Tuesday, January 29, 2008

Put some music on

Uma coisa sobre a qual eu sempre quis falar aqui no blog é música, mas como não sou nenhuma crítica especializada e escrever sobre música pra mim é mais difícil do que tentar descrever sabores (pra mim música se sente, eu sou péssima pra tentar explicar), acabo falando pouco.

Agora tive uma idéia de colocar vídeo aqui no blog. Vamos ver se dá certo. Assim posso falar de música mostrando a música pra vcs.

O primeiro homenageado vai ser o Newton Faulkner. Eu nunca tinha escutado falar desse nome até ir ao show do John Mayer no Royal Albert Hall (o show e o lugar absolutamente incríveis) e ter tido o privilégio de, de quebra, ter assistido ao show do Newton Faulkner, que fez a abertura. Foi uma surpresa e tanto. O cara segue um estilo meio Jack Johnson / Donavon Frankenreiter, mas menos luau, mais urbano. Uma delícia de ouvir, CD pra deixar rolando. Então, com vocês, Newton Faulkner!



(Essa música é a mais conhecida dele, "Dream Catch Me". O comecinho tá estranho, mas esperem alguns segundos. Foi quando, no show, ele brincou: "agora vocês vão sacar quem eu sou e dizer 'aaaah é ele que canta essa música!'". Escolhi a versão acústica, apesar de a do CD ser bem mais pop. Eu amo versões acústicas e foi assim que ele tocou no show, só ele e o violão.)

Flurries?!?

flurry / 'flVri; NAmE 'fl3;ri/ noun (pl. -ies)

1[usually sing.] an occasion when there is a lot of activity, interest, excitement, etc. within a short period of time:
a sudden flurry of activity - Her arrival caused a flurry of excitement. A flurry of shots rang out in the darkness.

2 a small amount of snow, rain, etc. that falls for a short time and then stops:
snow flurries - flurries of snow


3 a sudden short movement of paper or cloth, especially clothes:
The ladies departed in a flurry of silks and satins.

Monday, January 28, 2008

Neve! Neve! Neve!


Parece que finalmente teremos um dia de inverno de verdade! Tá bom, não é neve, são só "flurries". Mas já tá valendo, né?

Sunday, January 27, 2008

Talking about food

Mas dessa vez, sem defender orgânicos nem métodos saudáveis. Este post, inspirado no da Paula ("Py e Fe" aqui do lado), é pra quem ainda pensava que na Inglaterra a comida é ruim. Vejam só uma retrospectiva dos melhores momentos. Ou melhor, dos que foram fotografados.












Thursday, January 24, 2008

Só pra terminar o assunto (dessa vez)

Já falei de marketing verde neste blog, várias vezes.
Hoje eu estava acompanhando uma discussão na internet sobre o marketing verde no Brasil. As milhares de sacolas-fashion-ecológicas que surgiram, só pra dar um exemplo, sempre me cheiraram a pilantragem. Se estamos fazendo algo por um bem maior, para evitar desperdício, não combina muito inventar uma "sacola ecológica" e sair vendendo toneladas delas por aí. Não duvido que a mulherada esteja usando pra fazer compras no shopping ao invés de para carregar as compras no lugar das de plástico. Isso é bem cara de Brasil. E nessa discussão alguém falou uma coisa tão sensata que eu acho que tem que ser repetida para ecoar por aí até fazer as pessoas realmente entenderem a idéia.

"Muitas empresas estao tentando surfar a onda ecológica do jeito mais fácil - colocando muita floresta nos anúncios e, nas prateleiras, produtos 'verdes' 2% menos poluentes que o convencional. Já viram quantas sacolas de compras ecológicas surgiram por aí? Quanto tempo será que vai demorar para o consumidor perceber que a sacola de compras mais ecológica que existe é a que ele já tem em casa? E que nao comprar um produto verde é bem mais sustentável do que levar para sua já entulhada residência mais um item de que ele nao necessita?"

Vamos pensar nisso?

A peladona do baile funk

Mas o que é essa polêmica toda por causa de uma menina que tirou a roupa no baile funk?

