Tuesday, May 29, 2007

Amsterdam - primeiro capítulo

Amsterdam foi uma viagem de 3 dias que rendeu 300 histórias. Por isso vou tentar me controlar e escrever aos poucos aqui, cada parte de uma vez, pra tentar contar todas as coisas bacanas que nos aconteceram.

Tudo começou na sexta-feira à noite. O plano inicial era dormir cedo, acordar (muito) cedo e ir para o aeroporto, já que o avião estava programado para decolar as 6:30 da manhã.

A gente esqueceu que não tem carro e que depende do transporte-público-da-madrugada.
Quando fizemos as contas de que horas precisávamos sair de casa, pra andar até o ponto de ônibus, esperar por ele, ir até a estação de trem, pegar o trem e ir até o aeroporto, chegamos à conclusão de que tínhamos aproximadamente 1 hora pra arrumar as malas, deixar a casa em ordem e sair. Nada de dormir.

Às 2 da manhã conseguimos sair de casa, puxando nossas malinhas (acreditem, eu CONSEGUI fazer uma malinha tão pequena que fiquei uma meia hora admirando. Também por isso nos atrasamos). Chegamos no ponto de ônibus, que fica quase na esquina da nossa rua com uma das ruas principais do bairro, em baixo de um viaduto. Acreditem, não é o lugar mais família do mundo pra se ir numa sexta-feira de madrugada. Ao nosso lado, um casal - ele árabe e ela metade-indiana-metade-mulata, também de malinha na mão. Um inglês do outro lado da rua começou a chutar um outro cara, o maior barraco. O árabe do nosso lado abraçou a namorada e chegou mais perto da gente. Alguns minutos depois, parou um carro (uma mercedes, se não me engano) na nossa frente. O cara desceu e começou a fazer xixi na roda. A centímetros de nós. O árabe começou a expressar sua revolta e repetir que o cara era disgusting, disgusting. Começamos a bater papo com ele, comentando como as pessoas são mal-educadas e o papo foi embora, já que o ônibus não chegava. Ele contou pra gente que nasceu na Somalia e cresceu em algum lugar árabe que não consegui de jeito nenhum entender o nome. Ele era de uma educação e de um respeito com a namorada que me despertaram uma admiração profunda já nos primeiros minutos de conversa. Quem ia viajar era ela, que na verdade era holandesa e estava indo pro casamento da prima na Noruega.
Vira e mexe acontece isso aqui em Londres: tudo ao contrário, pra derrubar os pré-julgamentos e fazer a gente aprender que ser humano é ser humano, não importa a cara que tenha, e o que o caráter é outra coisa que não tem nada a ver com isso. Adoro. É ótimo se surpreender com as pessoas e descobrir belezas onde nem imaginávamos.
O árabe acabou me dando um monte de nomes de agências de emprego, porque a essa altura já estávamos no maior papo contando toda a nossa saga aqui em Londres, procura de emprego e etc, até que o ônibus chegou. Ele esperou a gente e a namorada dele entrarmos no ônibus e ficou dando tchauzinho. Um fofo.

Claro que a história não podia terminar aí. Depois de 1 hora de ônibus e 352 paradas, chegamos na estação de trem. E não tinha trem. Eram umas 3 e meia da manhã. Saímos vagando pela rua tentando achar o terminal rodoviário - era nossa última esperança de achar transporte pro aeroporto a tempo de pegar o avião. E não é que, no meio do nada, na rua, damos de cara com o EasyJet Express? EasyJet é a companhia aérea com a qual compramos as passagens. E o ônibus estava indo direto pro aeroporto. Londres também é meio mágica às vezes, quando você acha que se perdeu, aparece um ônibus indo exatamente para onde você quer. E não foi a primeira vez e nem só com a gente que isso aconteceu!

Sono. Muito sono. Parecia que eu tinha acabado de começar a cochilar quando , depois de mais de uma hora de viagem, chegamos no aeroporto. E, pela primeira vez na vida, eu conheci o fog londrino. Mas não vale, eram 5 da manhã e essa hora tem fog em qualquer lugar. Tanto frio que eu duvidei que estávamos entrando no verão.

O aeroporto não deixava a desejar pra congonhas em dia de crise aérea. Em plena madrugada, milhares de caras sonolentas esperando pra fazer check-in, aproveitando as tarifas baixíssimas dos vôos entre cidades da europa, fugindo da cidade grande em busca do solzinho de começo de verão europeu. Tirando Amsterdam e Istambul, o resto era só Palma, Ibiza e adjacências. Todo mundo de havaianas em pleno fog da madrugada, 10 graus centigrados. Europeu é um povo engraçado mesmo... e a gente de casacão e cachecol ;-)

Sono, muito sono... mas muita coisa ainda estava por vir!




