Wednesday, April 09, 2008

A saúde no Brasil

Esse foi o e-mail que recebi do Marcos, de uma seguradora da área de saúde, em resposta ao meu post, abaixo, sobre a nova geração de planos de saúde que está crescendo por aqui.

Achei o texto do Marcos super esclarecedor e porque não, um ótimo tema para reflexão não só sobre a saúde em si mas sobre o permanante lugar que o Brasil ocupa sempre um passo atrás de outros países. Mas neste caso, é um lugar atrás que poderia, num golpe de mestre, virar na frente. Explico: de acordo com o e-mail do Marcos, em termos gerais, a saúde no Brasil é melhor do que nos países desenvolvidos porque o Brasil é mais pobre e a renda das pessoas não permite chocolate e fast-food. Quando os países ficam ricos, as pessoas ficam gordas, e planos de saúde geniais aparecem. O caminho natural do Brasil seria enriquecer, engordar, e depois criar planos de saúde geniais para emagracer todo mundo e chegar no ideal do país rico e saudável, provavelmente 15 ou 20 anos depois de os países desenvolvidos terem alcançado isso. Então, por que não, com essa previsão em mãos, enriquecer e educar ao mesmo tempo, pular uma etapa e finalmente deixar de estar sempre para trás?

Segue o texto.

"Aqui o pessoal começou a desenvolver planos neste sentido. Essas ideias simpáticas vieram todas de um livro que todo o setor de saúde no mundo usa e se chama "Redefining Healthcare" do Porter.

Esse tipo de ação é muito boa mesmo, porém os incentivos para a adoção delas no Brasil ainda são muito baixos.
Em especial no Reino Unido uma parcela substancial das "medical claims" estão relacionadas à procedimentos complexidade média e doenças diretamente causadas pelo estilo de vida da população. A exemplo da obesidade e alcoolismo que acarretam em doenças cardíacas, diabetes e algumas formas de câncer.

Aqui em território tupiniquim a maioria de nossas "Claims" estão relacionadas à catarata, câncer de mama, doenças pulmonares e eventos em pronto-socorro.

Por incrível que pareça a dieta brasileira e nossas praticas sociais propiciam um estilo de vida mais saudável. Mas com a evolução do perfil sócioeconomico e aumento da renda, é bem provável que em cinco anos nossos perfil de atendimento médico se assemelhe mais ao dos britânicos.

Outra coisa que os britânicos fazem que é bem legal, e inclusive alguns MP's estão tentado impor via lei, é a passagem periódica e obrigatória das pessoas em seus General Practitioners para a identificação de patologias em estágios iniciais assim como "assessing probable health risks".

...

Ele (o setor de saúde) se assemelha mais ao modelo de negócio de seguradoras, ou seja, todos os incentivos a mudanças e inovações estão relacionados à quantificação de probabilidades de ocorrência de determinados eventos.
Então usando aquela lógica do "Freakonomics" para termos academias subsidiadas por planos de saúde precisamos abrir vários McDonalds, Burger King, Arbys, Starbucks e isentar a Elmma Chips de ICMS, PIS e CONFIS.
Outra coisa que poderia ajudar seria contratar estes fornecedores para fazer a merenda escolar de escolas públicas, lógico que não poderíamos esquecer que colocar vending machines da Coca-cola em todas as escolas.
Aí seria só uma questão de tempo para conseguirmos que mais de 50% da população entre 5-10 anos de idade, 30% entre 10 e 20 anos, e , 40% da população acima dos 30 anos estivessem acima do peso e hipertensas. Deste ponto em diante teremos Cia Athletica e Fórmula a preços próximos dos R$50,00."

Conclusão: esqueçam a academia de graça, vamos deixar assim mesmo como está.

1 comment:

christiana said...

Gostei dos comentários desse cara ai...o tal do Marcos..hahaha :-)

Mas, por outro lado, ainda acho que é uma boa idéia para alguma seguradora \ convênio médico implementar no Brasil..ainda que seja para gerar valor \ exposição da marca.

bjs