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Sunday, August 17, 2008

Como as ações promocionais deveriam ser

Me chamou a atenção, logo que começou a ser veiculado, um comercial do Sainsbury's com o Jamie Oliver intitulado "Feed you family for a fiver". A idéia era uma versão mais elaborada da já bem conhecida ação promocional em que a rede de varejo contrata um conhecido chef que, usando os ingredientes disponíveis nas lojas da rede, elabora receitas apetitosas.

A diferença - que fez toda a diferença - desta ação, é que todas as receitas foram elaboradas para servir 4-5 pessoas (a família, em média) e cujos preços dos ingredientes não ultrapassassem os 5 pounds. Por isso o nome, que traduzindo, seria algo como "alimente sua família por 5 paus".
Eu achei genial, porque a ação atende à razão de ser de qualquer ação promocional, que é 1) aumentar as vendas e 2) aumentar o fluxo de consumidores nas lojas, mas também oferece benefícios reais ao cliente, que são 1) variar os pratos servidos nas casas, usando novas e criativas receitas, o que faz bem pro astral da casa e também para a saúde e 2) fazer isso gastanto muito, muito pouco. Em outras palavras, economizando e desperdiçando menos comida, pois os ingredientes estão sempre disponíveis naquelas quantidades, sem ter que comprar pacotes muito maiores e deixar um monte de sobras na geladeira.

Todas as receitas elaboradas foram devidamente impressas em folhetos e colocados à disposição nas lojas. E, pra completar, um fichário feito sob medida está sendo vendido por 0,49p para ajudar a organizar os folhetinhos na cozinha. Eu, claro, já estou colecionando os meus.

E hoje, domingão, sem nem uma cebola disponível na geladeira, do que eu me lembrei? Da campanha do Sainsbury's. E lá vou eu escolher uma das receitas e comprar os ingredientes para um almoção bem gostoso por menos de 5 pounds.

A campanha funciona ou não funciona?

(Confira aqui: http://www.sainsburys.co.uk/family/tasty+ideas/feed_family_for_a_fiver/watch_jamie/feed_your_family_watch_jamie.htm)

Wednesday, August 13, 2008

E o assunto me persegue!

"Beber perto de casa reduz risco de acidentes - pegue essa ideia"

A Stella Artois acredita que os pubs desempenham um papel fundamental na vida dos ingleses, sobretudo dos londrinos. Todos acabam tendo o seu pub favorito, seja pela cerveja, seja pela atmosfera e os amigos que encontram lá. E nao estamos falando de pubs grandes, conhecidos. Mas sim daqueles que ficam na vizinhança e sao frequentados cotidianamente.

Partindo desta premissa, a marca de cerveja da InBev criou e está promovendo uma competiçao em que as pessoas votam no seu pub favorito através do site http://www.loveyourlocal.co.uk. O ator britânico Jason Flemyng é o garoto propaganda da empreitada. O vencedor será conhecido no fim de agosto. Vai ganhar uma plaquinha, 8,5 milhoes de libras para aprimoramento e um grande reconhecimento.

Achei a iniciativa inspiradora. Fazer com que as comunidades demonstrem o amor aos bares de bairro (vizinhos às suas residências) é também algo que promove o beber com responsabilidade. Quem bebe perto de casa volta a pé e nao causa acidentes. Uma boa pedida para o Brasil nos tempos de hoje.

(Artigo publicado no Bluebus em 13/08/08, por Paula Rizzo)

Friday, August 08, 2008

São Paulo X Londres, por outro ponto de vista

A comparação entre essas duas cidades é o tema mais óbvio deste blog. Tão óbvio que não dá pra eu ignorar uma matéria, publicada numa revista brasileira, escrita por um inglês, com o título "Separadas no nascimento". Hein? Eu tinha que tentar entender. Não concordo, mas, digamos, a teoria tem seu valor. E me deixou com uma pontinha de orgulho por mostrar o lado bonito e otimista da história, que é bem o que eu estava precisando a um mês de chegar de volta a essa cidade maluca que é São Paulo :-)

"Separadas no nascimento

Um jornalista britânico diz por que Sampa e Londres são tão iguais e tão diferentes