Thursday, May 24, 2007

Alguém me explica essa estátua?

Os 4



Agora sim, o quarteto junto. Piccadilly Circus, o lugar que seria o primeiro a sumir se o Kassab fosse prefeito.

Oxford

Oxford é uma cidadezinha linda, medieval, com uma supresa a cada esquina. Nem sei quais são as principais atrações turísticas de lá, porque tudo é bonito, tudo é atração. Cada ruazinha, cada ponte ligando um prédio a outro, cada muro, cada monumento ou jardim.

Fiquei quase louca de não ter estudado mais o lugar antes de ir - sabe aquelas cidades onde tudo, mas tudo mesmo, deve ter uns mil anos de história? Tenho sofrido muito desse mal aqui em Londres - o da ignorância de ir a um museu ou a um monumento e ter aquela sensação de que poderia estar me emocionando ainda mais, se tivesse lido tudo a respeito antes de ir, pela quantidade de histórias que cada canto deve ter. Mas tudo bem. Como já diria um livro que eu li, um museu vai sempre deixar uma sensação de angústia ao se sair dele - porque você nunca vai conseguir absorver tudo o que ele tem a oferecer...

E Oxford é isso, um museu a céu aberto, uma maravilha, uma pérola medieval cheia de escolas milenares e jardins secretos maravilhosos.

E o melhor? Tem um ônibus que passa de 10 em 10 minutos aqui do lado de casa, baratinho, que vai direto pra lá :-)

Mais um motivo para quem ainda não veio, se agilizar e vir nos visitar! Assim como fizeram nossos últimos hóspedes Camila e Digão! Viva o sofá-cama mais uma vez!
E viva nossos hóspedes-padrinhos que nos proporcionaram uma semana de companhia deliciosa e muitas risadas!









Mais uma voltinha no quarteirão



Sunday, May 13, 2007

Do que Londres é feita






É claro que Londres é legal... acho que isso já ficou claro por todas as coisas que já foram escritas aqui.

Mas por quê é legal?

Por mil motivos.

Um deles eu apresento e ilustro neste post. Vejam algumas, repito, algumas das pessoas que cruzaram o nosso caminho em apenas algumas horas de passeio. Isso é só uma amostra de quem encontramos indo trabalhar, voltando do trabalho, passeando, às vezes em enorme quantidade, às vezes apenas alguns exemplares, dependendo do lugar, horário e circunstância.

Londres é de todos. Todas as tribos, línguas, personalidades. Por isso que todo mundo se sente tão em casa. E o melhor - ninguém fica olhando feio pra ninguém.

Wednesday, May 09, 2007

A primeira Hay Fever a gente nunca esquece







Então, eu peguei a dita cuja. Achei que estava resfriada, acabei com meu estoque de Naldecons que trouxe do Brasil, e nada de melhorar. Já estava achando que estava com alguma coisa muito grave quando descobri a Hay Fever. Basicamente, eu inalei muito pólen das flores durante as primeiras semanas de primavera (não é uma doença romântica?) e fiquei com uma reação alérgica no sistema respiratório. É. Mas agora, que descobri, achei um remedinho que promete me livrar dos sintomas em 7 dias.
Não, não fiquei cheirando todas as flores do meu caminho.
O pólen se espalha pelo ar e a gente vê, nas calçadas, montinhos dele formados pelo que cai das árvores. Em algumas ocasiões, fica tão forte que parece até que está nevando.

Pode? Árvore demais também causa problemas! Bom, eu continuo preferindo a hay fever ao nariz sangrando da poluição + ar seco do verão passado em SP.

(Update: depois de escrever isso, li uma reportagem que saiu no mesmo dia, no jornal, que a Hay Fever este ano está batendo todos os recordes. O calor faz a produção de pólen aumentar, e a poluição faz o pólen ficar mais fino e se espalhar mais pelo ar, e tá todo mundo hay-feverado. As vendas de remédios registraram alta de 177% em comparação ao ano passado. A coisa tá feia!)

Thursday, May 03, 2007

O nosso não-feriado

Londres foi o único lugar de que eu tive notícias que não teve feriado no dia 1. de maio. Não sabendo disso, meu super amigo Nandito Firminito Iglesias Gonsalez (agora na versão catalón) resolveu vir nos visitar (nas terras dele, assim como no resto do mundo, foi feriado). De quebra acabamos ganhando uma outra hóspede fofa, a Milena, e tivemos um não-feriadão juntos!

Viva a pint australiana (a inglesa não dá!) e viva nosso sofá-cama!