Thursday, March 27, 2008

Sobre os ovos da Lacta

Texto meu publicado ontem no Bluebus aqui.

Mas primeiro leiam o texto que me provocou, aqui.

Momento bobeira

Essa é a matéria com a qual dei de cara esses dias. Original aqui. Juro que não mudei nem uma palavra. Fiquei meia hora rindo e não resisti a colocar o texto aqui.
Sou só eu que fiquei com a impressão de estar diante de uma grande piada?

"Estudo: tamanho do monitor é importante

Um estudo feito pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, mostrou a diferença de produtividade entre usuários de diversos tamanhos de monitores.

Segundo o blog de tecnologia da NewScientist, os pesquisadores analisaram tarefas de cópias de números entre planilhas e edição de documentos de texto em monitores de 18, 24, 26 polegadas e também em computadores equipados com dois monitores de 20 polegadas.

Através da comparação foi descoberto que usando um monitor de 24 polegadas, as pessoas concluem tais tarefas com velocidade 52% superior que em monitores de 18 polegadas. Com o uso de dois monitores de 20 polegadas, usuários foram 44% mais rápidos que usando um de 18.

A produtividade, entretanto, caiu quando os usuários foram colocados para trabalhar com monitores de 26 polegadas, algo cujo motivo não ficou claro, mas que pode ter relação com o campo de visão do usuário.

(...)

James Anderson, professor responsável pelo estudo, avisou que não se importa qual a marca de monitor que empresas comprarão, apenas queria indicar que o monitor certo pode deixar seus funcionários mais produtivos."

Wednesday, March 26, 2008

Trauma que não sai no banho

Sabem aquela marca de cosméticos chamada Lush?
O Ric numa atitude de marido mega fofo resolveu me dar de páscoa uns sais de banho efervescentes desa loja, já que eu tô numa fase "afastem o chocolate de mim". Esses sais têm o formato e tamanho de bolas de tênis, você joga na banheira e eles ficam dissolvendo e soltando perfume enquanto você relaxa. Tem de todos os tipos, pra todas as intenções: relaxante, estimulante, revigorante, etc etc.
Pois então, um dos que o Ric comprou tinha um pombo da paz, era do tipo "zen" e a embalagem dizia que, quando a bola estivesse acabando de dissolver, apareceria uma mensagem. E lá fomos nós para a banheira zen, falando sobre o ano que passou, fazendo pedidos pro ano que começa, refletindo sobre os acontecimentos, aquele papo todo de páscoa, renovação e tal.
E de fato, quando a bola estava quase no final, começou a aparecer o papelzinho da mensagem. E a gente levando super a sério. Parecia quase uma consulta espiritual, os dois olhando pro papelzinho, nervosos.

E o que aparece? Um papelzinho estranho com a foto de um prisioneiro e do outro lado, o texto "fulano de tal, aprisionado desde 2002 sem julgamento".

WTF?

Por um momento ainda pensei que podia ser um protestante infiltrado na fábrica, trocando as mensagens zens por papeizinhos de revolta política. Mas não. Entrei no site e é isso mesmo.

Tipo, eu simpatizo, respeito, acho que a gente tem mesmo que abrir os olhos pros problemas do mundo e tal. Mas deixa eu tomar meu banho relaxante em paz?

Tuesday, March 25, 2008

Agora eu quero sol!

Nevou!
Descobri que estavam só esperando a primavera chegar para a neve dar o ar de sua graça. Não é que junto com os brotos e botões de flores desceram os floquinhos que esbranquiçaram a nossa páscoa?
Nevou sábado.
Nevou de novo domingo.
Nevou de novo segunda.
Foi lindo.
Mas agora deu, né?

Agora eu quero sol, poxa. Já faz 5 meses que a gente põe casaco todo dia!

Thursday, March 20, 2008

A publicidade Google

Alguém tem alguma idéia, por mais remota que seja, da lógica usada pelo Google para pescar palavras-chave dos textos de um site e alocar a publicidade "relevante" em cada um?
Só tô perguntando porque apareceu um link pro "Deus te ama" aqui ao lado.

...

London Easter

A páscoa aqui, assim como o Natal, o dia dos namorados, o dia das mães, dos pais, do cachorro, é um grande evento comercial.
E eu adoro.
Vejam aqui o especial que o Sainsburys, supermercado que eu frequento, fez para a páscoa. É de enlouquecer qualquer um. Mas o bacana mesmo é que as dicas e produtos têm qualidade, e o investimento no site traz resultados de verdade. A gente acaba usando o supermercado e seus serviços muito mais do que apenas como o lugar de fazer as compras básicas. Eu já procurei receitas no site deles, já usei dicas de menus, já comprei presente lá. E olha que não é o equivalente de um Empório Santa Maria, é o equivalente do Extra.
Sou eu que estou virando proletária ou aqui as coisas são realmente mais caprichadas?







By the way, Happy Easter everybody!

Neve. Neve?

A previsão era de flurries pra sábado. Aí virou flurries domingo. Agora olhei e tá neve na segunda. E no da BBC a previsão é "heavy snow".

Agora neva!

Wednesday, March 19, 2008

Alarme falso

Não era a primavera. Era só uma arvorezinha precoce.



(Pra quem não acredita em copy & paste: aqui :-)

Saturday, March 15, 2008

Primavera chegou

E dá pra não ficar feliz ao encontrar uma árvore assim logo de manhã no caminho do trabalho?



:-)

Friday night

Sexta-feira à noite em casa. Marido dormindo no sofá. É hora de reflexão.

Por que as pessoas colocam foto de beijo de língua no orkut?
Por que as pessoas têm medo de ser felizes?
Por que não constroem monumentos e pontes bonitas em São Paulo? E não limpam os rios?
Por que não inventaram o teletransporte?
Por que eu não ganho um salário melhor?
Por que meu banheiro não fica pronto nunca?
Por que chocolate engorda?
Por que existem objetos como esculturas brilhantes de gatos, carpetes roxos, cortinas azul-royal?
Por que eu não sei fazer pão de queijo?

Thursday, March 13, 2008

Volta pra casa

Cena: uma mulher, lá pelos seus 30 anos, que mora aqui por perto (já a vi várias vezes no bairro). Ela tem síndrome de down. Estava meio deitada no banco do ônibus quando entrei, ocupando 2 assentos e deixando o carrinho de compras solto, no meio do corredor, atrapalhando a vida de todo mundo.

Um homem, bonitão, bem-vestido, terno, sobretudo, entra no ônibus logo depois de mim e se posiciona de pé, perto da saída, atrás do assento da mulher.

O ônibus começa a andar e o carrinho solto a deslizar pra lá e pra cá, fazendo o maior estrago.

O homem, percebendo a situação e quem era a dona, puxa o carrinho para si, para fazê-lo ficar parado e para liberar o corredor. E vai segurando o carrinho dela, sem falar nada, até o ponto onde ela desceu.

Me senti vivendo numa comunidade antiga, pequena, onde todos se conhecem e cuidam um do outro. Tipo na aldeia do Asterix. Mas nesse caso é uma das maiores capitis do mundo e o homem nunca tinha visto a mulher, ou pelo menos não tinha relação alguma com ela.

Que fofo.

Nessas horas eu quero morar aqui pra sempre.

Wednesday, March 12, 2008

Berlim

Eram 9:40 pm e nós estávamos chegando no aeroporto. Só podíamos estar embriagados por Berlim, para achar que iríamos pegar o vôo que decolaria em 15 minutos. E ainda não tínhamos feito o check-in.
Essa história de viajar muito faz a gente ficar folgado e perder a noção das coisas. É claro que perdemos o vôo.
E de repente, lá estávamos nós. Às onze horas da noite de domingo, sentados num trem vazio de bancos cor-de-rosa e paredes lilás, voltando para Berlim. Como se um ímã tivesse nos puxando de volta, com força.

Berlim nos surpreendeu do começo ao fim. Desde o trem rosa e lilás (logo de cara), até as porções gigantes e minúsculas dos mesmos produtos disponíveis no supermercado. Na forma como os cidadãos parecem, ao mesmo tempo, viver da memória da guerra e dos horrores que viveram, e tentar desesperadamente deixar pra trás e recomeçar uma outra vida do zero. A cidade é pulsante, é nova como não há outras na europa, mas também tem um certo ar de descuido e decadência paulistana em alguns cantos, embaixo dos viadutos e nas pichações do muro. Uma cidade criativa, em ebulição, construções feias por fora e inacreditavelmente deslumbrantes por dentro. Se São Paulo fosse uma cidade decente, seria Berlim. Talvez por isso eu tenha sentido um carinho quase familiar pela cidade. Saudades da minha São Paulo estranha e talentosa.

Tínhamos reservado um hostel pois os hotéis estavam superfaturados graças à ITB Fair. A chegada no nosso quarto do hostel foi a primeira suspeita de que estávamos diante de uma cidade especial: eu que esperava encontrar beliches, dei de cara com um quarto maior, e mais moderno, do que a maioria dos que já tínhamos ficado. Não se trata de luxo. Se trata de astral, modernidade, criatividade, bom gosto. Era tudo simples, tudo prático. Chão fácil de limpar, móveis simplistas, venezianas, uma planta. É isso o que eu quero dizer quando falo que dá pra ser chique sendo pobre! É isso! Não precisa pôr cortina, edredon de florzinha, tapete-persa-barato-que-brilha. Quanto menos frescura, menos perigo. E assim foi minha primeira impressão de uma cidade fascinante.



No primeiro dia fomos conhecer a Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche. É a ruína de uma catedral que foi quase totalmente destruída durante a guerra e não foi reconstruída de propósito, para que sua torre em pedaços reinasse no alto dos telhados lembrando a todos dos horrores que uma guerra pode causar. Uma decisão sábia. A se julgar pelo entorno da praça da catedral, foi tudo reconstruído. A foto da época dos bombardeios mostrava uma cidade-fantasma, com nenhum telhado pra contar a história, uma cidade feita de ruínas sem que se pudesse imaginar qualquer tipo de vida ali no meio daqueles escombros. E olhando em volta, comparando a foto à atualidade, eu tive certeza de que se nenhuma ruína ficasse ali de lembrete, ninguém mais se lembraria do que um dia aconteceu ali.





Nessa noite, fomos a um restaurante que superou qualquer expectativa. No guia, era citado como "bom" e com preços razoáveis. Fomos porque era o mais perto de onde estávamos. Encontramos um restaurante simples, confortável, de comida divina. Até então eu não havia ido a um só restaurante na europa que ganhasse dos meus paulistanos preferidos. Muito provavelmente isso acontece porque aqui não vamos aos restaurantes mais badalados, e em São Paulo frequentávamos esse tipo de lugar muito mais. Mas também porque em Londres os realmente bons restaurantes são realmente caros. E em Berlim achamos restaurantes com estrela no Michelin, de se comer rezando, por preços absolutamente inacreditáveis se comparados a Londres. Mais especificamente, pelo preço de uma pizza em Londres.

No segundo dia o Nando chegou e fomos conhecer os pontos turísticos importantes do outro lado da cidade. O Portal de Brandemburgo, onde Hitler fazia seus discursos; o parlamento alemão que recentemente ganhou uma cúpula de vidro do arquiteto Norman Foster (para felicidade do Nando), e a Potsdamer Platz. A Potsdamer Platz foi o lugar mais marcante. Até 18 anos atrás, no lugar dessa praça passava o muro de Berlim. De um lado, a Alemanha ocidental, moderna, rica. De outro, a Alemanha oriental, pobre, desigual. Ali no lugar da praça, há não muito tempo atrás, existia apenas um vazio, um terreno aberto de terra batida preenchido por um muro e algumas barricadas e guaritas de cada lado. Agora, no lugar do muro, uma enorme avenida. E o complexo mais moderno que eu já vi, prédios todos iluminados com suas janelas voltadas para um átrium coberto por uma cúpula-escultura branca. Tipo uma cidade indoor do futuro, com cinema 3D, estação de metrô, lojas hi-tech, prédios de escritórios. E a poucos metros dali, pedaços de um muro pichado que parece peça de museu a céu aberto, mas que há nem duas décadas era a única coisa existente. É impressionante.





E por incrível que pareça, depois disso conseguimos achar algo ainda mais impressionante. O Judisches Museum Berlin é um museu dedicado à religião, raça e cultura judaica. Mas mais do que um museu, ele é uma experiência. O prédio é formado por 3 eixos, que se cruzam. O eixo principal é o da continuidade: o eixo da história dos judeus, desde o começo dos tempos até o futuro. Ele é cruzado pelos outros dois, o do holocausto e o do êxodo, que cruzaram a vida dos judeus ao longo da história.
Os corredores vão se espremendo e, quase que inconscimentemente, passamos a sentir um certo incômodo, frio, sensação de falta de rumo. Os espaços vazios que se interpõem entre os corredores têm sempre essa proposta: de trazer sensações. Numa delas, mais emocionante, um espaço tinha rostos de metal jogados no chão. Enquanto íamos passando pelos corredores do museu, víamos de janelinhas, do mais alto até o andar mais perto, esses rostos, lembrando corpos jogados numa vala comum. Mas quando chegávamos lá embaixo, na entrada do espaço, uma nota do arquiteto pedia que os visitantes pisassem em cima dos rostos. Um pouco assustador, mas quando começamos a andar por cima deles, entendemos: eram feitos de um metal pesado, que ao ser pisado batia nos outros e formava um som forte de armamento, de barras de ferro, de guerra, de cadeia. Como é que ele pensou nisso? O arquiteto, genial, chama-se Daniel Libeskind e é o mesmo que ganhou a concorrência para reconstruir as torres gêmeas de NY. Virei fã. Aliás, estou muito contente com a quantidade de ídolos que venho colecionando ultimamente.





Infelizmente conseguimos um vôo para a manhã seguinte, bem cedo. E tivemos que deixar Berlim, mas com aquele gostinho de quero mais que faz a gente voltar tantas vezes para o lugar querido, sempre com a desculpa de que faltou uma coisa pra conhecer.



Sightseeing:
Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche
Portal de Brandemburgo
Reichstag (parlamento)
Potsdamer Platz
Memorial do Holocausto
Juidisches Museum Berlin

Restaurante:
Florian

Hostel:
BaxPax Downtown

Thursday, March 06, 2008

Pré-Berlim

Gente, tá difícil eu sentar com calma e inspiração pra escrever como vocês merecem sobre a Bélgica, sobre as impressões e preparações para Berlim, sobre o caos da vida. Esta semana eu literalmente não tive tempo de me alimentar decentemente, quanto menos escrever no blog.

Estava aqui pensando o que eu poderia escrever só pra não deixar o blog sem nada por mais 3 dias, afinal hoje vamos pra Berlim.

Eis que como um milagre apareceu na minha caixa de entrada o e-mail que copio abaixo. Eu sempre recebo uns comentários divertidos sobre o Brasil, mas essa pérola eu tinha que dividir com vocês. Seria engraçado se não fosse trágico.

Bom fim de semana e até segunda!

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Dear Sirs,

I'm analysing the possibility of exporting incense to Brazil. The people in your country who i'm dealing with have told me that there are a number of taxes that would apply to my product, raising the price up tremendously (hence forcing me to drop my sale price in order to make the operation viable). I have my doubts regarding this information so I was wondering if you could help me out by confirming this to me. Below is what I was told:

In this this country taxes are very high and there is big diferences from product to product.

This are the taxes that apply to incenses (ncm 3307.41.00):


Apply over r the Cif price (prod+shipping):

Import tax: 18%

IPI : 22%

Pis: 2.2%

Confins 10.3%

Over this value (Cif price + taxes) apply ICMS of 25%

This taxes are in cascate. See the example with Cif of £100:


Cif: £100

Import tax: £18

Ipi: £22

Pis. £2.2

Cofins: £10.3

Subtotal: £152.5

ICMS :£38.12

Total: £190.62



Is this information accurate? Please let me know. Thank you very much for your help.

Tuesday, March 04, 2008

Diário de guerra - 8 dia

Ainda estamos refugiados. Agora na casa do landlord.
Landlord volta para Londres no sábado. Não sabemos pra onde iremos após essa data. O fato de estarmos indo para Berlim complicou a situação. A casa continua inabitável.
Câmbio. Desligo.