Thursday, February 28, 2008

A wonderful night

7 pm: Chego em casa e encontro um cenário de destruição. Os efeitos da reforma banheirística romperam todos os limites das paredes e o pó originário do banheiro alcançou cada canto de todos os outros dois cômodos da casa, tingindo de cinza cada pedacinho do nosso lar.

Ricardo manda um e-mail pro Landlord explicando a situação, com fotos ilustrativas.

8 pm: Diante do silêncio do Landlord, resolvemos telefonar.
Ele fica puto. Diz que vai ligar pro pedreiro pra saber o que aconteceu e que liga de volta pra gente.
Começo a imaginar o pedreiro, no dia seguinte, depois de levar a maior bronca da história, entrando na minha casa vazia, ficando lá durante horas sozinho, com raiva da gente.

8:15 pm: Landlord liga de volta. Não, não dá pra ficar aqui esta noite. Não, não dá pra usar a banheira (meu Deus, será que ele realmente viu as fotos?). Não, a privada também não. Sim, vamos precisar ir pra outro lugar esta noite.

8:30 pm: Descobrimos que Londres é uma cidade realmente concorrida e que vários dos hotéis estavam completamente lotados.
Encontramos um hotel aparentemente bacana com uma tarifa aparentemente bacana. Ligamos novamente pro Landlord pra saber se ele aprova o preço. Ele aprova.

8:35 pm: Fazemos a reserva on-line. Na última tela, o aviso: o quarto não está mais disponível.

8:40 - 8:55pm: Nova pesquisa. Nova tarifa. Nova ligação pra aprovar o preço.

9:00 pm: Ricardo faz o jantar em meio a uma bancada cheia de pó e escovas de dente (estamos usando a pia da cozinha).

10:30 pm: Mochila pronta.

Meia noite: Chegamos no hotel. Não, não tem reserva nesse nome. Qual é o número? Não, também não tem reserva nesse número. Olha, posso até te fazer a mesma tarifa que o site ofereceu, o problema é que só tenho um quarto disponivel. Vou levar vocês lá para verem o quarto e decidirem se gostam e se aceitam ficar nele. Por quê? É que alguns clientes acham que esse quarto é um pouco, mas só um pouquinho, barulhento. Não, não tenho tampões de ouvido mas posso oferecer uma dose de whisky.

...

Era sério. Ganhamos uma dose de whisky e uma taça de vinho. E dormimos lindamente depois de um banho dos Deuses num chuveiro - um chuveiro de verdade! Que sai lá da parede e joga água em cima da gente! E sem escutar barulho algum.

Wednesday, February 27, 2008

Voltando ao assunto...

Diante do completo caos em que se encontra nosso apartamento, estamos fungindo pra um hotel.

Até amanhã, boa noite e fiquem com o Fatboy Slim. Já toquei umas três vezes pra esquecer o nervoso e ir dormir em paz :-)

Tuesday, February 26, 2008

Oh no

Este é o banheiro onde, teoricamente, vamos tomar banho hoje à noite.
Aproveito e mostro o enforcado que eu estava devendo. Não haveria hora mais propícia para apresentá-lo a vocês.

O mais legal é que eu não tenho a menor idéia de quando isso vai terminar. Nem como vai ficar o resultado, já que o dono do flat não nos deu nenhuma dica de como vai fazer o acabamento. Assim é a vida de inquilino em Londres.

Pelo menos dessa vez o cara que está lá trabalhando fala inglês.

UPDATE: Tava bom demais pra ser verdade. O cara com quem falei de manhã antes de sair era o CHEFE do cara que está lá trabalhando. O cara que está lá não fala uma palavra de inglês, e o Ricardo está se comunicando com ele através de mímicas.



Saturday, February 23, 2008

Agenda 2008

Os caras são tão insanos com a coisa do planejamento que, ao abrir a porteira, ops, bilheteria, pra algum show bacana - nem que ele vá acontecer só daqui a 6 meses - esgota tudo em horas, às vezes minutos.