Tive uma linda visão de São Paulo, noite dessas, do alto de uma favelinha do Jaguaré. Eram 10 da noite, mas a Marginal Pinheiros ainda fremia com as luzes dos carros e os arranha-céus brilhavam como num filme de ficção científica. Jorge, o menino que me mostrou o lugar, disse-me que os pores-do-sol eram ainda mais legais. Todos falam que São Paulo é feia. Mas à noite, atravessando a nova Ponte Estaiada ou a Avenida Paulista, o que se vê é um lugar de beleza futurística.
Na Europa, São Paulo é vista como uma cidade que conta, um lugar supercool. Os paulistanos parecem não concordar. Estão ocupados demais a seus volantes em mais um congestionamento a caminho da próxima reunião (ou vice-versa), ou à terapia. São Paulo é sempre mais cool quando procura não sê-lo. O hotel Maksoud Plaza possui mais personalidade - e alma - que o Unique. O restaurante Tako, na Liberdade, serve melhor comida que o Spot com todas as suas celebridades. A atmosfera relaxada, totalmente isenta de afetação do Bar do Giba, em Moema, ou do Genésio, na Vila Madalena, é onde São Paulo melhor se mostra.
E Londres? É a cidade mais cosmopolita da Terra. São Paulo é um pouco japonesa, mas Londres não se identifica apenas com sua gigantesca comunidade indiana como também com a polonesa. Com a grega. Com a brasileira. O Carnaval de Notting Hill, todo agosto, é o maior festival das Índias Ocidentais do mundo. Na feira da Ridley Road, em Dalston, podem-se comprar produtos da Turquia, de Bangladesh e de vários países da África.
Londres tem um metrô que vai a qualquer lugar e motoristas de táxi que sabem onde ficam os destinos dos passageiros. E - perdão - londrinos têm infinitamente mais estilo que os paulistanos. Seja no Mercado de Spitalfields, nas pequenas e loucas butiques de Brick Lane, seja nas barganhas das lojas Primark ou Top Shop, da Oxford Street, as roupas de Londres são mais bem desenhadas, cortadas, costuradas - e mais baratas. Uma marca como a Osklen, digamos, pode apenas competir no atendimento das lojas - que é sempre melhor no Brasil.
São Paulo tem melhores restaurantes. Londres, mais variedade e ótimos tailandeses, japoneses e indianos. E ninguém come mais fish & chips, embora o Upper St. Fish Shop, em Islington, os faça bem. Londres é também uma cidade onde pedestres são mais que aquilo que às vezes passa na frente do seu carro. São Paulo tem seu Ibirapuera (e nele os museus MAM e a Oca), mas em Londres pode-se andar na margem do Tamisa por horas, passar pela Tate Modern, pelo Museu do Design e pela Ponte do Milênio sem sair da mesma via. Londres não é tão segura como se diz - houve cerca de 50 esfaqueamentos fatais neste ano, por exemplo. Mas é bem mais tranqüila que São Paulo. Londrinos, temos excelentes maneiras: se você ligar para um, ele ligará de volta; se você marcar um encontro ele não chegará uma hora mais tarde.
Mas os paulistanos são positivos. Trabalham duro e sabem como aproveitar a vida. Comem em horas civilizadas e não se preocupam com o horário em que voltarão para o trabalho ou para casa.
Londres, apesar de tão cosmopolita, às vezes dá a sensação de perder tempo querendo ter mais de tudo que já tem. Como se ignorássemos a frase do diário de Samuel Pepys: "Quando alguém está cansado de Londres, está cansado de viver".
São Paulo é uma cidade muito dinâmica num país que muda bem mais rápido do que percebemos. Como se vê na incrivelmente vibrante Rua Santa Ifigênia e suas lojas de faça-você-mesmo-o-seu-PC. Até as favelinhas têm internet agora."



*Dom Phillips, inglês, 43 anos, trocou Londres por São Paulo, mas ainda não sabe chegar a seus compromissos uma hora após o horário marcado. Escreve para a revista Heat e para o jornal The Times.
Por: Dom Phillips Foto: J. L. Stephan (esq.)/divulgação (dir.)Matéria publicada na Revista Viagem e Turismo

Wednesday, August 06, 2008

O que levo de Londres comigo

Oh vida, oh céus. Como não estou achando suficiente estar nervosa com a gravidez, a mudança (de casa, de país, de vida, de tudo), a ansiedade por uma segurança financeira, a mudança (esqueci de citar as malas), a carência, as saudades, etc etc etc, resolvi também escolher este momento pra refletir sobre o que quero fazer da minha vida. Afinal de contas, já que é pra surtar, que seja de verdade. Certo?

Pois então.

