Saturday, August 30, 2008

E hoje à noite...

... vou realizar um de meus sonhos musicais.

Vejam onde eu e o bebê-baladeiro estamos indo: http://www.rfu.com/microsites/twickenham/index.cfm?StoryID=19173

:-)

Um absurdo chamado Brasil

Sexta-feira, 10 horas da manhã em Londres, 6 horas da manhã no Brasil. Meu primeiro dia de "férias" da Embaixada. Tomei café, esperei o marido sair e sentei em frente ao computador para, pela primeira vez com calma, vasculhar todos os sites de notícias possíveis para fazer notas pro Bluebus.
Comecei pelos ingleses. BBC, Telegraph, Financial Times, The Economist. Em todos eles, uma mesma novidade que me chamou a atenção como sempre chama quando se trata do Brasil: uma descoberta de cientistas brasileiros e americanos na Amazônia. Encrustados no meio do que se achava ser floresta virgem, eles encontraram vestígios de uma civilização moderna, urbana, complexa e desenvolvida, comparada nas reportagens às antigas cidades Romanas e Gregas.
Então fui procurar a notícia nos veículos brasileiros.
Nada.
Apesar de incrédula, resolvi escrever a nota pro Bluebus focando na notícia - afinal isso era o mais importante - e me segurar pra não colocar nenhum comentário maldoso sobre a mídia brasileira. Deixei pra colocar a revolta aqui.
Como é que pode? Uma notícia dessa relevância, que prova que tínhamos uma civilização, sim, e tão desenvolvida quanto as que estudamos na escola, e só falam disso fora do Brasil?
Até agora não dá pra acreditar.
Qual é o problema dos veículos de comunicação brasileiros?
Enquanto isso, na home page de um dos principais sites nacionais, uma chamada enorme, no local mais nobre da página, sobre as mulheres-frutas. A maçã, a melão, e por aí continuava. E todas com cara de travesti.
Qual é o problema do Brasil?

Friday, August 29, 2008

Quero uma mala mágica

Daquelas que você coloca tudo e o espaço nunca acaba, tipo a da Mary Poppins.

Alguém já viu alguma dessas pra vender por aí?

Tuesday, August 26, 2008

Sem ciúmes, please!

Gente, gente. Comecei a escrever pra outro site.
Estou escrevendo tanta coisa legal, mas que pena que não posso copiar nada aqui. Não fiquem com ciúmes. Daqui a pouco eu volto, é só um período de adaptação, de 2 empregos de uma vez (em dois fuso-horários), junto com mudança, bebê, compras, aluguel de apto, venda de tralhas, enfim, tudo aquilo que vocês já sabem.

Tá tudo muito bem, os dias estão passando rápido, a volta está chegando. Só tem uma coisa estranha: ainda não parei pra pensar que faltam 15 dias pra ir embora daqui. Sem saber quando volto. Estranho. Será que estou fugindo dessa encrenca?

Voltando ao assunto, o site que me roubou, entrem lá, leiam, brinquem de adivinhar quais são as minhas notas: http://www.bluebus.com.br/

:-)

Daqui a pouco eu volto.

Friday, August 22, 2008

Chegou a hora de nos despedirmos... das coisas

Quando resolvemos anunciar nossas coisas para vender, parecia se tratar de uma grande brincadeira, uma esperança de levantar verba, mas não muito real.
Aí começamos a receber e-mails de pessoas interessadas em comprar as coisas, e ficamos empolgados com o sucesso dos anúncios, mas e-mails são virtuais, são distantes. E-mail não dói.

Mas aí começamos a marcar com as pessoas de elas virem retirar as coisas, e elas realmente vieram. Quando uma atrasava, a gente, lá no fundo, ficava contente, aliviado, não ia ter que entregar nossas preciosidades pra esses aproveitadores. Mas então a campainha tocava, elas entravam, olhavam pras nossas coisas como se olha pra objetos sem história nas prateleiras de uma loja. Entregavam o dinheiro, pegavam o objeto e saíam, levando consigo um pouquinho da nossa vida aqui em Londres.

Agora o espelho com o qual, toda manhã, eu tentava enxergar minha barriga crescendo, agora faz parte de um outro banheiro.
E as caixas de som, a primeira compra que fizemos aqui em Londres, que tocaram tanta música, que embalaram tantos momentos, tantos amigos, vão animar outras festas.

Por um lado, é muito bom ver que nossas coisas serão reaproveitadas, que as suas vidas recomeçarão em outros lares ao invés de terminar abandonadas por aí. É claro que com isso renovamos a energia do nosso espaço, abrimos espaço para coisas novas, damos boas-vindas ao que está por vir.

Mas que é estranho, isso é.

Sunday, August 17, 2008

Como as ações promocionais deveriam ser

Me chamou a atenção, logo que começou a ser veiculado, um comercial do Sainsbury's com o Jamie Oliver intitulado "Feed you family for a fiver". A idéia era uma versão mais elaborada da já bem conhecida ação promocional em que a rede de varejo contrata um conhecido chef que, usando os ingredientes disponíveis nas lojas da rede, elabora receitas apetitosas.

A diferença - que fez toda a diferença - desta ação, é que todas as receitas foram elaboradas para servir 4-5 pessoas (a família, em média) e cujos preços dos ingredientes não ultrapassassem os 5 pounds. Por isso o nome, que traduzindo, seria algo como "alimente sua família por 5 paus".
Eu achei genial, porque a ação atende à razão de ser de qualquer ação promocional, que é 1) aumentar as vendas e 2) aumentar o fluxo de consumidores nas lojas, mas também oferece benefícios reais ao cliente, que são 1) variar os pratos servidos nas casas, usando novas e criativas receitas, o que faz bem pro astral da casa e também para a saúde e 2) fazer isso gastanto muito, muito pouco. Em outras palavras, economizando e desperdiçando menos comida, pois os ingredientes estão sempre disponíveis naquelas quantidades, sem ter que comprar pacotes muito maiores e deixar um monte de sobras na geladeira.

Todas as receitas elaboradas foram devidamente impressas em folhetos e colocados à disposição nas lojas. E, pra completar, um fichário feito sob medida está sendo vendido por 0,49p para ajudar a organizar os folhetinhos na cozinha. Eu, claro, já estou colecionando os meus.

E hoje, domingão, sem nem uma cebola disponível na geladeira, do que eu me lembrei? Da campanha do Sainsbury's. E lá vou eu escolher uma das receitas e comprar os ingredientes para um almoção bem gostoso por menos de 5 pounds.

A campanha funciona ou não funciona?

(Confira aqui: http://www.sainsburys.co.uk/family/tasty+ideas/feed_family_for_a_fiver/watch_jamie/feed_your_family_watch_jamie.htm)

Thursday, August 14, 2008

Jogo do contente

Este ano, pra mim, as estações serão assim: inverno, primavera, verão, primavera, verão.

:-)

Wednesday, August 13, 2008

E o assunto me persegue!

"Beber perto de casa reduz risco de acidentes - pegue essa ideia"

A Stella Artois acredita que os pubs desempenham um papel fundamental na vida dos ingleses, sobretudo dos londrinos. Todos acabam tendo o seu pub favorito, seja pela cerveja, seja pela atmosfera e os amigos que encontram lá. E nao estamos falando de pubs grandes, conhecidos. Mas sim daqueles que ficam na vizinhança e sao frequentados cotidianamente.

Partindo desta premissa, a marca de cerveja da InBev criou e está promovendo uma competiçao em que as pessoas votam no seu pub favorito através do site http://www.loveyourlocal.co.uk. O ator britânico Jason Flemyng é o garoto propaganda da empreitada. O vencedor será conhecido no fim de agosto. Vai ganhar uma plaquinha, 8,5 milhoes de libras para aprimoramento e um grande reconhecimento.

Achei a iniciativa inspiradora. Fazer com que as comunidades demonstrem o amor aos bares de bairro (vizinhos às suas residências) é também algo que promove o beber com responsabilidade. Quem bebe perto de casa volta a pé e nao causa acidentes. Uma boa pedida para o Brasil nos tempos de hoje.

(Artigo publicado no Bluebus em 13/08/08, por Paula Rizzo)

Tuesday, August 12, 2008

Assunto bom e gente inocente, a gente não pode deixar morrer!

E a lei seca? Ninguém mais falou nada. Já foi cancelada? Tá todo mundo feliz, bebendo como queria, tomando seus porres merecidos, batendo o carro quando quiser?
Ou uma turminha rara de políticos firmes e corajosos está conseguindo fazer o povo se acalmar e escolher entre beber ou dirigir? (ainda não entendi o que é tão complexo nessa decisão.)

Na verdade voltei ao assunto porque o Antonio Prata colocou no site dele, pela segunda vez, um texto com suas observações sobre o assunto, e o texto é tão bom que eu aproveitei a deixa pra reproduzir aqui, como queria ter feito da primeira vez, as minhas partes preferidas.

Quem sabe assim quem ainda está em dúvida, aceita finalmente não beber ou pegar um táxi pra casa pelo nobre motivo de salvar algumas vidas.

"Estou realmente admirado que a minha turma do bar esteja se unindo em torno de duas causas tão nobres: bombons e cáries. Claro. Afinal, exigir o direito de dirigir bêbado ninguém tem coragem. Ou tem?"

"Então preferíamos, em vez de nos apegarmos ao texto da lei, nos focar em seu princípio – não sei se por nossa grande capacidade de abstração ou se simplesmente por preguiça –: “pode beber, mas não muito”. Ou seja, pegávamos o limite de dois chopes ou uma taça, adicionávamos o chorinho que acreditávamos caber a cada um de nós e lá se iam 30 mil vidas, a cada ano. Agora, não tem mais chorinho nem vela. Bebeu um chope, adeus carro. Que país é esse, minha gente?!"

"Uma associação de bares e restaurantes está ameaçando entrar com ação na justiça, para garantir o direito inalienável de seus clientes atropelarem pedestres e chocarem-se contra Kombis escolares na contra-mão. Maravilha. A Kopenhagen e a Johsons, quem sabe, também vão fazer a mesma coisa.Enquanto isso não acontece, no entanto, sugiro outra alteração na 11.705, para que ela não seja assim tão contrária à nossa natureza, à nossa cultura: cadeia diferenciada, dependendo da bebida que tiver sido ingerida pelo motorista."

"A que quantidade de álcool permitida, no entanto é um detalhe ínfimo, diante da boa notícia de que, finalmente, beber e dirigir vai se tornar um crime de verdade e que milhares de vidas serão poupadas. (Milhares, aqui, não é força de expressão. São mais de trinta mil mortos por ano, no trânsito. Boa parte dos acidentes, causados por motoristas bêbados).Acho estranho tanto fervor na defesa de um chopinho e uma tacinha. E na vidinha, não vai nada?"

Sunday, August 10, 2008

Faça o que eu digo, não o que eu faço

Ok, fora de contexto total, mas levando em conta que o tema central deste blog vai ficar pra trás quando eu levantar vôo daqui a um mês, bom, então eu já me sinto mais livre pra falar de outros assuntos. Principalmente deste pequeno assunto, tão pequeno mas tão importante, que cresce a um ritmo frenético aqui dentro do meu agora barrigão.

Vejam só a lista que encontrei hoje. Meu comentário sobre ela: ha ha ha.

"Twenty things you should do before you try to get pregnant

Fuel up on folic acid
Just say no to partying
Give that cup of joe the heave-ho
Get your weight in check
Stock your fridge with healthy foods
Create and follow an exercise program
See your dentist
Get in touch with your medical roots
Schedule a preconception visit
Figure out when you ovulate
Call your health insurance company
Make an appointment with a financial adviser
Get in touch with your mental health
Avoid infections
Eliminate environmental dangers
Think your decision through
Tell a friend
Buy something sexy
Toss your birth control
Take a (safe) ride on the wild side"

Bom, ao menos vocês não vão poder dizer que não foram avisados.

:P

Friday, August 08, 2008

São Paulo X Londres, por outro ponto de vista

A comparação entre essas duas cidades é o tema mais óbvio deste blog. Tão óbvio que não dá pra eu ignorar uma matéria, publicada numa revista brasileira, escrita por um inglês, com o título "Separadas no nascimento". Hein? Eu tinha que tentar entender. Não concordo, mas, digamos, a teoria tem seu valor. E me deixou com uma pontinha de orgulho por mostrar o lado bonito e otimista da história, que é bem o que eu estava precisando a um mês de chegar de volta a essa cidade maluca que é São Paulo :-)

"Separadas no nascimento

Um jornalista britânico diz por que Sampa e Londres são tão iguais e tão diferentes

Tive uma linda visão de São Paulo, noite dessas, do alto de uma favelinha do Jaguaré. Eram 10 da noite, mas a Marginal Pinheiros ainda fremia com as luzes dos carros e os arranha-céus brilhavam como num filme de ficção científica. Jorge, o menino que me mostrou o lugar, disse-me que os pores-do-sol eram ainda mais legais. Todos falam que São Paulo é feia. Mas à noite, atravessando a nova Ponte Estaiada ou a Avenida Paulista, o que se vê é um lugar de beleza futurística.
Na Europa, São Paulo é vista como uma cidade que conta, um lugar supercool. Os paulistanos parecem não concordar. Estão ocupados demais a seus volantes em mais um congestionamento a caminho da próxima reunião (ou vice-versa), ou à terapia. São Paulo é sempre mais cool quando procura não sê-lo. O hotel Maksoud Plaza possui mais personalidade - e alma - que o Unique. O restaurante Tako, na Liberdade, serve melhor comida que o Spot com todas as suas celebridades. A atmosfera relaxada, totalmente isenta de afetação do Bar do Giba, em Moema, ou do Genésio, na Vila Madalena, é onde São Paulo melhor se mostra.
E Londres? É a cidade mais cosmopolita da Terra. São Paulo é um pouco japonesa, mas Londres não se identifica apenas com sua gigantesca comunidade indiana como também com a polonesa. Com a grega. Com a brasileira. O Carnaval de Notting Hill, todo agosto, é o maior festival das Índias Ocidentais do mundo. Na feira da Ridley Road, em Dalston, podem-se comprar produtos da Turquia, de Bangladesh e de vários países da África.
Londres tem um metrô que vai a qualquer lugar e motoristas de táxi que sabem onde ficam os destinos dos passageiros. E - perdão - londrinos têm infinitamente mais estilo que os paulistanos. Seja no Mercado de Spitalfields, nas pequenas e loucas butiques de Brick Lane, seja nas barganhas das lojas Primark ou Top Shop, da Oxford Street, as roupas de Londres são mais bem desenhadas, cortadas, costuradas - e mais baratas. Uma marca como a Osklen, digamos, pode apenas competir no atendimento das lojas - que é sempre melhor no Brasil.
São Paulo tem melhores restaurantes. Londres, mais variedade e ótimos tailandeses, japoneses e indianos. E ninguém come mais fish & chips, embora o Upper St. Fish Shop, em Islington, os faça bem. Londres é também uma cidade onde pedestres são mais que aquilo que às vezes passa na frente do seu carro. São Paulo tem seu Ibirapuera (e nele os museus MAM e a Oca), mas em Londres pode-se andar na margem do Tamisa por horas, passar pela Tate Modern, pelo Museu do Design e pela Ponte do Milênio sem sair da mesma via. Londres não é tão segura como se diz - houve cerca de 50 esfaqueamentos fatais neste ano, por exemplo. Mas é bem mais tranqüila que São Paulo. Londrinos, temos excelentes maneiras: se você ligar para um, ele ligará de volta; se você marcar um encontro ele não chegará uma hora mais tarde.
Mas os paulistanos são positivos. Trabalham duro e sabem como aproveitar a vida. Comem em horas civilizadas e não se preocupam com o horário em que voltarão para o trabalho ou para casa.
Londres, apesar de tão cosmopolita, às vezes dá a sensação de perder tempo querendo ter mais de tudo que já tem. Como se ignorássemos a frase do diário de Samuel Pepys: "Quando alguém está cansado de Londres, está cansado de viver".
São Paulo é uma cidade muito dinâmica num país que muda bem mais rápido do que percebemos. Como se vê na incrivelmente vibrante Rua Santa Ifigênia e suas lojas de faça-você-mesmo-o-seu-PC. Até as favelinhas têm internet agora."



*Dom Phillips, inglês, 43 anos, trocou Londres por São Paulo, mas ainda não sabe chegar a seus compromissos uma hora após o horário marcado. Escreve para a revista Heat e para o jornal The Times.
Por: Dom Phillips Foto: J. L. Stephan (esq.)/divulgação (dir.)Matéria publicada na Revista Viagem e Turismo

Wednesday, August 06, 2008

O que levo de Londres comigo

Oh vida, oh céus. Como não estou achando suficiente estar nervosa com a gravidez, a mudança (de casa, de país, de vida, de tudo), a ansiedade por uma segurança financeira, a mudança (esqueci de citar as malas), a carência, as saudades, etc etc etc, resolvi também escolher este momento pra refletir sobre o que quero fazer da minha vida. Afinal de contas, já que é pra surtar, que seja de verdade. Certo?

Pois então.

Foi só quando cheguei em Londres, um ano e meio atrás, que levei o choque do Marketing verde e comecei a entender as suas dimensões. Aliás, eu nem gosto de chamar de Marketing verde porque pra mim, vai muito além disso. A parte ambiental desse movimento todo é só uma pequena partezinha de uma coisa muito maior, que não tem nome, mas que eu chamaria de "Marketing do bem". Nem sempre as campanhas que me transmitem essa mensagem estão focadas na preservação do meio ambiente - muitas vezes são apelos sociais diversos ou apenas novas formas, mais gentis e respeitosas, de se falar com o consumidor. Faz tempo que eu tenho percebido esse novo "tom", muito sutil, nas campanhas por aqui: um tom de respeito, um tom de quem fala com alguém de igual pra igual. Exemplo disso era uma campanha da Virgin Media que chamou a minha atenção e a de meus colegas de curso, que explicava timtim por timtim como funcionava a conexão de fibra óptica e porque ela era melhor. O anúncio só tinha texto, era relativamente técnico, e ficou marcado na minha memória como um dos melhores que já vi.

É claro que nenhuma dessas campanhas está livre de interesses, afinal ninguém gasta dinheiro apenas para ser gentil (pelo menos não as instituições lucrativas). Mas sim, continuo vendo isso como uma onda "do bem" pois, interesses à parte, todo mundo sai ganhando. Não há problema em haver interesses se ambos os lados estão sendo beneficiados, e se a campanha é honesta. Essa onda me despertou um otimismo em relação à publicidade e marketing que eu nunca havia sentido, uma nova forma de enxergar esse mercado do qual por acaso eu participo, mas desta vez uma forma empolgante, honesta, verdadeira, uma razão de ser maior para se dedicar de corpo e alma a um trabalho e não apenas pra ganhar dinheiro e ir dormir com dor na consciência por estar dando mais dinheiro pra quem já tem e não fazendo nada de bom pra ninguém. É, eu sofri bastante desse mal de consciência no meu passado profissional.

Além disso, acredito que mesmo havendo interesses financeiros por trás de campanhas "boazinhas", muitas vezes os lucros não estão diretamente envolvidos. Mas isso não anula, de forma alguma, o retorno positivo e futuro em termos de imagem e aprovação do consumidor. Afinal, isso é inteligência. É ir muito além do próprio umbigo, é aprender de uma vez por todas que o interesse coletivo faz o ambiente como um todo muito melhor e volta para o indíviduo, mas de forma muito mais gratificante - e permanente. Como explicar a campanha do Transport for London (a empresa responsável pela administração do transporte público em Londres), que espalhou cartazes dentro dos ônibus, nos pontos e nos metrôs incentivando as pessoas a usar mais a bicicleta, a caminhar, a descer 1 ou 2 pontos (ou estações) antes e terminar o trajeto a pé? Porque eles fariam isso? Suícidio? Não. Empatia com o público. A gente vê os cartazes e pensa "que caras legais". Mas tem outra coisa: as pessoas já perceberam que não existe crescimento de receita eterna, poço sem fundo. Existe um ponto de equilíbrio, um tamanho certo para cada empresa, na qual elas chegam e a partir de então, mudam o foco para manter-se do mesmo tamanho porém cada vez mais excelentes em seus serviços ou produtos, mais sustentável, mais em sintonia com o mercado e tendências e comportamento do consumidor. Mas por que parar de crescer? Porque o mundo não suporta mais todo mundo querendo ser mais rico, melhor, maior. As coisas só vão chegar perto do ideal quando ficar cada um no seu lugar e respeitando os limites, crescemndo em qualidade e não mais em tamanho.

Depois de me recuperar dessa surpresa toda, de ter encontrado uma filosofia "do bem" tão desenvolvida por aqui, de ter encontrado, enfim, uma forma de trabalhar na área que escolhi respeitando meus princípios, achei que finalmente poderia ser feliz no meu trabalho. Mas e aí? Cadê as empresas que pensam assim? Como é que eu encontro os meus iguais? Continuo esbarrando o tempo todo com gente que acha que produto reciclável, orgânico ou biodegradável é "frescura". Continuo esbarrando com gente que se refere ao próprio público consumidor com desprezo e ar de superioridade. Continuo vendo, aos montes, gente que só quer saber de receber seu salário e ir pra casa no final do dia, como se o que faz nas 8 horas de trabalho fosse algo completamente sem importância. Procurei cursos especializados em MKT verde, procurei cursos especializados em MKT social, procurei cursos especializados em MKT do bem. Mas não tem.

Eu tive um diretor uma vez que dizia que deveríamos colocar, nas lojas do nosso cliente (que oferecia "serviços financeiros" - empréstimos - pra classe C e D), um consultor ajudando as pessoas e verificando se elas precisavam mesmo de empréstimos ou se não era só uma questão de reorganizar o orçamento. Ninguém deu importância pra essa idéia que, na minha opinião, se tivesse sido colocada em prática quando foi lançada teria transformado a empresa em revolucionária e líder absoluta, sem contar o grau de fidelidade que agora teriam seus consumidores.

Eu quero vender carro dizendo pras pessoas caminharem mais. Eu quero vender TV falando que nada susbstitui o pôr do sol ao vivo. Eu quero ser gentil com meus consumidores, que eles tenham razões verdadeiras para confiar em mim. Mas, como em todo o começo de revolução, estou perdida à procura dos meus companheiros, sem saber por onde começar.

Tuesday, August 05, 2008

Sobre o post abaixo

Isso porque a gente já mandou 4 malas pro Brasil através das nossas recentes - e pobrezinhas - visitas, que foram descaradamente exploradas por nós, os maníacos da mudança.

O desafio da semana

Como fazer para colocar, em quatro malas (duas pra cada um), os itens abaixo:

- Um quadro grande, de 100 x 80cm
- 2 quadrinhos pequenos, porém com vidro
- 1 tubo daqueles que lojinhas de museu usam pra embalar pôsteres que você compra e nunca enquadra
- Todas as suas roupas
- Todas as roupas do seu marido
- Todos os sapatos, seus e do marido
- Todos os livros
- Todas as pastas de arquivos de documentos que você organizou e colocou em ordem alfabética com tanto carinho
- Todos os itens de banheiro que, obviamente, você não quer jogar fora (as mulheres vão me entender... imaginem 1 ano e meio de creminhos importados sendo colecionados)
- 2 edredons de plumas de casal bem, mas bem, fofinhos
- 4 travesseiros igualmente grandes e fofinhos
- 2 jogos de cama
- Muitas toalhas
- Alguns itens de cozinha (aqueles que você ama e custam uma fortuna comprar de novo no Brasil... além do quê, ocupam pouco espaço mesmo)
- Laptop e HD externo
- 1 carrinho de bebê
- 1 berço portátil de bebê
- Outras coisas de bebê que ainda nem sabemos que existem, mas que vamos acabar comprando porque, afinal, vale muuuuito a pena.

Quem conseguir resolver este desafio, ganha um presente de Londres. A gente deixa até escolher. Desde que caiba na mala de mão.

Sunday, August 03, 2008

Cantar e cantar

Já que o assunto é música, e que o Rodolfo bem lembrou de Sam Sparro, outro cantor que anda aparecendo nas paradas por aqui, resolvi prolongar a sessão dicas musicais mais um pouquinho e terminar o fim de semana com muita música e alto astral.

Com vcs, "Black and Gold" de Sam Sparro e "Chasing Pavements" de Adele - este último clip especialmente bacana com um jogo de sombras fenomenal.



Saturday, August 02, 2008

Música para os ouvidos

Nada melhor pra quebrar o silêncio de um blog do que música.

Enquanto o branco não passa, enquanto as malas são feitas, enquanto planos são executados e armários são esvaziados - é que estas estão sendo nossas atividades do fim de semana - deixo vocês com um pedacinho gostoso do que temos escutado nesta tarde de sábado com clips dos top 40 rolando na TV.



Esta música até podia entrar na lista das "músicas fofas e felizes" dos comerciais da Apple. Mas não é. Será que eu estrago a graça se eu disser que é do desodorante Rexona? Ops, falei.