?
Head straight to Crystal for coffee and cake. It’s a quaint little coffee shop in the heart of Jardins and serves exquisite cakes with custard and delicious coffee. Right in the fashion centre, it is brilliant for people-watching – and Brazil boasts some of the most beautiful people in the world.

Where's the best place to stay?
The Fasano Hotel (0055 11 3896 4000; www.fasano.com.br; doubles from around £250), for me, one of the best five-star boutique hotels in the world. The Fasano family have been hoteliers and restaurateurs for more than 100 years and they clearly know what they are doing. Designed by Isay Weinfeld and Marcio Kogan, the building is an audacious recreation of Thirties style – cool and understated. They even imported bricks from London to complete the hotel’s façade.
The Emiliano (3068 4399; www.emiliano.com.br; doubles from around £230) is the little brother hotel, and equally as impressive.

Where would you meet friends for a drink?
On the roof of the Unique Hotel (Ave Brigadeiro Luis Antonio, 4700, Jd Paulista; 3055 4700), which is where most of the international DJs stay when they play in the city. It has startling architecture and looks like a bat or a squashed letter N. For its part, the roof looks like a landing strip and boasts an unparalleled view of the city.

Where are your favourite places for lunch?
Go to Rodeio (Rua Haddock Lobo 1498; 3474 1333; www.churrascariarodeio.com.br) and try troseceroa, basically meat on skewers, but a very upmarket version. You cook it at little grills on the table. The restaurant has the feel of an old gentleman’s club. Having served the same menu for years, they have perfected every dish, and welcome a mix of families, wealthy guests and a young fashion crowd.

And for dinner?
I love Gero (Rua Haddock Lobo 1629; 3064 0005), a very cool and authentic Italian restaurant that could be straight out of Milan. It’s another great spot for people-watching, drinking wine and soaking up the atmosphere.

Where would you send a first-time visitor?
To the Bienal of Art (www.bienalsaopaulo.globo.com), an amazing presentation of modern art and a great place to lose yourself. With stunning parks and two spas it’s also a wonderful part of the city. This year’s Bienal begins on October 26.
What would you tell them to avoid?
The main advice I would give is don’t be ostentatious. It might sound obvious, but if you walk around dripping in gold you are asking for trouble.

Public transport or taxis?
Taxis – they’re cheap, and easier than buses.

Handbag or moneybelt?
Pockets are fine – but take the usual precautions you would in any big city.

What should I take home?
Nhá Benta chocolate marshmallow: the Latin version of marshmallow is huge in Brazil and delicious.

And if I've only time for one shop?
I love Osklen (Rua Oscar Freire 645; 3083 7977; www.osklen.com) which sells eco-friendly fashion; it’s not unlike Abercrombie and Fitch.

Wednesday, June 11, 2008

A carta que eu recebi hoje...

... da Polícia Metropolitana Londrina. Ah, como eu amo os ingleses nessas horas.



E aí eu penso na PM paulistana...

Monday, June 09, 2008

Do individual para o coletivo

Em 27 de março eu coloquei aqui no blog um link para uma crítica que eu escrevi sobre um texto do Marinho, colunista do Bluebus. O texto falava de uma forma bem elitista de uma promoção da Lacta de ovos de páscoa. Mas não importa. O mesmo Marinho publicou hoje um texto super interessante sobre tendências - e que tendências - descobertas por uma pesquisa da Mastercard. Segue mais ou menos a mesma linha do que eu fico falando aqui no blog, essa tendência "do bem", maior do que de cores, de marcas, de produtos, mas sim de um comportamento em geral das pessoas que vai em breve direcionar as campanhas de marketing, as criações de novos produtos, a organização das cidades e estrutura do planeta. O Marinho colocou isso como uma tendência de se passar a pensar e a agir coletivamente, e não mais individualmente. Talvez essa seja mesmo a raiz da coisa, a essência que eu estava procurando, pois dela surgem outras infinitas vertentes de atitudes positivas.

Aqui, o texto original, e abaixo, pros preguiçosos ;-)

"Marinho | Sociedade individualista começa a pensar no coletivo
11:19
A campanha 'Priceless', criada há 11 anos pela McCann de Nova Iorque, já faz parte da história da propaganda, em minha opiniao - leia aqui coluna anterior sobre o tema (23/4). O que nem todo mundo sabe é que para chegar às coisas que o dinheiro nao compra (para todas as outras existe MasterCard, lembra?) foi feita uma pesquisa interessantíssima, com o objetivo de descobrir o que realmente importa na vida das pessoas - os tais momentos que nao tem preço. Na 6a feira conversei com Cristina Paslar, diretora de marketing da MasterCard, que me contou os resultados da última onda dessa pesquisa, chamada 'What Matters' (O que importa). De acordo com a Cristina, o estudo apontou 3 tendências principais - a busca pelo aprendizado contínuo, a redefiniçao da idéia de futuro e a mudança do eixo do 'Eu' para o 'Nós'.

-A pesquisa mostrou que, como consequência das exigências do mundo atual, as pessoas incorporaram de vez a idéia de que o aprendizado tem data para começar (e começa cada vez mais cedo, muitas vezes a partir de 1 ano de idade) mas nao para acabar. A classe média e os brasileiros de baixa renda almejam alcançar a universidade ou proporcionar isso aos seus filhos, enquanto a elite coleciona MBAs e cursos de extensao, na tentativa de facilitar a trajetória profissional. Isso inclui também fontes de conhecimento informais, tais como viagens, exposiçoes e leituras. Uma vertente desse movimento compreende ainda a busca pelo autoconhecimento e o equilíbrio pessoal.

-Mas se o presente é marcado pela ferrenha competiçao por um lugar ao sol e pela compensaçao consumista proporcionada pelas marcas e produtos supérfluos, o passado continua sendo idealizado, numa oposiçao que explica o sucesso dos movimentos nostálgicos - pense na volta das bandas jurássicas, dos heróis das nossas velhas histórias em quadrinhos e de personagens como Rocky e Indiana Jones e você compreenderá melhor a abrangência da onda retrô. A novidade fica por conta da idéia de futuro que anda frequentando as cabeças dos passageiros dessa nave desgovernada chamada Terra. O consumo, que hoje define essa nossa sociedade do excesso, começa a ser questionado e conceitos como equilíbrio, sustentabilidade e responsabilidade social já encontram espaço em coraçoes e mentes brasileiras.

-De todas as tendências, porém, a que mais me interessou foi a migraçao do pensamento individual para o coletivo. Especialmente porque o que se vê por aí é justamente o contrário - fartas manifestaçoes de narcisismo, materialismo e individualismo, principalmente entre os jovens. A pesquisa detectou, entretanto, o início de esgotamento desse estilo de vida feérico e estressante que caracteriza a sociedade moderna. As pessoas estariam progressivamente percebendo que o sacrifício de permanecer conectados, atualizados e multi atarefados 24 horas por dia, 7 dias por semana, nao está trazendo os retornos esperados e se perguntam aonde isso tudo as estaria levando. Afinal, sem tempo para cuidar de si mesmo, esse pessoal sente que seus sonhos e ideais estariam em suspenso. Daí viria a disposiçao de olhar com mais atençao para a família, os amigos, o prédio, o bairro, o país e o planeta.

-Saí do encontro com a Cristina Paslar pensando - ver a sociedade finalmente descobrir que a felicidade pessoal nao pode ser completa se as pessoas em volta nao estiverem também felizes, isso sim nao tem preço.
Luiz Alberto Marinho"

Saturday, June 07, 2008

Minha quinta-feira...

...Foi tipicamente londrina. Ou seja, surreal.

Logo de manhã, recebemos pelo celular um sms avisando que a linha de metrô que passa aqui na esquina estava bloqueada entre algumas estações devido a "uma bomba da segunda guerra mundial não-explodida", que os policias estavam desativando. What?!?! Isso mesmo. Segue a mensagem original:

"Hammersmith & City line suspended between Whitechapel and Barking whilst an unexploded World War II bomb is made safe at Bromley By Bow at the request of the Police."