É essa a causa dos meus maiores traumas londrinos: ter perdido o show do The Cure, da Amy Winehouse e do R.E.M. (não, não, nãããão), por bobear e ir comprar tarde demais (tipo no dia seguinte de liberarem as vendas).

Então eu resolvi me render e passar a agir histericamente em qualquer data de abertura de vendas de grandes shows, e comprei hoje os ingressos para o O2 Wireless Festival que vai rolar no Hyde Park. Vai ter Fatboy Slim e Underworld no mesmo dia, entre outros. Ah, mas só vai ser láááá no verão, em julho. Sim, sim, de 2008 ainda :-)



Fatboy Slim diz: "fica esperto mano, abre o olho, senão fica sem tíqueti!"

Friday, February 22, 2008

A Globalização da Empada

Escrevi um comentário num blog alheio e de repente achei que sem querer eu tinha escrito um post pra este blog.
É que o Antonio Prata (link aqui do lado) escreve muito bem. Queria eu ter sido a autora de metade dos seus textos. E ele escreveu um que é praticamente uma ode à empada (leiam lá) que me lembrou de um assunto que eu estou remoendo há meses e não transformei em texto não sei por quê.

Viajando pela Europa eu notei que Londres tem as mesmas lojas que Paris, Barcelona, Milão. As mesmas redes de fast-food. A mesma moda. Cada vez mais as ruas vão ficando mais iguais, os nomes mais repetitivos. E as exclusividades mais escassas. E eu que só queria descobrir o que tinha de típico de cada lugar.
Cheguei a comentar com vários amigos que essa era uma das minhas grandes decepções, essa globalização que assassinou o que há de regional e especial de cada canto do mundo. Chega uma hora que você começa a viajar muito e a achar tudo meio igual, e confesso que perde um pouco da graça. Achei muito mais divertido conhecer a Inglaterra de 1995 do que a de 2007. Agora quase tudo o que tem aqui eu já tinha acesso no Brasil. Ou pelo menos grande parte. Há 15 anos, quase nada do que tinha aqui estava disponível no Brasil. E era tudo muito mais encantador e novo.

Mas no Brasil não. Contra toda e qualquer tendência de globalização, o Brasil em alguns aspectos vai se tornando cada vez mais autêntico. No Brasil tá cheio de coisa que só tem no Brasil: empada, brigadeiro, samba, pandeiro. Suor, bagunça, pastel, garapa. Putz, como é que eu ia me esquecendo da pamonha. E feijoada! E forró, luau, trio elétrico. A lista é interminável. E as batas, os colarzões, aquelas roupas meio-pai-de-santo-meio-riviera francesa que só no calor tropical dá pra usar e não perder a elegância? Que maravilha! E essas coisas autênticas brasileiras estão cada vez mais na moda, cada vez mais nas graças do povão e da elite, numa comunhão de estilo e amor ao que é tradição. Um ponto positivo pro país que só leva bronca.

Isso me faz ficar mais otimista. A tendência é inventar tendências, encontrar costumes, sabores e cores diferentes das que já se espalharam por aí. Deve ser esse o tal do ciclo - um dia é da caça, outro do caçador. Ia ser lindo ver a irreverência dos brasileiros, a gentileza e a alegria virando moda no mundo todo. Quem sabe daqui a vinte anos não vai ser a gente que vai substituir os Mac Donald's espalhados pelo planeta pela grande rede Rancho da Empada?

Wednesday, February 20, 2008

Esses veículos, os carros

Londres é uma cidade na qual quase não se tem necessidade de ter carro. Uma coisa rara, um exemplo importante, que eu acredito sinceramente que seja o futuro - porque é melhor e porque tem que ser assim. A concepção de transporte "cada um no seu carro, com o banco de trás vazio" é um absurdo, uma promiscuidade. É quase como a festa do sexo antes da aids aparecer. Todo mundo feliz e contente com seu carrão, e de repente, bum! Explosão de gás carbono na atmosfera, desastres naturais, aquecimento global e tudo aquilo mais que a gente está cansado de escutar. Um carro pra cada um é uma prática incabível que tem que ser esquecida, mais cedo ou mais tarde.