Foi só quando cheguei em Londres, um ano e meio atrás, que levei o choque do Marketing verde e comecei a entender as suas dimensões. Aliás, eu nem gosto de chamar de Marketing verde porque pra mim, vai muito além disso. A parte ambiental desse movimento todo é só uma pequena partezinha de uma coisa muito maior, que não tem nome, mas que eu chamaria de "Marketing do bem". Nem sempre as campanhas que me transmitem essa mensagem estão focadas na preservação do meio ambiente - muitas vezes são apelos sociais diversos ou apenas novas formas, mais gentis e respeitosas, de se falar com o consumidor. Faz tempo que eu tenho percebido esse novo "tom", muito sutil, nas campanhas por aqui: um tom de respeito, um tom de quem fala com alguém de igual pra igual. Exemplo disso era uma campanha da Virgin Media que chamou a minha atenção e a de meus colegas de curso, que explicava timtim por timtim como funcionava a conexão de fibra óptica e porque ela era melhor. O anúncio só tinha texto, era relativamente técnico, e ficou marcado na minha memória como um dos melhores que já vi.

É claro que nenhuma dessas campanhas está livre de interesses, afinal ninguém gasta dinheiro apenas para ser gentil (pelo menos não as instituições lucrativas). Mas sim, continuo vendo isso como uma onda "do bem" pois, interesses à parte, todo mundo sai ganhando. Não há problema em haver interesses se ambos os lados estão sendo beneficiados, e se a campanha é honesta. Essa onda me despertou um otimismo em relação à publicidade e marketing que eu nunca havia sentido, uma nova forma de enxergar esse mercado do qual por acaso eu participo, mas desta vez uma forma empolgante, honesta, verdadeira, uma razão de ser maior para se dedicar de corpo e alma a um trabalho e não apenas pra ganhar dinheiro e ir dormir com dor na consciência por estar dando mais dinheiro pra quem já tem e não fazendo nada de bom pra ninguém. É, eu sofri bastante desse mal de consciência no meu passado profissional.

Além disso, acredito que mesmo havendo interesses financeiros por trás de campanhas "boazinhas", muitas vezes os lucros não estão diretamente envolvidos. Mas isso não anula, de forma alguma, o retorno positivo e futuro em termos de imagem e aprovação do consumidor. Afinal, isso é inteligência. É ir muito além do próprio umbigo, é aprender de uma vez por todas que o interesse coletivo faz o ambiente como um todo muito melhor e volta para o indíviduo, mas de forma muito mais gratificante - e permanente. Como explicar a campanha do Transport for London (a empresa responsável pela administração do transporte público em Londres), que espalhou cartazes dentro dos ônibus, nos pontos e nos metrôs incentivando as pessoas a usar mais a bicicleta, a caminhar, a descer 1 ou 2 pontos (ou estações) antes e terminar o trajeto a pé? Porque eles fariam isso? Suícidio? Não. Empatia com o público. A gente vê os cartazes e pensa "que caras legais". Mas tem outra coisa: as pessoas já perceberam que não existe crescimento de receita eterna, poço sem fundo. Existe um ponto de equilíbrio, um tamanho certo para cada empresa, na qual elas chegam e a partir de então, mudam o foco para manter-se do mesmo tamanho porém cada vez mais excelentes em seus serviços ou produtos, mais sustentável, mais em sintonia com o mercado e tendências e comportamento do consumidor. Mas por que parar de crescer? Porque o mundo não suporta mais todo mundo querendo ser mais rico, melhor, maior. As coisas só vão chegar perto do ideal quando ficar cada um no seu lugar e respeitando os limites, crescemndo em qualidade e não mais em tamanho.

Depois de me recuperar dessa surpresa toda, de ter encontrado uma filosofia "do bem" tão desenvolvida por aqui, de ter encontrado, enfim, uma forma de trabalhar na área que escolhi respeitando meus princípios, achei que finalmente poderia ser feliz no meu trabalho. Mas e aí? Cadê as empresas que pensam assim? Como é que eu encontro os meus iguais? Continuo esbarrando o tempo todo com gente que acha que produto reciclável, orgânico ou biodegradável é "frescura". Continuo esbarrando com gente que se refere ao próprio público consumidor com desprezo e ar de superioridade. Continuo vendo, aos montes, gente que só quer saber de receber seu salário e ir pra casa no final do dia, como se o que faz nas 8 horas de trabalho fosse algo completamente sem importância. Procurei cursos especializados em MKT verde, procurei cursos especializados em MKT social, procurei cursos especializados em MKT do bem. Mas não tem.

Eu tive um diretor uma vez que dizia que deveríamos colocar, nas lojas do nosso cliente (que oferecia "serviços financeiros" - empréstimos - pra classe C e D), um consultor ajudando as pessoas e verificando se elas precisavam mesmo de empréstimos ou se não era só uma questão de reorganizar o orçamento. Ninguém deu importância pra essa idéia que, na minha opinião, se tivesse sido colocada em prática quando foi lançada teria transformado a empresa em revolucionária e líder absoluta, sem contar o grau de fidelidade que agora teriam seus consumidores.