:-P

Até agora eu não consegui entender se se tratava de uma tentativa de atentado terrorista (por parte dos veteranos da guerra ou algo assim), ou o quê. Não achei nenhuma notícia sobre o assunto, então concluí que não deve ter sido grave e que eu podia dar risada da (no mínimo) bizarrice da mensagem.

Até que na hora do almoço, uma amiga liga de última hora e vou almoçar com ela num proper restaurant, o que é uma raridade já que quase sempre é sanduba no balcão. O restaurante, a algumas quadras da Embaixada, em Mayfair, fica numa esquina e é todo envidraçado. Eu sentei de frente pro vidro - ou seja, pra rua, e ela de frente pra mim, costas pra rua. Conversa vai, conversa vem, eu bato o olho num senhor peculiar, sentado no banco de trás de um carrão com motorista, vidro aberto, cara quase pra fora curtindo o solzinho, fumando seu cigarrinho, de bem com a vida.
Eu: "Val, olha só, aquele cara não é famoso?"
Ela (olhando pra trás): "Nossa Lu, é o cara dos Rolling Stones!"
O cara dos Rolling Stones vê a gente olhando. Abre um sorrisão. Começa a dar tchauzinho. Aponta pro céu (milagrosamente azul) e começa a fazer sinais de positivo, sorrindo, aponta pro céu de novo, sorri de novo, faz sinal de positivo de novo.
Ele estava muito feliz com o tempo bom. Eu entendo ele.
Nós duas, meio histéricas, começamos nos comunicar com ele por sinais desesperados, porém tentando calar a boca e não gritar - estávamos separadas da rua por uma parede de vidro e o resto do restaurante não precisava se alarmar.
Chega a comida.
Nós, agora profissionais na arte da linguagem de sinais, apontamos pros pratos e convidamos o cara dos Rolling Stones pra vir se sentar com a gente.
Ele, tão bom quanto na linguaguem dos sinais, diz que não, agradece, e nos chama pro carro dele. Tipo assim: "nananinanão, vocês é que vêm aqui comigo".
A gente vai.
Brincadeira.
O carro anda e ele continua dando tchauzinho, todo sorridente, até sumir na esquina.

Agora me digam. Qual é a chance de você estar almoçando, aparecer um cara dos Rolling Stones e te chamar pro carro dele?



Tá aí meu novo ídolo, o cara mais simpático que eu já vi: Ron Wood, guitarrista dos Rolling Stones.

Wednesday, June 04, 2008

Boa notícia

Todo dia eu recebo no meu email da Embaixada um clipping com as notícias que saem na mídia Britânica sobre o Brasil. Normalmente esse é o meu momento diário de tristeza e desânimo: a grande maioria das notícias é sobre violência, fulano que morreu baleado, ciclano que morreu assaltado, beltrano que morreu sequestrado. Ultimamente um outro assunto apareceu nas manchetes, e me incomodou ainda mais, por ser inédito e absurdo. A tal da lei que volta às práticas de desmatamento da Amazônia de décadas atrás, em pleno aquecimento global, no exato momento em que o mundo todo está voltado ao Brasil e à Amazônia. Ao invés de agarrar essa oportunidade para mostrar ao mundo que o país é capaz de cuidar do que é seu, fazem exatamente o contrário. Vergonha.

Mas hoje tinha uma notícia boa. Que me deu o maior orgulho mesmo não tenho ligação direta nenhuma com o fato. O Banco Real acaba de ser premiado pelo Financial Times como o banco mais sustentável do mundo em 2008. Além de ser o maior orgulho por si só, o prêmio também veio em boa hora, pra mostrar que o Brasil não é só um país irresponsável, cheio de gente burra e despreparada, e que tem sim gente bem-intencionada e competente fazendo alguma coisa.

Fui lá dar uma espiada no site do Real. Eu não sei direito o que eu estava esperando, mas com certeza era algo menos tangível do que encontrei. Não é que eles oferecem até oficinas sobre sustentabilidade, gratuitas, abertas ao público em geral? As oficinas começaram como treinamentos para funcionários e acabaram se tornando um serviço para a população. Tá aí uma ótima proposta pra quem queria começar a fazer alguma coisa sobre o assunto e não sabia por onde. Além das oficinas, o site oferece um monte de dicas, informações úteis, agenda com outros cursos de interesse geral e gratuitos em São Paulo além de oferecer outras palestras. Gostei.