Reportagens e mais reportagens, polícia, delegado, imprensa censurando?
Todo mundo sempre soube que a mulherada se não ficava pelada, ficava quase, em todos os bailes, desde sempre.
Além disso, a globeleza sempre apareceu nua na TV, para um público bem maior que o do baile, sem polícia, sem processo, sem inquérito, sem nada, apresentada ao público como referência: de beleza, de atitude. Assim como as outras peladonas do carnaval.

Agora a mídia vem fazer esse escândalo por causa de uma menina que se empolgou e tirou a roupa?

Quer dizer, as pessoas vêem as peladonas do carnaval lá todas livres, leves e soltas, sambando contentes e sem roupa, mas não podem fazer igual. Isso é só para as do carnaval, no sambódromo. A nudez delas é selada, registrada, carimbada. No sambódromo, com câmeras e imprensa autorizada, pode.
Mas a menina que tira a roupa no baile pode ser "indiciada por ato obsceno, cabendo pena de três meses a um ano de prisão", disse o delegado.

Ah, façam me o favor. Quando houver o mínimo de coerência a gente conversa.

Monday, January 21, 2008

A lavagem cerebral inglesa



Faz tempo que venho falando da insistência, às vezes quase paranóica, com que governo e população têm tratado a questão ambiental, de saúde e de bem-estar em geral. Insistência e paranóia evocam uma má impressão - mas eu não estou achando nem um pouco ruim. Ver atitudes positivas sendo tomadas por motivos tão nobres me fazem ficar orgulhosa do lugar que escolhi para viver.

Mas ultimamente tenho ficado muito assustada é com a programação dos canais de TV. Todos os 5 canais que temos, de TV aberta, são tradicionais ingleses: itv1, channel 4, bbc1, bbc2 e outro que eu esqueci. E todos eles estão bombardeando a gente com a maior variação sobre o mesmo tema que eu já vi em qualquer canal, em qualquer mídia, em toda a minha vida. Explico. Vamos usar os chefs-de-cuisine-superstars como exemplo. Eles são mais famosos que os apresentadores, que os atores, que os big brothers, que todo mundo. Então as emissoras resolveram usá-los para ser apresentadores de quase todos os programas, variando o assunto. Outro dia, assisti a 2 programas seguidos com o Jamie Oliver.

Em um deles, o Jamie, apresentando junto com o médico-macabro-dissecador-de-corpos alemão e com uma nutricionista simpática, mostravam de todas as formas, para uma platéia estarrecida, os efeitos da comida pronta contemporânea nos nossos corpos. Num certo momento do programa, chegou um produtor artesanal de salsichas e mostrou na frente das câmeras como se fazia uma salsicha de verdade, nobre, com carne de qualidade. Explicou que ele usava no mínimo 70% de carne e o restante poderia ser gordura ou outras coisas mais que eu não vou detalhar. E que essa era a forma de produção até 30, 40 anos atrás. Aí o Jamie explicou que, nas salsichas encontradas hoje em dia, com a industrialização e necessidade de se baixar os preços, os produtores passaram a pegar as partes menos nobres que sobram do bicho (mostrando essas desagradáveis imagens na tela) e a vender salsichas com apenas 30% de carne. E o resto, 70% de porcaria, vai direto pros nossos corpinhos em forma de gordura muito maligna. Na sequência, pra arrematar a lavagem cerebral, aparecia o médico macabro com um cadáver de um homem enorme. E lá foi o médico abrir, na frente das câmeras e de quem quisesse ver, a barriga do cadáver, o tronco, tudo, para mostrar seus órgãos internos, a quantidade de gordura acumulada em seu coração e onde mais ele pudesse encontrar. Isso mesmo pessoal, dissecação em pleno horário nobre.
Olha que isso não foi novidade pra mim - antes do médico lançar esse programa com o Jamie, ele já tinha um só pra ele explicando a medicina e os cuidados com o corpo de uma forma bem, digamos, prática, dissecando cadáveres e mais cadáveres pra todo mundo ver.