Eu quero vender carro dizendo pras pessoas caminharem mais. Eu quero vender TV falando que nada susbstitui o pôr do sol ao vivo. Eu quero ser gentil com meus consumidores, que eles tenham razões verdadeiras para confiar em mim. Mas, como em todo o começo de revolução, estou perdida à procura dos meus companheiros, sem saber por onde começar.

Sunday, August 03, 2008

Cantar e cantar

Já que o assunto é música, e que o Rodolfo bem lembrou de Sam Sparro, outro cantor que anda aparecendo nas paradas por aqui, resolvi prolongar a sessão dicas musicais mais um pouquinho e terminar o fim de semana com muita música e alto astral.

Com vcs, "Black and Gold" de Sam Sparro e "Chasing Pavements" de Adele - este último clip especialmente bacana com um jogo de sombras fenomenal.



Saturday, August 02, 2008

Música para os ouvidos

Nada melhor pra quebrar o silêncio de um blog do que música.

Enquanto o branco não passa, enquanto as malas são feitas, enquanto planos são executados e armários são esvaziados - é que estas estão sendo nossas atividades do fim de semana - deixo vocês com um pedacinho gostoso do que temos escutado nesta tarde de sábado com clips dos top 40 rolando na TV.



Esta música até podia entrar na lista das "músicas fofas e felizes" dos comerciais da Apple. Mas não é. Será que eu estrago a graça se eu disser que é do desodorante Rexona? Ops, falei.

Tuesday, July 22, 2008

Haja coragem

É aqui que estou


(foto tirada ontem do estacionamento do Sainsburys em Londres. Esse supermercado está no centro da cidade - e eram umas 10 da noite quando a foto foi tirada.)


E é pra lá que eu vou


(foto tirada ontem em São Paulo)

Monday, July 21, 2008

Família vende tudo

Numa cópia descarada da Paula e do Felipe, que se mudam daqui a pouco da Califórnia para NY e estão vendendo seus partences, resolvemos fazer um blog para anunciar nossas preciosidades também.
Não é porque estamos vendendo não, mas é uma idéia brilhante: a gente não precisa perder um monte de dinheiro só porque está mudando, as pessoas que estão chegando podem mobiliar suas casas gastando muito menos e, principalmente, tudo se reaproveita.

Se alguém aí estiver de mudança pra Londres ou conhecer gente em Londres pra quem possa espalhar o blog, aqui está: Moving Sale London.

O mesmo vale pra Califórnia, lá já tem o link pro moving sale deles. E se você estiver mudando e vendendo as suas coisas... faz um blog que a gente linka!

Tuesday, July 15, 2008

Balanço

O que quero levar pro Brasil de qualquer jeito:

- Minha casa.
- Meu bairro.
- Os ônibus de 2 andares.
- O corredor de chocolates do Sainsburys.
- Todos os supermercadinhos fofos de orgânicos.
- Todas as lojas de cosméticos, e também as seções de cosméticos das lojinhas fofas.
- A Selfridge's inteira.
- As calçadas pra eu caminhar, os ônibus e metrôs pra eu não precisar de carro, os parques pra eu continuar vendo o céu.
- A Gap. Mas se não der pra levá-la inteira, eu fico feliz só com a seção de grávidas.
- Os musicais.
- O rio, ah, o rio. Com suas águas limpas, pontes centenárias... ah, o rio.
- Os preços das passagens aéreas pro resto da europa.
- O trem pra Paris.


O que eu mal posso esperar pra ter de volta:

- Minha família, ai que saudade.
- Meus amigos, ai que saudade.
- A comidinha de casa, o bolinho de arroz da Ví, as frutas, hummmm as frutas.
- O que me faz lembrar das mangas de Guaecá. Ai meu Deus.
- Guaecá.
- Praia.
- Sol (o de verdade, que esquenta e bronzeia).
- Andar descalça na grama.
- Andar de havaianas na cidade (sem sentir frio nos dedinhos do pé).
- Cinema. Por algum motivo obscuro a gente não vai quase nunca aqui e ia todo fim de semana no Brasil.
- Férias. É, pela primeira vez na vida terei looongas férias remuneradas. E viva a licença-maternidade européia!
- Online banking brasileiro. Apesar do nome gringo, é infinitamente mais evolúido na terrinha.
- Cabelereiro. Manicure. Pedicure. Massagem.
- Churrasco + sambão. (Dá pra acreditar, vindo de uma semi-vegetariana fã de rock?)
- O céu azul, apesar de os prédios de São Paulo não deixarem a gente ver direito.
- Comer fora.
- Gibi da turma da Mônica.