Entrem lá: Banco Real

E parabéns! (Se algum funcionário do Real aparecer aqui no blog, e souber de alguma vaga aberta, lembre-se de mim ;-))

Wednesday, May 28, 2008

O movimento mundial pela gentileza

Sem desculpas. Sem explicações. Quanto mais a gente fala, mais a gente acentua o próprio defeito, certo? O meu é ficar dizendo que vou escrever. Quanto mais eu digo isso, menos eu escrevo. Mas eu tinha que ao menos tocar nesse assunto - o do sumiço -pelo menos mais esta vez, porque eu preciso, mais uma vez, citar a (segunda) bronca que a Paula me deu. É uma delícia levar bronca assim, de quem sente falta de você. Mas além de consideração pela minha leitora mais militante, estou dizendo tudo isso para introduzir o assunto principal deste post. Que não é o meu sumiço, mas sim um movimento interessantíssimo sobre o qual eu já tinha ouvido falar há um tempão - e ontem a Paula me fez lembrar dele, não com a bronca, mas com um gesto. O movimento mundial pela gentileza.

Sim, esse movimento existe. Eu li sobre ele há algum tempo na revista Vida Simples, e desde então de vez em quando me vejo em alguma situação que me faz lembrar dele, tão simples que quase confunde com um movimento bobo de quem não tem o que fazer. Ele é isso mesmo, e nada mais do que isso: um movimento de pessoas que acreditam que a gentileza é capaz de tranformar o mundo, e ele se resume em pessoas repassando essa mensagem, assim como eu estou repassando, aqui. E agindo de acordo, claro. É assim: você começa a prestar mais atenção nas suas atitudes, começa a ser gentil com as pessoas, de graça, mesmo. E pronto, já está fazendo parte do movimento. É mágico como as pessoas começam a responder com a mesma gentileza, e ficam tocadas. E assim começa um movimento altamente transmissível e absurdamente eficaz. Pra não ficar tão abstrato, tem até uma página dedicada a ele no site da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, aqui.

Mas o que a Paula tem a ver com isso? A Paula pode nem conhecer o movimento, mas sem saber já faz parte dele. Ontem chegou em casa um envelope endereçado aos "Loews na Europa". Dentro, bilhetinhos e um mini-envelopinho para cada um dos Loews que estarão por aqui e visitarão a gente no próximo mês, além da gente mesmo, é claro. A Paula estava lááá no Japão, e não só se lembrou de comprar lembrancinhas fofas pra cada um de nós, os primos-do-marido-dela, como se deu ao trabalho de fazer cartinhas fofas e mandar pra cá. Não se trata de gastar dinheiro comprando presentes pros outros. É o gesto de se lembrar, é o gesto de mandar, é o gesto de fazer tudo de um jeito mais fofo. Afinal, tudo na vida a gente pode fazer daquele jeito, que todo mundo faz, ou de um outro jeito, especial, com um toque de gentileza que não custa nada, mas tem o poder de transformar o mundo.

Thursday, May 01, 2008

O meu sumiço + o pote de molho

A bronquinha que levei da Paula hoje, com toda razão afinal como ela mesma disse só a própria já deixou 3 comentários no mesmo (e último) post aqui embaixo, finalmente me fez respirar fundo e encarar a tela branca de um novo post de novo.

Eu disse pra Paula que estava com branco, sem assunto, e isso somado à correria é fatal: preguiça é uma progressão geométrica, ela não soma, multiplica, e quando a gente vê tá há anos sem fazer alguma coisa. Não que eu não goste de escrever aqui. Eu adoro. Mas a coisa começou com uma sincera falta de tempo, que se transformou em comodismo quando o tempo voltou a estar disponível. É a velha história do "amanhã eu começo o regime". Amahã eu escrevo no blog. E o amanhã nunca chega. E a gente não percebe que aqueles diazinhos viraram semanas.

Enfim.