A sensação de que os ingleses estão sempre à frente do nosso tempo sempre me acompanhou, e enquanto no Brasil o sonho das pessoas é o carro próprio, aqui eles já estão criando regras e sistemas de transporte para que os carros sejam cada vez menos usados e necessários. O que eu acho lindo e óbvio, e me deixa inconformada o fato de em outros lugares isso não estar sendo nem considerado ainda.

Mas não sejamos utópicos. Enquanto não estivermos plantando nosso próprio alimento no quintal, precisaremos ir e vir em busca de suprimentos. Precisaremos ir até o supermercado e voltar pra casa carregados de sacolas. E não se trata só do consumo: e as viagens? Eu não quero que voltemos no tempo a ponto de vivermos cada um na sua porção de terra, plantando seus vegetais e isolados do resto do mundo. Não que eu realmente ache que isso pode acontecer. Seria voltar aos feudos. Então como faríamos pra viajar? Pra ir ali até a praia? Não tem jeito, carro ainda vai ser por muito tempo essencial em algumas situações.

Por tudo isso eu achei genial o que descobri ontem: O Streetcar. Trata-se de um sistema de carro pay as you go: você só usa quando realmente precisa. É tipo um carro coletivo que só na hora de fazer aquela baita compra e precisar de um porta-malas, ou ir viajar no fim de semana, você pega. Funciona como um clube, você se registra, paga uma anuidade e recebe em casa um cartão. Depois, é só ir até onde tenham carros disponíveis, que é literalmente em cada esquina (perto de casa achei 3 pontos, todos a uns 2 minutos a pé). Você abre o carro com o cartão, coloca no painel o código do aluguel que você fez pela internet e pronto, dá a partida e sai dirigindo. A tarifa depende de quanto tempo você vai ficar com ele, que podem ser períodos de meia hora a um mês. Sempre, claro, muitíssimo mais barato do que um aluguel comum e complicado das rent-a-cars da vida.



Eu, que estava louca pra pegar uma estrada e conhecer a Inglaterra direito, sem ter que depender de trens, ônibus e estações, podendo parar onde bem entendesse pra tirar fotos ou admirar a paisagem, fiquei empolgadíssima. Pra ficar perfeito mesmo, agora só falta eles substituirem os carros pelos novos modelos de emissão zero de carbono que já estão sendo produzidos por aqui, como o Honda Civic Hybrid. Aí sim vou poder dizer que "Oh, that's the idea! Making good use of baaad rubbish!"

Tuesday, February 19, 2008

Quase de volta

Oi gente! Voltei. Quer dizer, quase. Tá tendo um ciclone em Londres, mais especificamente na Embaixada do Brasil, mais especificamente na minha sala. Três eventos sendo preparados simultaneamente, ânimos exaltados (inclusive o meu), tanta coisa que nem percebi que voltei e nem fiz a digestão da Bélgica ainda.

Mas enquanto eu não consigo sentar e escrever sobre essa viagem como ela merece, adianto para vocês alguns pensamentos.

A Bélgica tem uma das cidades mais bonitas que eu já conheci, chamada Bruges.

Os Belgas são elegantes. Foi um choque voltar para Londres. Nada de 5 cores contrastantes no mesmo figurino, nem calças rosa-choque e nem verde-limão! E eles se agasalham no frio!

Todos os Belgas falam 2 línguas: francês e holandês. Todos. E a grande maioria fala 3, porque também se vira muito bem no inglês para falar com o resto do mundo.

Os Belgas fazem o melhor chocolate do mundo. A Godiva, a Neuhaus e a Guylian são Belgas.