Update - COMO FOI que eu fui me esquecer disso???:

- Restaurante japonês bom e acessível.
- Palmito!!! (thanks, Marys!)
- O BÓRIS!!!!

Começou a despedida

SIM, eu sou dramática. E como boa dramática, começou a choradeira. Faltam menos de dois meses para irmos pro Brasil. E desta vez, pra ficar, sem Londres esperando a gente quando as férias acabarem.

Eu sei, eu sei. Quantas vezes repeti que nada superava o Brasil, com seu sol, seu clima e suas pessoas. E continuo achando isso. Mas é que é difícil se despedir de uma cidade linda, na qual passamos 1 ano e meio com um balanço bastante positivo. Bom, o fato de ser verão por aqui também ajuda a doer um pouquinho mais (se fosse inverno eu já teria adiantado a passagem).

Saber que estou indo embora está me dando uma visão diferente de tudo. Aliás, engraçado pensar nas tantas formas com que já enxerguei esta cidade.

Ontem foi uma noite especial. Nosso primeiro aniversário de casamento e fizemos um programa delicioso e bem londrino. Antes de me encontrar no final da tarde, o Ricardo passou no Whole Foods Market - um supermercado só de orgânicos - e comprou dois sanduichões e duas sobremesas. Colocou na sacola térmica, seguiu viagem pelo ônibus que circunda o Hyde Park e desceu aqui na Park Lane pra me encontrar na Embaixada.
Fomos juntos pro parque, alugamos duas espreguiçadeiras, abrimos nossos sanduíches e jantamos com os pés descalços na grama, o maior solzão das 7 da noite e circundados por famílias, grupos de amigos e solitários em geral que tiveram a mesma idéia.

Terminado o jantar, lá vamos nós pro metrô - algumas estações e já estávamos em Piccadilly, com suas hordas de turistas, seus teatros, sua vida que não pára. A peça a que fomos assistir vocês já sabem, está no post anterior.
Saindo do teatro, ainda fomos tomar um sorvete na Leicester Square. Pra quem não conhece, essa é a praça do cinema de Londres, com as mãos dos famosos estampadas nas calçadas e onde acontecem as premiéres dos principais filmes. Por que é que eu só fui descobrir que essa praça fica lotada de gente até mesmo às segundas-feiras tarde da noite? Teria me salvado de muitos fins de tarde tediosos.
Acho que de tão turístico, o programa me fez ter uma sensação de aproveitar a cidade como se eu estivesse de férias, sem compromisso, sem problemas. Curtindo Londres de uma forma diferente.
Tá aí. Acho que fingir umas férias no meio da rotina, mesmo que na cidade onde vivemos, dá um gostinho mais doce na vida.

Entramos no ônibus pra voltar pra casa, o ônibus preferido, o 23. Ele saiu de Piccadilly, passou pela Regent Street com suas construções imponentes. Lembro que a primeira vez que fiz esse caminho fiquei impressionada por essa rua iluminada à noite, suas lojas chiques, suas fachadas centenárias. Depois Oxford Street, o cantinho do Marble Arch que virou meu cantinho tão conhecido, por onde passo um monte de vezes todos os dias, a esquina mais conhecida de Londres pra mim. O Hyde Park, a Edgware Road forrada de mesas nas calçadas, mulheres de burka e letreiros indecifráveis.
E então Notting Hill, com suas casinhas chiques, seus jardins, seu clima de bairro tranquilo e descontraído...

Isso tudo já faz tanta parte de mim que vai ser muito estranho pegar o avião pra não voltar mais a fazer esse caminho.
Acho que um dia vou voltar pra Londres, pegar o 23 e chegar em Ladbroke Grove só pra relembrar. São essas lembranças, e não a do Big Ben, que vão ficar.

Mas enquanto isso, enquanto ainda estou aqui, vou sair pra almoçar, passar pelo cantinho do Marble Arch, pegar meu sanduíche e quem sabe comer no Hyde Park, sem pensar no que vou perder e nem no que me espera, apenas no que acontece agora. Usar toda essa emoção para o presente, não pensar em passado nem futuro. A vida é agora, agora ainda é Londres, e o Brasil será muito bem-vindo quando chegar de novo na minha vida.
Mas pode esperar mais um pouquinho.

Monday, July 14, 2008

MAMMA MIA!

Tá aí um exemplo de peça montada em cima de músicas que deu certo. Depois do fracasso de "We will rock you" (com músicas do Queen), Mamma Mia, com trilha sonora 100% Abba, foi um sucesso.

Pra quem quer assistir a um musical leve, engraçadinho e com altíssimo astral, é perfeito. Era exatamente o que eu queria. Pensamentos demais na cabeça, eu só queria relaxar e levantar o astral. E que astral, como o Abba tem música boa!

Como os clipes originais deles são meio deprês e ver vídeo de musical sem estar no musical também é, dêem uma olhada no trailer do filme - pois é, o musical é tão bacana que adaptaram pro cinema. O filme está sendo lançado agora por aqui e já está fazendo o maior sucesso.



E pra completar o clima, escutem aí:

- Mamma Mia
- Chiquitita
- Dancing Queen
- Gimme! Gimme! Gimme!
- S.O.S.

Ou então, comprem o soundtrack completo da peça aqui.

Monday, June 23, 2008

Felicidade

Quer me ver feliz?

1) Venha me visitar (enquanto é tempo)
2) Traga uma sacola com sonho de valsa, chumbinho, bis e palmito.

Foi o que as fofas da tia Marilia e da Luiza, leitoras e comentaristas deste blog que vos fala, fizeram. Aquela frase, de que a felicidade está nas coisas mais simples, nunca me pareceu tão verdadeira.

Jantei uma saladona com palmito - acreditem, foi um sonho - e de sobremesa, os chumbinhos. De virar a cabeça e abrir a caixa em cima da boca, sabem? Assim mesmo. E agora vou dormir feliz.

O problema é que as duas agora estão passeando em Londres e com isso eu perdi 30% dos comentários do blog.

Mas valeu a pena.

Friday, June 20, 2008

Ah, o verão inglês!

Verão na Inglaterra é assim. Abre um solzinho entre as nuvens, a temperatura ultrapassa os 15 graus e pronto - é uma coisa de louco. Não se vê mais a grama dos parques. Você pode passar na Park Lane, que marca uma das laterais do Hyde Park, e olhar o gramado lá dentro do parque, a qualquer hora que quiser: 10 da manhã, meio-dia, 3 da tarde, 8 da noite, e vai estar do mesmo jeito, coberto por uma multidão de ingleses sedentos por vida ao ar livre - sem se molhar - esse último representando a verdadeira raridade do momento.

Mas foi só recentemente que eu descobri que não se trata de fazer calor(zinho). Trata-se de um caso seríssimo e centenário de verão psicológico coletivo. Não importa realmente a temperatura. Importa que estamos no mês de junho. E mês de junho é verão. E ponto. Hora de ir por parque.

Aí você chega no parque, achando que vai ter o maior dia de sol da sua vida, depois de intermináveis meses de inverno, que agora sim você vai matar um pouco de saudades do clima tropical, que afinal a vida aqui não é tão má assim com exceção de 6 meses anuais de frio... escolhe a dedo seu pedacinho de grama, deita e... olha pro lado. E vê uma turma de amigos sentados conversando. Todos de casaco.



Aí você olha pro outro lado. E vê uma moça tomando sol coberta - até o nariz - por uma manta.



Aí você desiste.

Wednesday, June 11, 2008

A carta que eu recebi hoje...

... da Polícia Metropolitana Londrina. Ah, como eu amo os ingleses nessas horas.



E aí eu penso na PM paulistana...

Saturday, June 07, 2008

Minha quinta-feira...

...Foi tipicamente londrina. Ou seja, surreal.

Logo de manhã, recebemos pelo celular um sms avisando que a linha de metrô que passa aqui na esquina estava bloqueada entre algumas estações devido a "uma bomba da segunda guerra mundial não-explodida", que os policias estavam desativando. What?!?! Isso mesmo. Segue a mensagem original:

"Hammersmith & City line suspended between Whitechapel and Barking whilst an unexploded World War II bomb is made safe at Bromley By Bow at the request of the Police."

:-P

Até agora eu não consegui entender se se tratava de uma tentativa de atentado terrorista (por parte dos veteranos da guerra ou algo assim), ou o quê. Não achei nenhuma notícia sobre o assunto, então concluí que não deve ter sido grave e que eu podia dar risada da (no mínimo) bizarrice da mensagem.