Também não é verdade a falta de assunto. A gente pode ter a impressão de que nada está acontecendo, mas está, a gente é que deixa de enxergar. E foi só eu responder pra Paula no msn que estava com branco que me lembrei da nota fiscal e da embalagem que o Ric colocou na minha bolsa de manhã.
Ontem fomos no Sainsburys, o nosso super supermercado. E pela primeira vez eu cheguei em casa e notei que um dos molhos que eu tinha comprado estava com a data vencida. Eu sempre presto atenção nas datas, porque ao congelar eu anoto a data da compra na embalagem (viram, sou uma dona de casa exemplar e cheia de dicas)- normalmente os congelados devem ser consumidos em até 1 mês de quando foram congelados, ou seja, da data de compra (tem que congelar no mesmo dia). Mas voltando, o tal molho vencia dia 29 de abril, e era dia 30. Um erro pequeno, não tão sério, mas aqui a gente fica com essa sede de justiça, esse senso apurado do que é correto e o que não é. E sabe que vai ser escutado se reclamar. Então, hoje de manhã, o Ric colocou o papel que embalava o potinho junto com a nota fiscal na minha bolsa pra eu poder ligar.

Liguei lá no telefone que estava na embalagem. Ótimo, era daqueles telefones "faz tudo": qualquer problema que você tiver é só discar o número correspondente, sem ter que ficar horas lidando com um menu eletrônico pra depois descobrir que o número para reclamações é outro que, claro, vai demorar mais horas para atenter porque, afinal, sabe que se trata de reclamação. Fui atendida em uns 2 segundos após discar o número. Que não era o número da reclamação, era o número pra falar com a atendente, aquele dos casos que não são citados no menu. Até levei um susto quando ela atendeu. Eu estava preparada pra ficar ouvindo musiquinha por um bom tempo.
A moça era uma simpatia. Me senti amiga dela na primeira frase. Ela perguntou meu nome e não é que, em seguida, soltou um "How can I help you, Luciana" pronunciando o "Luciana" direitinho, do jeito que eu falei, e não o "Lutiána" que os ingleses insistem em dizer apesar de eu não ser italiana e sim brasileira e eles saberem disso e eu ter pronunciado meu nome umas 10 vezes. Eu contei pra moça simpática que eu fui no supermercado ontem e quando cheguei em casa vi que um dos produtos estava vencido. "Oh I'm so sorry LUCIANA". Em poucos minutos informei meu endereço, nome, código de barras do produto. Ela acessou a central dela, confirmou o valor que eu tinha pago (£ 1.99) e pediu desculpas novamente porque não podia fazer reembolsos abaixo de £ 5 então se eu aceitaria receber um vale de £ 5 pra compras ao invés do reembolso de £ 1.99. Não, não me importo. E muito obrigada pelo atendimento. Eu tinha que agradecer. Não é toda hora que isso acontece com uma brasileira acostumada a ser desrespeitada, foi mais forte que eu.

Fiquei até triste quando desliguei, tava bom o papo.

Monday, April 14, 2008

45 dias em imagens


Tudo começou quando a reforma do banheiro, que duraria 4 dias, durou 20. Pelo menos conhecemos uma nova vizinhança e nos lembramos da sensação de estar nas alturas, quando ficamos na casa do senhorio (vulgo landlord) enquanto os pedreiros sumiam com nossos utensílios culinários e o responsável esquiava na Suíça.


Acampada na casa alheia, aconteceu o meu primeiro grande evento do ano, justo nas lendárias Casas do Parlamento Londrinas. E lá fui eu uma noite antes pegar vestido, meia calça e casaco no armário-trancado-pra-proteger-do-pó da reforma em casa, voltando pra casa temporária a pé carregando as tralhas pro evento do dia seguinte. Sem contar as bexigas e presentes do aniversário do Ric, que seria um dia depois do evento. Toda uma logística.


A reforma terminou just on time para começarmos a receber nossas visitas. Primeiro veio o James, depois de uma temporada de estudos em Florença. Dessa vez o tchau foi sério, e ele voltou pro Canadá pra ficar. E a saudade já tá dando umas pontadinhas no coração.


Em pleno caos ganhei ingressos para o amistoso Brasil x Suécia no estádio do Arsenal. Não só o jogo foi amistoso (até demais) como a torcida também. Legal ver com os próprios olhos que dá pra juntar 60.000 pessoas em um evento bem-organizado e bonito.