Os Belgas fazem as melhores cervejas do mundo.

O Asterix era Belga.

Definitivamente os Belgas são seres superiores, muito mais evoluídos do que o resto dos mortais.

Thursday, February 14, 2008

Belgium break



Back on Monday!

14 de fevereiro

Hoje é um dia muito especial.

Primeiro, e mundialmente famoso, hoje é o dia de São Valentim (Saint Valentine), o santo dos casais. Este dia é o "dia dos namorados" da Europa e América do Norte, onde 12 de Junho não significa nada. Vejam só a explicação da Wikipedia para a origem desta comemoração: "Durante o governo do imperador Claudius II, este proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objetivo de formar um grande e poderoso exército. Claudius acreditava que se os jovens não tivessem família, se alistariam com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. Seu nome era Valentine e as cerimônias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentine foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega: Asterius, filha do carcereiro, que conseguiu a permissão do pai para visitar Valentine. Os dois acabaram se apaixonando e milagrosamente ela recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentine”, expressão ainda hoje utilizada. Valentine foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270 d.C."

Aqui já estamos convivendo com essa data há pelo menos um mês, quando as vitrines e propagandas foram invadidas por coraçõezinhos vermelhos, pinks, rosas e todas as outras variações das cores que remetem ao amor. Mas a história, pra mim, continua sendo o motivo mais importante de comemoração. Um dia para homenagear um Santo que acreditava no amor e lutou contra seu imperador para manter essa chama acesa. Não é lindo?

Além disso, hoje também é o dia do aniversário da minha cunhada querida, a Marina. Que, por sinal, é co-responsável pelo meu encontro com o Ricardo. Ou seja, a Má é a minha Saint Valentine moderna.

E pra finalizar, hoje eu e o Ricardo fazemos 7 meses de casados.

:-)

Hoje é ou não é realmente um dia especial? Então que neste dia, todos os casais celebrem o amor em sua forma mais pura, mais bonita. Que a Má e todos os outros aniversariantes do dia renovem todas as suas esperanças e forças para entrar nesse novo ano de suas vidas cheias de coisas positivas incluindo, claro, muito amor.

Feliz Valentine's day, povo!

Tuesday, February 12, 2008

A prateleira



Tá ficando bonita, não tá não? :-)

Monday, February 11, 2008

Momento esnobe

Este post é só pra dizer que ontem demos uma de turistas cafonas (bota cafona nisso) e fomos tentar ver as celebridades no tapete vermelho do Bafta (British Academy of Film and Television Arts) Awards, o Oscar Britânico.
O resultado foi que vimos, entre outros:

- Cuba Gooding Jr
- Sir Anthony Hopkins
- Keira Knightley ("Piratas do Caribe" e "Closer")
- Daniel Day Lewis
- Orlando Bloom (aaaaah)

E só pra provar que é verdade, como todas as fotos ficaram pééééssimas, aí vai a do Orlando Bloom, porque eu pedi pro Ric peloamordeDeus tirar quantas fotos ele pudesse, enquanto eu gritava.



E a do Sir Anthony Hopkins que, aumentada, fica mais ou menos reconhecível:



P.S.: O Ricardo não concorda com o que escrevi.

EDF Energy

Aproveitando a onda dos comerciais iniciada pela Paula (do California Dreaming, aqui do lado), vou falar de um que faz tempo que eu quero comentar aqui.
A empresa EDF Energy começou a veicular há algum tempo esses comerciais fofos, completamente do bem, falando de atitude verde, respeito ao meio ambiente e da economia de energia que todos nós podemos adotar.
Eu e o Ri sempre ficávamos felizes quando esse comercial passava, aprendemos até a cantar a musiquinha.
E acho que não foi só com a gente que ele fez sucesso, porque eles foram alterando as imagens do comercial, mas a música e a mensagem são sempre as mesmas.
E não é que, procurando o comercial no Youtube para colocar aqui, o Ri descobriu o que talvez tenha sido a fonte de inspiração de quem criou o dito cujo? É o que sempre digo: na publicidade nada se cria, tudo se transforma.
O mais legal é que, além da sacada fantástica de usar essa música para esse comercial, todo ele é feito com películas originais de filmes que foram "reciclados".
Vejam abaixo, uma das versões do comercial e depois um outro filminho, datado de algumas dezenas de anos atrás :-)