O segundo programa da sequência, também estrelado por Jamie, era ligeiramente mais leve mas não menos transformador. Com a platéia sentada à mesas a la Gala Dinner, Jamie ia falando sobre o processo de produção de alguns ingredientes que ele usaria para fazer o jantar. Começou falando de ovos. Colocou pintinhos em caixas de acrílico transparentes e colocou cada caixa em uma das mesas. Depois, pediu para que as pessoas separassem os machos das fêmeas, explicando como destinguir (pela cor). Assim que todo mundo tinha separado, ele pegou os machos, colocou numa outra caixa maior de acrílico e explicou que ia repetir o processo que as granjas usavam na fabricação de ovos. Nasceu macho, morre. E Jamie simplesmente puxou uma alavanca e matou todos os pintinhos por insuficiência respiratória ou algo assim, um processo que durou aproximadamente um minuto, acompanhado non-stop pela câmera.
Depois mostrou imagens de granjas cujo objetivo é a alta produção, sem nenhuma procupação ambiental ou orgânica. As galinhas mal conseguiam sentar, de tão apertadas que ficavam. E assim foi, mostrando todos os tipos de granjas, até um momento em que eu já estava tão enjoada que achei o paraíso, a coisa mais linda e humana do mundo, quando ele mostrou a granja que fabrica os "free-range eggs", deixando suas galinhas soltas num lindo terreno cheio de verde e sol.
De vez em quando, a imagem cortava para uma rápida entrevista do Jamie com o diretor de MKT de alguma rede de supermercados, cobrando quando é que eles iriam boicotar de vez a produção cruel de ovos com galinha infelizes. E os executivos levando super a sério, prometendo deixar de vender os ovos cruéis até 2010. Até o Mr Hellmann's apareceu lá (na figura de um executivo importante da empresa), dizendo que as maioneses da marca serão completamente livres de ovos cruéis ainda este ano.

Parece que estou sendo irônica, mas a coisa é tão séria e tão bem-feita, que me convenceu absurdamente. Não só pela felicidade das galinhas propriamente dita, mas pelo movimento de gentileza com a natureza que isso desencadeia. Faz as pessoas serem menos "fast" e se lembrarem que tudo, no fim das contas, vêm da natureza e ela está pedindo socorro. Faz a gente perceber que apesar de nascidos e vivendo no concreto, nossa condição natural é outra e que precisamos resgatá-la.

Se é que algum tipo de lavagem cerebral pode ser bom, este é. E funciona, pois vejam o resultado da minha visita ao supermercado logo no dia seguinte. Assim, daqui a muito pouco tempo, teremos uma Inglaterra 100% orgânica e consciente. Espero que logo logo o mundo todo aprenda que a combinação celebridade + programa de TV pode sim, e muito, fazer (o) bem.







P.S.: O Ricardo mandou avisar que achou o segundo programa muito, mas muito pior do que o primeiro. Ele acha muito mais assustador e cruel ver pintinhos sendo assassinados em uma câmara de gás do que um cadáver sendo dissecado.

Wednesday, January 16, 2008

Mais perfeito, impossível

Não para de chover em Londres. Uma propaganda de batatas britânicas que está no ar diz cheia de orgulho que na Inglaterra chove metade dos dias do ano, tornando o solo perfeito para que as batatas cresçam saudáveis e fiquem deliciosas. Eu diria que, se é metade mesmo, então chove dia sim dia não. Quando a gente tem 3 dias seguidos sem chuva todo mundo acha o máximo, lembra durante anos, conta pros netos.

Mas não foi na Inglaterra, e sim na Noruega, que inventaram os Swims. Parecem sapatilhas moderninhas, mas na verdade servem para ser colocados em cima do sapato em dias chuvosos. Eu adorei a idéia e já estou providenciando o meu. Porque é só eu colocar meu sapato preferido, aquele que eu quero que dure pra sempre, que chove. A solução me pareceu genial.

E como no Brasil anda tendo umas enchentes, por que não inventar essa moda por aí também?



Swims - www.swimsstore.com/

Minha sina

Não pessoal, não vamos ficar em nenhum desses hotéis incríveis que descobrimos em Berlim. Sabem como é. Eu sou uma pessoa que tem muito, mas muito mesmo, azar com datas - principalmente em se tratando de viagens.

É claro que o preço de £0,02 por passagem não ia ficar assim.

No exato dia que a gente chega em Berlim até o exato dia que a gente vai embora (já ouvi isso antes) vai acontecer uma feira lá. A ITB Berlin. "The World's Leading Travel Trade Show". 11.000 (onze mil) exibidores. 180.000 (cento e oitenta mil) visitantes.

Onde é que essas CENTO E OITENTA MIL pessoas vão dormir???

- Nos hotéis de Berlim!

E o que vai acontecer???

- Eles vão ficar lotados e caros! Mais caros que Paris! A preços estratosféricos!!!

...

Mais Berlim

Berlim é provavelmente a cidade que mais me despertou curiosidade de todas as que visitei durante minha estadia na Europa. Afinal, sobre todas as outras eu já tinha escutado falar alguma coisa, ou pelo menos já tinha um clichê formado na cabeça: Amsterdam é a cidade do pessoal maluco, Paris eu já conhecia - mas o clichê do romantismo não deixa a desejar e todo mundo conhece, Barcelona é da balada e da praia, e por aí vai. Mas Berlim? O que vocês imaginam quando pensam em Berlim? Até agora, o máximo que eu conseguia pensar era num muro (que já caiu) e no nazismo (que já acabou). Ou seja... nada muito palpável.
Durante esse quase um ano em Londres escutei muita, mas muita gente falar de Berlim. Que a cidade estava se tornando fantástica, que seria a nova capital da europa. Vi anúncios de venda de imóveis em Berlim para investidores, prometendo lucros muito acima da média local. Ouvi o Nando, arquiteto PhD (que, aliás, vai com a gente! :D) falando das artes e museus e arquitetura. E fui ficando com vontade.

E aí comprei a passagem em um momento "a-um-centavo-até-injeção-na-testa" e comecei a estudar a cidade. Até aí vocês já sabem.

Como vocês também já sabem, descobri um hotel de um maluco com quartos temáticos pra lá de esquisitos. Mas achei um outro hotel, tão especial quanto, mas com a diferença de que este me deu água na boca de vontade de ficar hospedada. O Hotel se chama "Arte Luise Kunsthotel" (www.luise-berlin.com/). Para vocês entenderem o conceito, esse hotel é conhecido como "uma galeria de arte onde você também pode passar a noite". Fica bem no centro da cidade, super bem localizado, perto de boa parte dos monumentos históricos e do buxixo. O site parece o de uma galeria de arte: você clica no link para ver as fotos dos quartos, e ele te apresenta cada quarto com um texto, contando a história daquela "obra" e o nome do artista.


Elvira Bach(Berlin)
Drei Damen in Rot
Three Women In Red
Dynamic, sensuous, typical Elvira Bach! Three life-size female figures painted directly on the semicircular wall accentuate the room, which is otherwise elegantly styled in black and white.


Wolfgang Petrick (Berlin)
Endmoräne Berlin
Endtime moraine Berlin
Berlin as a type of giant treasure trove, a highly varied collection of [hi]stories, biographies, structures and materials presented by the artist as a three dimensional installation with the quality of a translucent phantasm. For Wolfgang Petrick the work’s layering, accumulation and agglomeration are conducive to relaxation, imagination, communication and deep sleep.


Heiner Meyer (Bielefeld)
"Belle de Jour"
Classical motifs as an artistic and aesthetic framework for a big-city hotel room. The erotic associations are quite obvious, as implied by the name the artist chose in direct reference to the film.


A. Paeslack(Berlin)
Der arme Poet
The Poor Poet
The spirit of Carl Spitzweg is present here in what is perhaps his most famous painting. Artist Andreas Paeslack used the painting as the basic motif for his room installation, creating what amounts to a three-dimensional reproduction of it. The aspect of an audience is created by an apparent opening into the room, which gives visitors to the “Hamburger Bahnhof” museum a view into the room. Thus in this game the guest, as the poor poet, becomes part of the central motif together with the room.


Christoph Platz(Bochum)
Standby
The artist works with associations. His sculptures represent the outer shell, devoid of content. Clothing without people; on the walls of the room, in a specially produced showcase desk, or used as a stool. They symbolize travel; clothes for the trip, utensils, and souvenirs for home. Everyday objects intricately carved in limewood develop a mysterious inner life in the hotel room. Fantastic and simply beautiful.

Berlim é, sem dúvida, uma das cidades mais interessantes que eu já vi. Mesmo sem ainda ter ido.

Tuesday, January 15, 2008

Desabafo

Começou. De novo. É só entrar no site do Terra pra dar de cara com notícias importantíssimas sobre pessoas das quais nunca escutamos falar.

"Rafinha tenta tomar banho totalmente sem roupa". Quem? O que? Who the hell is Rafinha???

Vocês não sabem o que é estar longe e por fora de um assunto com a importância de um BBB. E vocês não imaginam como é incrível notar que, ano após ano, BBB após BBB, ao invés de cansar, desgastar, a importância que a mídia dá para esse riquíssimo programa é cada vez maior. Até eu, em Londres, sem assistir a um só episódio, já cansei. E vejam bem, acabou de começar. Afe.

"Gyselle e Jaqueline estréiam Máquina da Verdade".

???

Friday, January 11, 2008

Feliz aniversário!



Acabei de me dar conta de que ontem, dia 10 de Janeiro, fez 1 ano que escrevi meu primeiro post neste blog. Foi legal e emocionante reler o que escrevi e lembrar do que estava sentindo um ano atrás, antes de vir pra Londres, sem ter idéia do que estava por vir. E agora, mais do que instalada, no conforto da minha casinha linda, vejo quanta coisa já conseguimos. E que o medo do desconhecido faz parte do crescimento, e se não arriscarmos e não formos atrás de nossos sonhos, nada acontece e a vida fica muito chata.

Parabéns blog! Parabéns pra gente que correu atrás e conseguiu tanta coisa! Eeeeee.

A foto acima é do bolo de aniversário do Ric do ano passado. Estávamos recém-chegados em Londres, acampados numa residência de estudantes horrível, morrendo de frio e perdidos. Este ano, vamos para Berlim. E vou reservar uma mesa no melhor restaurante :-)

Wednesday, January 09, 2008

Operação Berlim mal começou e já está rendendo

Um dos meus passatempos prediletos é ficar brincando de comprar passagem entre cidades da europa nesses sites de companhias low cost. Coloco "Londres-qualquer cidade" e vejo a barganha que consigo. Nessa brincadeira vou aprendendo quais são mais baratas, quais valem mais à pena e vou tendo idéias para a escolha do próximo destino.

E qual não foi a minha surpresa ao colocar "Berlim" no campo do destino:



Dá pra ver direito? Eu aumento um pouquinho.



Uma das cidades que a gente mais queria ir, a 0,01 de libra por trecho. Ou seja, 0,02 centavos por passagem, ida e volta, o que equivale a uns 7 centavos de real. Dá pra acreditar numa coisa dessas? Não, né? Mas eu juro que é verdade.

E então, depois da óbvia compra imediata, comecei a pesquisar a cidade. Sempre achei que Berlim precisava ser estudada antes de ir. Muita história, cada esquina é importante e ia me dar aflição passar por esquinas, monumentos, ruinas, sem saber de sua importância histórica.

Ainda não aprendi muito sobre a história, fugi um pouco do foco e acabei me deparando com outras informações bem interessantes. A primeira peculiaridade que encontrei foi em relação ao café da manhã servido nos hotéis. Na maioria deles ele é servido até o meio-dia. Um dos que eu pesquisei serve o café da manhã 24 horas por dia, non-stop. Acordou no meio da noite com fome? Chegou da balada às 5? Chegou da balada, capotou e acordou no dia seguinte só às 3 da tarde? No problem.