James sai, pais entram. E junto com eles a primavera mais fajuta da história. E nós vimos neve da janela do quarto, tingindo de branco os jardins e telhados.


E eu me emocionei, briguei, fiz as pazes, abracei, chorei de alegria e de saudade com meus amados e lindos pais aqui comigo.

Ufa.

Só pra finalizar

Com um pouquinho de atraso, talvez com o timing um pouco vencido, gostaria de publicar um outro e-mail que recebi sobre o assunto saúde, da Paula. É um contraponto interessante ao do Marcos, sem discordar, apenas desenvolvendo um pouquinho mais a questão e mostrando o ponto de vista de outro setor relacionado (a Paula é engenheira de alimentos). Ah. E eu concordo com todos. E estou adorando essa participação e principalmente ver que tem sim, gente pensando com carinho no Brasil.

Segue o email, que eu não quis editar apesar de longo. Tenham paciência e leiam, prometo que é o último ;-)

"Concordo quando se estabelece a relação entre o custo de um número num fast food ao salário médio brasileiro e o americano. Aqui, $5 a $10 dólares compra pouca comida boa, mas muita comida gorda e ruim, o que acaba atraindo pessoas que não recebem um salário muito alto e tem que se alimentar de coisas mais calóricas para poder fazer um trabalho árduo durante o dia. Ao contrário, R$10 no McDonalds é luxo no Brasil.

Mas não acho que, mesmo hipoteticamente, o aumento ao acesso a esse tipo de produto como consequência do aumento de renda faria com que a nossa população engordasse mais e pudesse ter acesso às academias com convênios. Hoje nós já temos uma grande parcela da população no Brasil que está (bem) acima do peso. Infelizmente, grande parte dela também é a que se encaixa nos problemas citados como doenças cardíacas e câncer, simplesmente porque uma giga parte da nossa população não tem acesso a informação.

Muitas bolachas e biscoitos são enriquecidos não somente para atrair mães com consciência das necessidades das suas crianças, mas porque muitas pessoas pobres se alimentam dessas bolachas, que ainda são mais baratas e práticas do que um prato de comida. No boom das gorduras trans, as empresas de alimentos correram que nem doidas atrás de alternativas para o problema, mas não adianta. Muita gente que compra não faz a menor idéia do que eram as trans e continuariam comprando do mesmo jeito. Porque é gostoso, prático, não demanda tempo e é barato.

E mesmo com a justificativa que eu li, ainda acho que o movimento pró convênio entre academias e planos de saúde funcionaria, pois é só pensar quais planos de saúde teriam esses convênios. O número de beneficiários de planos de saúde é muito pequeno em relação a população total, ou seja, são as pessoas que tem dinheiro para Mc, frutas, cozinheiras e academia que usam plano de saúde. Entretanto, isso não elimina o benefício dos planos incentivarem hábitos saudáveis, já que economizariam dinheiro. Aliás, já o fazem pagando exames preventivos e check ups.

Eu já trabalhei em indústria e acho que esses planos com convênios não teriam grande apelo para seus funcionários menos graduados, pois qual a vantagem de ter um desconto em academia para um funcionário que exerce um trabalho braçal durante o dia todo? Somente profissionais que ficam sentados durante seu trabalho, na frente do computador, com um grande trabalho intelectual se interessariam por esse tipo de serviço. E quem são essas pessoas? Nós.

Mais um vez enfrentamos o grande problema da diferença social, em que conseguimos concluir que excluindo uma parcela da população, algo que funciona por aí, também funcionaria no Brasil. (suspiro)... será que um dia isso muda?"

Thanks Py e Marcos, acho que vou contratar vocês pra um blog-fórum de discussão!

Wednesday, April 09, 2008

A saúde no Brasil

Esse foi o e-mail que recebi do Marcos, de uma seguradora da área de saúde, em resposta ao meu post, abaixo, sobre a nova geração de planos de saúde que está crescendo por aqui.

