Wednesday, January 09, 2008

Back to the beggining

Cá estamos nós novamente em Londres. Tá frio, mas parecia mais frio no primeiro dia. Agora estou achando até quentinho. Também, pudera: 8 graus centígrados durante o dia e 5 à noite não é inverno europeu que se preze. E aquelas cenas de filme de natal, com a neve caindo do lado de fora? Cadê o inverno rigoroso, que até pouco tempo atrás congelava o rio Tâmisa? Em pleno janeiro e eu vindo trabalhar sem luva e até de casaco aberto... tsc tsc. Aquecimento global mostrando a cara.

É engraçado que muita gente perguntou como é viver em Londres com uma curiosidade deliciosa nos olhos e eu não sabia direito como responder. Acho que já me acostumei muito por aqui, a ponto de não fazer mais tantas comparações e consequentemente, não enxergar tão claramente as diferenças, vantagens e desvantagens. A vida aqui é igual a daí, só que aqui. Tá bom vai, com algumas diferençazinhas se eu parar pra pensar bem.

Eu saio de casa, vou trabalhar, almoço sozinha mas não tem problema, porque todo mundo almoça sozinho. Não vou em super restaurantes - aqui muitos deles nem servem almoços. O costume é pegar um sanduba ou qualquer coisa rápida, engolir lendo um jornal e voltar. Eu tento não ser tão inglesa assim e aproveitar o tempo que me sobra pra dar uma voltinha, bisbilhotar os livros na Waterstone's ou ver as vitrines da Oxford Street.
À tarde, eu saio do trabalho e vou pra casa. Ah, sim, não existe carro nesses trajetos. É metrô ou ônibus, dependendo da minha pressa ou vontade de ver a cidade.
Não temos empregada, nem faxineira, nem arrumadeira, nem passadeira, nem cozinheira. Então todos os dias, fazemos uma comidinha gostosa pro jantar, depois arrumamos a cozinha e vira e mexe tem mais alguma tarefa doméstica a ser feita: ou precisa lavar roupa e pendurar no varal, ou elas estão secas e precisam ser passadas e guardadas, ou o banheiro está precisando de uma faxina, e assim vai. Na verdade uma casa nunca está em ordem. Você termina a última tarefa e já está na hora de fazer a primeira de novo (isso quando a gente não inventa uma nova).

A gente quase não assiste televisão. A gente tem um baralho e um banco imobiliário que a gente quase nunca joga. A gente consegue ler uma página do livro quando deita na cama e depois capota.

A vida é melhor se pensarmos na falta de trânsito e de violência. É pior se pensarmos na falta de amigos e da familia, de gente pra ligar e desabafar quando estamos tristinhos, de calor, clima de alegria e informalidade que só o Brasil tem. A questão é: o que é importante pora você? Decidir o que é melhor, se Londres ou São Paulo ou qualquer outro lugar, só depende disso. E pra mim, o que é importante mesmo, que são as coisas do coração, só tem no Brasil.

2 comments:

Anonymous said...

Gosto de ver você dormir Que nem criança com a boca aberta O telefone chega sexta-feira Aperto o passo por causa da garoa Me empresta um par de meias A gente chega na sessão das dez Hoje eu acordo ao meio-dia Amanhã é a sua vez Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver O mundo anda tão complicado Que hoje eu quero fazer tudo por você. Temos que consertar o despertador E separar todas as ferramentas Que a mudança grande chegou Com o fogão e a geladeira e a televisão Não precisamos dormir no chão Até que é bom, mas a cama chegou na terça E na quinta chegou o som Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo E até que é fácil acostumar-se com meu jeito Agora que temos nossa casa é a chave que sempre esqueço Vamos chamar nossos amigos A gente faz uma feijoada Esquece um pouco do trabalho E fica de bate-papo Temos a semana inteira pela frente Você me conta como foi seu dia E a gente diz um p'ro outro: - Estou com sono, vamos dormir! Quero ouvir uma canção de amor Que fale da minha situação De quem deixou a segurança de seu mundo Por amor

Luciana said...

De quem deixou a segurança de seu mundo Por amor
Essa frase diz tudo. Obrigada, Ti!