Update: Suspeita confirmada! Texto sobre a relação entre os filmes:
"This is the first time EDF Energy has ever aired a TVC. Which is part of a full scale multi-media advertising campaign that goes live on Sunday (6 January 2008) with this 60 sec TV advert made entirely from recycled film clips.

The soundtrack featured in the advert, "It's Not Easy Being Green", has been adapted from the original version written by Joe Raposo for Sesame Street in 1970. In this case the song is used to highlight that while it may be difficult to change behaviour over night, it's up to all of us to become part of the solution in helping combat climate change."

Previsão da semana


Dá pra acreditar?

Thursday, February 07, 2008

Favorzinho

Gente! Gente! Estava aqui dando um trato no blog (perceberam?) quando tragicamente perdi todos os links. Vocês me mandam de novo os links dos blogs, flickrs e afins de vocês? Please?

Bélgica

A gente estava sem grana. Quer dizer, ainda está. Tão sem grana que quinta-feira que vem é Valentine's day e o Ri não estava encontrando nem um restaurantezinho affordable pra gente ir comemorar. Ah, ele estava procurando no guia "Cheap Eats in London". Pindaíba mesmo.

Aí eu num momento de auto-ajuda, navegando pelas páginas das cias áreas de baixo custo (é, eu sempre faço isso. é minha terapia.), achei passagens muito, mas muito, baratas para Bruxelas. Mais do que as de Berlim. 1 centavo porém com menos taxas, resultando na bagatela de 10 libras por passagen, ida e volta, com taxas inclusas. Mas naquele esquema de vôo de madrugada, saindo do aeroporto mais longe impossível e sem bagagem.

Até aí, ficava muito mais barato do que o jantar de Valentine's day dos restaurantes baratos. Mas e o hotel? Bom, ainda temos alguns euros que sobraram da última viagem. Comecei a pesquisar e tive a boa surpresa de que os hotéis de Bruxelas, em pleno inverno e sem nenhuma mega-feira-internacional acontecendo, eram bem baratos também, e mais ainda no fim de semana, quando eles baixam ainda mais os preços para atrair viajantes da região. Reservei um hotel 4 estrelas por um preço mais baixo do que vamos pagar o hostel em Berlim.

E então me lembrei que tenho desconto em todos os hotéis da rede Radisson em qualquer lugar do mundo, por trabalhar na Câmara de Comércio / Embaixada. Vi que o Radisson de Bruxelas era 5 estrelas e considerado uma das melhores e mais luxuosas opções de hospedagem na cidade, mas não custava nada fazer uma consulta de quanto sairia. E não é que com o tal descontão sairia o mesmo preço do 4-estrelas-barganha, ainda mais barato que o hostel de Berlim??? E na reserva ainda está escrito: "Categoria - Amigos e familiares da rede Radisson". Chiquérrimo.

Então pessoal, aí vamos nós, semana que vem, conhecer a Bélgica, terra dos meus antepassados, ficar em hotel 5 estrelas mas só com mala de mão :-)

Ah, se todos os problemas fossem resolvidos assim... tá sem dinheiro? Vai pra Bélgica e fica num hotel 5 estrelas. Haha.