Achei o texto do Marcos super esclarecedor e porque não, um ótimo tema para reflexão não só sobre a saúde em si mas sobre o permanante lugar que o Brasil ocupa sempre um passo atrás de outros países. Mas neste caso, é um lugar atrás que poderia, num golpe de mestre, virar na frente. Explico: de acordo com o e-mail do Marcos, em termos gerais, a saúde no Brasil é melhor do que nos países desenvolvidos porque o Brasil é mais pobre e a renda das pessoas não permite chocolate e fast-food. Quando os países ficam ricos, as pessoas ficam gordas, e planos de saúde geniais aparecem. O caminho natural do Brasil seria enriquecer, engordar, e depois criar planos de saúde geniais para emagracer todo mundo e chegar no ideal do país rico e saudável, provavelmente 15 ou 20 anos depois de os países desenvolvidos terem alcançado isso. Então, por que não, com essa previsão em mãos, enriquecer e educar ao mesmo tempo, pular uma etapa e finalmente deixar de estar sempre para trás?

Segue o texto.

"Aqui o pessoal começou a desenvolver planos neste sentido. Essas ideias simpáticas vieram todas de um livro que todo o setor de saúde no mundo usa e se chama "Redefining Healthcare" do Porter.

Esse tipo de ação é muito boa mesmo, porém os incentivos para a adoção delas no Brasil ainda são muito baixos.
Em especial no Reino Unido uma parcela substancial das "medical claims" estão relacionadas à procedimentos complexidade média e doenças diretamente causadas pelo estilo de vida da população. A exemplo da obesidade e alcoolismo que acarretam em doenças cardíacas, diabetes e algumas formas de câncer.

Aqui em território tupiniquim a maioria de nossas "Claims" estão relacionadas à catarata, câncer de mama, doenças pulmonares e eventos em pronto-socorro.

Por incrível que pareça a dieta brasileira e nossas praticas sociais propiciam um estilo de vida mais saudável. Mas com a evolução do perfil sócioeconomico e aumento da renda, é bem provável que em cinco anos nossos perfil de atendimento médico se assemelhe mais ao dos britânicos.

Outra coisa que os britânicos fazem que é bem legal, e inclusive alguns MP's estão tentado impor via lei, é a passagem periódica e obrigatória das pessoas em seus General Practitioners para a identificação de patologias em estágios iniciais assim como "assessing probable health risks".

...

Ele (o setor de saúde) se assemelha mais ao modelo de negócio de seguradoras, ou seja, todos os incentivos a mudanças e inovações estão relacionados à quantificação de probabilidades de ocorrência de determinados eventos.
Então usando aquela lógica do "Freakonomics" para termos academias subsidiadas por planos de saúde precisamos abrir vários McDonalds, Burger King, Arbys, Starbucks e isentar a Elmma Chips de ICMS, PIS e CONFIS.
Outra coisa que poderia ajudar seria contratar estes fornecedores para fazer a merenda escolar de escolas públicas, lógico que não poderíamos esquecer que colocar vending machines da Coca-cola em todas as escolas.
Aí seria só uma questão de tempo para conseguirmos que mais de 50% da população entre 5-10 anos de idade, 30% entre 10 e 20 anos, e , 40% da população acima dos 30 anos estivessem acima do peso e hipertensas. Deste ponto em diante teremos Cia Athletica e Fórmula a preços próximos dos R$50,00."

Conclusão: esqueçam a academia de graça, vamos deixar assim mesmo como está.

Friday, April 04, 2008

Bom pra todo mundo

É de idéias assim que o mundo - os consumidores e os profissionais - precisam para se entender melhor.
Eu já tinha visto por aqui propaganda de plano de saúde dizendo que dava desconto em academia de ginástica. Achei que fazia sentido, afinal se você se exercita você tem menos chances de ter doenças, portanto o plano acaba gastando menos com você.
Mas acabei nem pesquisando sobre o assunto.
Hoje fui almoçar com uma amiga que é malhação-maníaca e ela me contou que o plano de saúde do marido dela (fornecido pela empresa dele) não só paga pela academia dos dois como vai dando descontos na mensalidade de acordo com o uso da academia. A partir de 2 vezes por semana, já tem desconto. Eu já estava achando o máximo da genialidade quando ela me contou que não pára por aí: ela também acumula pontos no supermercado quando compra frutas e outros produtos benéficos ao organismo, e esses pontos vão se convertendo em mais descontos no plano.
É genial. É do bem. A seguradora economiza, o consumidor economiza, e as pessoas ficam muito mais saudáveis.
Eu só queria entender por que no Brasil, o país do plano de saúde particular, isso ainda não funciona assim. E os planos continuam pagando toneladas de consutas médicas particulares absolutamente substituíveis por uma voltinha de bicicleta ou uma caminhada para o trabalho.