Até que na hora do almoço, uma amiga liga de última hora e vou almoçar com ela num proper restaurant, o que é uma raridade já que quase sempre é sanduba no balcão. O restaurante, a algumas quadras da Embaixada, em Mayfair, fica numa esquina e é todo envidraçado. Eu sentei de frente pro vidro - ou seja, pra rua, e ela de frente pra mim, costas pra rua. Conversa vai, conversa vem, eu bato o olho num senhor peculiar, sentado no banco de trás de um carrão com motorista, vidro aberto, cara quase pra fora curtindo o solzinho, fumando seu cigarrinho, de bem com a vida.
Eu: "Val, olha só, aquele cara não é famoso?"
Ela (olhando pra trás): "Nossa Lu, é o cara dos Rolling Stones!"
O cara dos Rolling Stones vê a gente olhando. Abre um sorrisão. Começa a dar tchauzinho. Aponta pro céu (milagrosamente azul) e começa a fazer sinais de positivo, sorrindo, aponta pro céu de novo, sorri de novo, faz sinal de positivo de novo.
Ele estava muito feliz com o tempo bom. Eu entendo ele.
Nós duas, meio histéricas, começamos nos comunicar com ele por sinais desesperados, porém tentando calar a boca e não gritar - estávamos separadas da rua por uma parede de vidro e o resto do restaurante não precisava se alarmar.
Chega a comida.
Nós, agora profissionais na arte da linguagem de sinais, apontamos pros pratos e convidamos o cara dos Rolling Stones pra vir se sentar com a gente.
Ele, tão bom quanto na linguaguem dos sinais, diz que não, agradece, e nos chama pro carro dele. Tipo assim: "nananinanão, vocês é que vêm aqui comigo".
A gente vai.
Brincadeira.
O carro anda e ele continua dando tchauzinho, todo sorridente, até sumir na esquina.

Agora me digam. Qual é a chance de você estar almoçando, aparecer um cara dos Rolling Stones e te chamar pro carro dele?



Tá aí meu novo ídolo, o cara mais simpático que eu já vi: Ron Wood, guitarrista dos Rolling Stones.

Thursday, May 01, 2008

O meu sumiço + o pote de molho

A bronquinha que levei da Paula hoje, com toda razão afinal como ela mesma disse só a própria já deixou 3 comentários no mesmo (e último) post aqui embaixo, finalmente me fez respirar fundo e encarar a tela branca de um novo post de novo.

Eu disse pra Paula que estava com branco, sem assunto, e isso somado à correria é fatal: preguiça é uma progressão geométrica, ela não soma, multiplica, e quando a gente vê tá há anos sem fazer alguma coisa. Não que eu não goste de escrever aqui. Eu adoro. Mas a coisa começou com uma sincera falta de tempo, que se transformou em comodismo quando o tempo voltou a estar disponível. É a velha história do "amanhã eu começo o regime". Amahã eu escrevo no blog. E o amanhã nunca chega. E a gente não percebe que aqueles diazinhos viraram semanas.

Enfim.

Também não é verdade a falta de assunto. A gente pode ter a impressão de que nada está acontecendo, mas está, a gente é que deixa de enxergar. E foi só eu responder pra Paula no msn que estava com branco que me lembrei da nota fiscal e da embalagem que o Ric colocou na minha bolsa de manhã.
Ontem fomos no Sainsburys, o nosso super supermercado. E pela primeira vez eu cheguei em casa e notei que um dos molhos que eu tinha comprado estava com a data vencida. Eu sempre presto atenção nas datas, porque ao congelar eu anoto a data da compra na embalagem (viram, sou uma dona de casa exemplar e cheia de dicas)- normalmente os congelados devem ser consumidos em até 1 mês de quando foram congelados, ou seja, da data de compra (tem que congelar no mesmo dia). Mas voltando, o tal molho vencia dia 29 de abril, e era dia 30. Um erro pequeno, não tão sério, mas aqui a gente fica com essa sede de justiça, esse senso apurado do que é correto e o que não é. E sabe que vai ser escutado se reclamar. Então, hoje de manhã, o Ric colocou o papel que embalava o potinho junto com a nota fiscal na minha bolsa pra eu poder ligar.

Liguei lá no telefone que estava na embalagem. Ótimo, era daqueles telefones "faz tudo": qualquer problema que você tiver é só discar o número correspondente, sem ter que ficar horas lidando com um menu eletrônico pra depois descobrir que o número para reclamações é outro que, claro, vai demorar mais horas para atenter porque, afinal, sabe que se trata de reclamação. Fui atendida em uns 2 segundos após discar o número. Que não era o número da reclamação, era o número pra falar com a atendente, aquele dos casos que não são citados no menu. Até levei um susto quando ela atendeu. Eu estava preparada pra ficar ouvindo musiquinha por um bom tempo.
A moça era uma simpatia. Me senti amiga dela na primeira frase. Ela perguntou meu nome e não é que, em seguida, soltou um "How can I help you, Luciana" pronunciando o "Luciana" direitinho, do jeito que eu falei, e não o "Lutiána" que os ingleses insistem em dizer apesar de eu não ser italiana e sim brasileira e eles saberem disso e eu ter pronunciado meu nome umas 10 vezes. Eu contei pra moça simpática que eu fui no supermercado ontem e quando cheguei em casa vi que um dos produtos estava vencido. "Oh I'm so sorry LUCIANA". Em poucos minutos informei meu endereço, nome, código de barras do produto. Ela acessou a central dela, confirmou o valor que eu tinha pago (£ 1.99) e pediu desculpas novamente porque não podia fazer reembolsos abaixo de £ 5 então se eu aceitaria receber um vale de £ 5 pra compras ao invés do reembolso de £ 1.99. Não, não me importo. E muito obrigada pelo atendimento. Eu tinha que agradecer. Não é toda hora que isso acontece com uma brasileira acostumada a ser desrespeitada, foi mais forte que eu.