Já estou animadíssima. Primeiro porque esta é a primeira viagem que a gente vai fazer fora do circuito "normal" europeu. Eu estava louca para conhecer lugares menos turísticos e baladados e principalmente para conhecer o interior de algum país, pois até agora só tínhamos ido a capitais. Além de Bruxelas, vamos para Bruges e Antuérpia (que eu nem sabia que ficava na Bélgica). Duas cidadezinhas pequenas, lindas e sem a invasão de imigrantes que tomou conta das principais cidades da europa. Quem sou eu pra falar mal de imigrantes, é claro que uma cidade cheia deles fica mais interessante em vários aspectos, mas também perde um pouco suas raízes e costumes tradicionais. E isso, pelo que estou descobrindo, é o que mais vamos ver por lá.

Além disso, descobri que a Bélgica é a terra dos quadrinhos e é de lá que saíram o Tintim e os Smurfies, só pra dar dois exemplos famosos. Além de ser a terra do chocolate e da cerveja. Pode ser melhor?

TV license

Desde antes de vir morar em Londres, quando eu pesquisava sobre a vida aqui, os custos, etc, eu sei da existência dessa coisa chamada TV license. A TV license é uma taxa - cara - que a gente tem que pagar se tiver uma TV em casa. Não tem nada a ver com canais, Tv a cabo, essas coisas. Só por ter uma TV, mesmo que só com 5 canais abertos como é a nossa, tem que pagar. O mais inacreditável é que tem um preço para TV a cores e outro para TV preto-e-branco (alguém NO MUNDO ainda tem uma TV preto-e-branco???). Eu sempre achei essa taxa o ó. Afinal no Brasil, que é o Brasil, onde todo mundo cobra taxa de tudo o que puder e mais um pouco, não tem essa. Simplesmente por ter uma TV em casa, por ela estar ali, em cima do móvel da sala? Mas é assim.

Logo que nos mudamos para a nossa casa, recebemos uma carta falando disso. Uma carta grossa e ameaçadora, dizendo que aquela já era sei lá qual número de intimação que recebíamos, que diante da não-resposta eles tinham mandado oficiais em casa, mas que não estávamos, e que precisávamos responder com a máxima urgência senão teríamos que pagar multa de £ 1.000 e por aí vai. Diante de todo esse stress, liguei no número que a carta indicava e disse que não, não tínhamos TV, tínhamos acabado de nos mudar para Londres e que não tínhamos conhecimento de nenhuma outra carta recebida no imóvel. E ponto final.

Mas um tempo depois, finalmente compramos a TV. E nos lembramos da tal da taxa. E lá fui eu entrar no site pra ver como pagar. Ameaças e mais ameaças foi o que encontrei. Em todas as páginas, frases como "ninguém está livre da taxa", "estamos de olho", "nossos agentes trabalham todos os dias em busca de fraudes" e etc. Tinha até uma página especial, só contado casos de pessoas que recebiam os oficias e tentavam despistá-los até conseguir esconder a televisão.

Eu fui pegando um bode monstruoso da TV license.

Até que outro dia, conversando com amigos de amigos de amigos sobre a vida em Londres, o assunto surgiu. E eu escutei uma explicação que mudou completamente o meu conceito sobre essa taxa. O que acontece é que uma emissora de TV, normalmente (como no Brasil), vive - e lucra - de publicidade. Afinal, a transmissão é gratuita e a empresa paga suas contas todas com os anúncios que transmite entre os programas, merchandising nas novelas, etc etc. Só que isso acaba sendo mais complicado do que parece, porque os anunciantes passam a ter poder sobre a programação. E o conteúdo acaba sendo muito influenciado pela opinião dessas empresas que sustentam os canais. Afinal, ninguém vai ser maluco de fazer um programa que critique ou prejudique de alguma forma quem está colocando o dinheiro.
E a TV license serve pra isso. A gente paga pra ter um conteúdo completamente independente, informação livre e sem interferência de nenhum interesse. É triste pagar, mas dá gosto se pensar no que isso representa de verdade para as nossas vidas e as informações que chegam à nossa casa através da televisão.

Que tal? Acho que uma TV license no Brasil ia fazer muito bem pra todo mundo. Imaginem só como ia ficar o Big Brother! :-)