...

Sem contar que ainda ia melhorar o trânsito das cidades, que pelo jeito anda (ou melhor, não anda) bem complicado. Mas é que brasileiro é assim, fica parado horas dentro do carro com medo de assalto mas não vai a pé de jeito nenhum.

Wednesday, April 02, 2008

Brits - post 1

Eu nunca vi um lugar que reunisse melhor e de forma mais fofa todas as características dos ingleses como este livrinho que eu comprei. Vejam através desses posts (vou colocar um ou dois de vez em quando), como esse povo é simpático e porque é que eu gosto cada vez mais deles.

:-)

Brits - post 2



Mas a melhor de todas as características é como eles sabem maravilhosamente rir de si mesmos. (foi um inglês que fez)

Tuesday, April 01, 2008

Ausência por motivos nobres

Meus pais estão aqui. Finalmente, eles estão aqui. Não sei como é a relação das outras pessoas com seus pais - acho que tem de tudo nesse mundo. Mas a minha é uma coisa louca, um cordão umbilical eterno que estica mas não rompe. Quando cheguei em Londres há um ano, não exagero se digo que 90% das coisas que eu via me faziam pensar nos meus pais. Se eu ia numa papelaria bacana - paixão que eu e minha mãe compartilhamos - pensava imediatamente nela. Difícil era não sair comprando tudo pra mandar pra ela, porque a vontade era essa. E toda vez que eu entrava numa mercearia, supermercado, food hall, ou qualquer outra variação do tão universal comércio de comidinhas especiais - paixão que eu e meu pai compartilhamos - era a mesma loucura.
E um ano se passou assim. Com as papelarias, com as comidas, e com todas as outras coisas legais que tem aqui pertencentes às mais diversas categorias de produtos. Eu queria estar dividindo com eles tudo o que estava vendo, conhecendo, sentindo, e que o skype e o msn não me permitiam.
E agora eles estão aqui.
E eu já me esqueci como é viver longe deles, e como é que sou capaz disso durante tantos meses ao ano.

Thursday, March 27, 2008

Sobre os ovos da Lacta

Texto meu publicado ontem no Bluebus aqui.

Mas primeiro leiam o texto que me provocou, aqui.

Momento bobeira

Essa é a matéria com a qual dei de cara esses dias. Original aqui. Juro que não mudei nem uma palavra. Fiquei meia hora rindo e não resisti a colocar o texto aqui.
Sou só eu que fiquei com a impressão de estar diante de uma grande piada?

"Estudo: tamanho do monitor é importante

Um estudo feito pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, mostrou a diferença de produtividade entre usuários de diversos tamanhos de monitores.

Segundo o blog de tecnologia da NewScientist, os pesquisadores analisaram tarefas de cópias de números entre planilhas e edição de documentos de texto em monitores de 18, 24, 26 polegadas e também em computadores equipados com dois monitores de 20 polegadas.

Através da comparação foi descoberto que usando um monitor de 24 polegadas, as pessoas concluem tais tarefas com velocidade 52% superior que em monitores de 18 polegadas. Com o uso de dois monitores de 20 polegadas, usuários foram 44% mais rápidos que usando um de 18.

A produtividade, entretanto, caiu quando os usuários foram colocados para trabalhar com monitores de 26 polegadas, algo cujo motivo não ficou claro, mas que pode ter relação com o campo de visão do usuário.

(...)

James Anderson, professor responsável pelo estudo, avisou que não se importa qual a marca de monitor que empresas comprarão, apenas queria indicar que o monitor certo pode deixar seus funcionários mais produtivos."