Quando resolvemos anunciar nossas coisas para vender, parecia se tratar de uma grande brincadeira, uma esperança de levantar verba, mas não muito real.
Aí começamos a receber e-mails de pessoas interessadas em comprar as coisas, e ficamos empolgados com o sucesso dos anúncios, mas e-mails são virtuais, são distantes. E-mail não dói.
Mas aí começamos a marcar com as pessoas de elas virem retirar as coisas, e elas realmente vieram. Quando uma atrasava, a gente, lá no fundo, ficava contente, aliviado, não ia ter que entregar nossas preciosidades pra esses aproveitadores. Mas então a campainha tocava, elas entravam, olhavam pras nossas coisas como se olha pra objetos sem história nas prateleiras de uma loja. Entregavam o dinheiro, pegavam o objeto e saíam, levando consigo um pouquinho da nossa vida aqui em Londres.
Agora o espelho com o qual, toda manhã, eu tentava enxergar minha barriga crescendo, agora faz parte de um outro banheiro.
E as caixas de som, a primeira compra que fizemos aqui em Londres, que tocaram tanta música, que embalaram tantos momentos, tantos amigos, vão animar outras festas.
Por um lado, é muito bom ver que nossas coisas serão reaproveitadas, que as suas vidas recomeçarão em outros lares ao invés de terminar abandonadas por aí. É claro que com isso renovamos a energia do nosso espaço, abrimos espaço para coisas novas, damos boas-vindas ao que está por vir.
Mas que é estranho, isso é.
Friday, August 22, 2008
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1 comment:
que bom que vocês conseguiram vender as coisas! Fico feliz em saber. E tem uma coisinha que você não mencionou no seu post: é sempre muito gostoso comprar novas coisas para nossa casa, apesar de cansativo, redecorá-la com a sua cara. E de quebra com uma graninha extra pra ajudar =)
bjão
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