Fiquei até triste quando desliguei, tava bom o papo.

Monday, April 14, 2008

45 dias em imagens


Tudo começou quando a reforma do banheiro, que duraria 4 dias, durou 20. Pelo menos conhecemos uma nova vizinhança e nos lembramos da sensação de estar nas alturas, quando ficamos na casa do senhorio (vulgo landlord) enquanto os pedreiros sumiam com nossos utensílios culinários e o responsável esquiava na Suíça.


Acampada na casa alheia, aconteceu o meu primeiro grande evento do ano, justo nas lendárias Casas do Parlamento Londrinas. E lá fui eu uma noite antes pegar vestido, meia calça e casaco no armário-trancado-pra-proteger-do-pó da reforma em casa, voltando pra casa temporária a pé carregando as tralhas pro evento do dia seguinte. Sem contar as bexigas e presentes do aniversário do Ric, que seria um dia depois do evento. Toda uma logística.


A reforma terminou just on time para começarmos a receber nossas visitas. Primeiro veio o James, depois de uma temporada de estudos em Florença. Dessa vez o tchau foi sério, e ele voltou pro Canadá pra ficar. E a saudade já tá dando umas pontadinhas no coração.


Em pleno caos ganhei ingressos para o amistoso Brasil x Suécia no estádio do Arsenal. Não só o jogo foi amistoso (até demais) como a torcida também. Legal ver com os próprios olhos que dá pra juntar 60.000 pessoas em um evento bem-organizado e bonito.


James sai, pais entram. E junto com eles a primavera mais fajuta da história. E nós vimos neve da janela do quarto, tingindo de branco os jardins e telhados.


E eu me emocionei, briguei, fiz as pazes, abracei, chorei de alegria e de saudade com meus amados e lindos pais aqui comigo.

Ufa.

Friday, April 04, 2008

Bom pra todo mundo

É de idéias assim que o mundo - os consumidores e os profissionais - precisam para se entender melhor.
Eu já tinha visto por aqui propaganda de plano de saúde dizendo que dava desconto em academia de ginástica. Achei que fazia sentido, afinal se você se exercita você tem menos chances de ter doenças, portanto o plano acaba gastando menos com você.
Mas acabei nem pesquisando sobre o assunto.
Hoje fui almoçar com uma amiga que é malhação-maníaca e ela me contou que o plano de saúde do marido dela (fornecido pela empresa dele) não só paga pela academia dos dois como vai dando descontos na mensalidade de acordo com o uso da academia. A partir de 2 vezes por semana, já tem desconto. Eu já estava achando o máximo da genialidade quando ela me contou que não pára por aí: ela também acumula pontos no supermercado quando compra frutas e outros produtos benéficos ao organismo, e esses pontos vão se convertendo em mais descontos no plano.
É genial. É do bem. A seguradora economiza, o consumidor economiza, e as pessoas ficam muito mais saudáveis.
Eu só queria entender por que no Brasil, o país do plano de saúde particular, isso ainda não funciona assim. E os planos continuam pagando toneladas de consutas médicas particulares absolutamente substituíveis por uma voltinha de bicicleta ou uma caminhada para o trabalho.

...

Sem contar que ainda ia melhorar o trânsito das cidades, que pelo jeito anda (ou melhor, não anda) bem complicado. Mas é que brasileiro é assim, fica parado horas dentro do carro com medo de assalto mas não vai a pé de jeito nenhum.

Wednesday, April 02, 2008

Brits - post 1

Eu nunca vi um lugar que reunisse melhor e de forma mais fofa todas as características dos ingleses como este livrinho que eu comprei. Vejam através desses posts (vou colocar um ou dois de vez em quando), como esse povo é simpático e porque é que eu gosto cada vez mais deles.

:-)

Brits - post 2



Mas a melhor de todas as características é como eles sabem maravilhosamente rir de si mesmos. (foi um inglês que fez)