Mas o vencedor indiscutível desse começo de pesquisa (essa pesquisa promete) é o Hotel Propeller Island City Lodge (www.propeller-island.com). O proprietário é um artista maluco que resolveu criar quartos bastante alternativos e agradar a um perfil, digamos, diferente de viajante. Vale a pena esmiuçar o site inteiro e se divertir bastante, mas eu não aguento e já adianto os meus preferidos para vocês.







Quem encara uma viagenzinha a Berlim?

Back to the beggining

Cá estamos nós novamente em Londres. Tá frio, mas parecia mais frio no primeiro dia. Agora estou achando até quentinho. Também, pudera: 8 graus centígrados durante o dia e 5 à noite não é inverno europeu que se preze. E aquelas cenas de filme de natal, com a neve caindo do lado de fora? Cadê o inverno rigoroso, que até pouco tempo atrás congelava o rio Tâmisa? Em pleno janeiro e eu vindo trabalhar sem luva e até de casaco aberto... tsc tsc. Aquecimento global mostrando a cara.

É engraçado que muita gente perguntou como é viver em Londres com uma curiosidade deliciosa nos olhos e eu não sabia direito como responder. Acho que já me acostumei muito por aqui, a ponto de não fazer mais tantas comparações e consequentemente, não enxergar tão claramente as diferenças, vantagens e desvantagens. A vida aqui é igual a daí, só que aqui. Tá bom vai, com algumas diferençazinhas se eu parar pra pensar bem.

Eu saio de casa, vou trabalhar, almoço sozinha mas não tem problema, porque todo mundo almoça sozinho. Não vou em super restaurantes - aqui muitos deles nem servem almoços. O costume é pegar um sanduba ou qualquer coisa rápida, engolir lendo um jornal e voltar. Eu tento não ser tão inglesa assim e aproveitar o tempo que me sobra pra dar uma voltinha, bisbilhotar os livros na Waterstone's ou ver as vitrines da Oxford Street.
À tarde, eu saio do trabalho e vou pra casa. Ah, sim, não existe carro nesses trajetos. É metrô ou ônibus, dependendo da minha pressa ou vontade de ver a cidade.
Não temos empregada, nem faxineira, nem arrumadeira, nem passadeira, nem cozinheira. Então todos os dias, fazemos uma comidinha gostosa pro jantar, depois arrumamos a cozinha e vira e mexe tem mais alguma tarefa doméstica a ser feita: ou precisa lavar roupa e pendurar no varal, ou elas estão secas e precisam ser passadas e guardadas, ou o banheiro está precisando de uma faxina, e assim vai. Na verdade uma casa nunca está em ordem. Você termina a última tarefa e já está na hora de fazer a primeira de novo (isso quando a gente não inventa uma nova).

A gente quase não assiste televisão. A gente tem um baralho e um banco imobiliário que a gente quase nunca joga. A gente consegue ler uma página do livro quando deita na cama e depois capota.

A vida é melhor se pensarmos na falta de trânsito e de violência. É pior se pensarmos na falta de amigos e da familia, de gente pra ligar e desabafar quando estamos tristinhos, de calor, clima de alegria e informalidade que só o Brasil tem. A questão é: o que é importante pora você? Decidir o que é melhor, se Londres ou São Paulo ou qualquer outro lugar, só depende disso. E pra mim, o que é importante mesmo, que são as coisas do coração, só tem no Brasil.

FELIZ 2008!

Tá meio atrasado, mas tá valendo.

Espero que todos vocês, nossos amigos tão queridos que de vez em quando (ou sempre!) entram aqui pra saber da gente e deixar um recadinho, tenham um ano cheio de realizações, viagens para visitar os amigos que moram longe, momentos de paz e tranquilidade e momentos de extrema felicidade. Que vocês encontrem mais motivos para sorrir e menos para chorar. E que descubram durante o ano coisas novas, coisas boas, evoluam, se enriqueçam, seja através de um curso, de um novo ou velho amigo, de um filme na TV ou de uma reflexão olhando pra parede mesmo, porque crescer e se sentir uma pessoa melhor é que faz a vida valer a pena.