Tuesday, August 12, 2008

Assunto bom e gente inocente, a gente não pode deixar morrer!

E a lei seca? Ninguém mais falou nada. Já foi cancelada? Tá todo mundo feliz, bebendo como queria, tomando seus porres merecidos, batendo o carro quando quiser?
Ou uma turminha rara de políticos firmes e corajosos está conseguindo fazer o povo se acalmar e escolher entre beber ou dirigir? (ainda não entendi o que é tão complexo nessa decisão.)

Na verdade voltei ao assunto porque o Antonio Prata colocou no site dele, pela segunda vez, um texto com suas observações sobre o assunto, e o texto é tão bom que eu aproveitei a deixa pra reproduzir aqui, como queria ter feito da primeira vez, as minhas partes preferidas.

Quem sabe assim quem ainda está em dúvida, aceita finalmente não beber ou pegar um táxi pra casa pelo nobre motivo de salvar algumas vidas.

"Estou realmente admirado que a minha turma do bar esteja se unindo em torno de duas causas tão nobres: bombons e cáries. Claro. Afinal, exigir o direito de dirigir bêbado ninguém tem coragem. Ou tem?"

"Então preferíamos, em vez de nos apegarmos ao texto da lei, nos focar em seu princípio – não sei se por nossa grande capacidade de abstração ou se simplesmente por preguiça –: “pode beber, mas não muito”. Ou seja, pegávamos o limite de dois chopes ou uma taça, adicionávamos o chorinho que acreditávamos caber a cada um de nós e lá se iam 30 mil vidas, a cada ano. Agora, não tem mais chorinho nem vela. Bebeu um chope, adeus carro. Que país é esse, minha gente?!"

"Uma associação de bares e restaurantes está ameaçando entrar com ação na justiça, para garantir o direito inalienável de seus clientes atropelarem pedestres e chocarem-se contra Kombis escolares na contra-mão. Maravilha. A Kopenhagen e a Johsons, quem sabe, também vão fazer a mesma coisa.Enquanto isso não acontece, no entanto, sugiro outra alteração na 11.705, para que ela não seja assim tão contrária à nossa natureza, à nossa cultura: cadeia diferenciada, dependendo da bebida que tiver sido ingerida pelo motorista."

"A que quantidade de álcool permitida, no entanto é um detalhe ínfimo, diante da boa notícia de que, finalmente, beber e dirigir vai se tornar um crime de verdade e que milhares de vidas serão poupadas. (Milhares, aqui, não é força de expressão. São mais de trinta mil mortos por ano, no trânsito. Boa parte dos acidentes, causados por motoristas bêbados).Acho estranho tanto fervor na defesa de um chopinho e uma tacinha. E na vidinha, não vai nada?"

No comments: