Wednesday, April 25, 2007

flowers, flowers, flowers

... Pra quebrar um pouco o mar de letrinhas que estava este blog. Foto de ontem, no supermercado.

Por uns poucos trocados

Eu sabia que os Ingleses eram educados. Eles são conhecidos por isso há séculos. Tem até uma historinha aqui que diz que, se você estiver se afogando no rio Tâmisa, a coisa mais errada que você pode fazer é gritar "Help!". O correto, segundo os autores anônimos da tal historinha, seria dizer algo como "Com licença, senhor, desculpe, mas é que eu estava aqui imaginando se por acaso o senhor teria um minuto para me ajudar aqui, mas se não tiver tudo bem, é que estou com problemas e estava aqui imaginando se por acaso você poderia pegar aquela corda logo ali e me jogar...". :-)

Mas a novidade, afinal, não é a educação deles. É algo que até pode se parecer com educação - vez ou outra pode até confundir - mas não é. É bem mais que isso. É honestidade, pura e simples, misturada com gentileza e com civilidade. Vou explicar.

Logo na primeira semana aqui em Londres, fomos comprar um celular. Não tínhamos conta em banco, não tínhamos comprovante de residência, enfim, só nos restava comprar um pré-pago e colocar um crédito pra poder começar a fazer e receber ligações. Escolhemos o aparelho mais baratinho e pedimos pra colocar 50 libras de crédito. Um valor alto, mas não queríamos ter que ficar recarregando toda hora. Assim ficaríamos bastante tempo com o celular funcionando sem ter que nos preocupar. Pois é. Mas o vendedor não deixou! Disse que era muito, que ele recomendava no máximo 20 libras, para sentirmos realmente quanto dura o dinheiro e não exagerarmos nas ligações por termos muitos créditos. Eu saí de lá passada.

No mesmo dia, fomos a uma agência imobiliária para começar a procurar casa pra morar. O esquema das agências é o mesmo do Brasil - os corretores te levam pra ver um monte de propriedades e te enchem o saco até você escolher uma; ou trocar o seu número e sumir. A corretora que nos atendeu fez algumas perguntas rápidas sobre o que procurávamos e depois disse baixinho que eles, agências, cobravam um fee muito alto. Pelo que queríamos pagar, valia muito mais a pena achar algo direto do proprietário, disse ela. Conseguiríamos coisas bem melhores. Recomendou até um site pra gente procurar.

Situações assim foram acontecendo, dia após dia, e eu fui me acostumando. É bom, porque quanto mais pessoas são honestas ao seu redor, mais você treina. É como gentizela, sorriso e tudo mais que as pessoas têm de bom. Contagia.

Hoje fui comprar um jornal chamado "Campaign", que é tipo o "Meio e Mensagem". Pra ficar por dentro. Já estava com o dinheiro na mão quando a senhora, dona da banca, pegou o jornal e me disse "É melhor você não levar este jornal hoje. A próxima edição chega amanhã!".

Aí eu voltei a pensar no que faz esse povo ser assim. Será a falta de necessidade de ganhar com trocado? Será a educação? Não sei. Mas sei que enquanto o jeitinho brasileiro (a famosa manobra pra se dar melhor em todas as situações) existir, a propagação dessa fantástica contaminação de gentileza estará bloqueada. Por uns poucos trocados.

Monday, April 23, 2007

Desculpas por oferecermos um guardanapo feio... e pela embalagem ainda não ser reciclável.

Frase do guardanapo que recebi junto com o meu sanduíche do almoço:

"This ugly brown napkin is made from 100% recycled stock (pretty white napkins are bleached which can result in environmentally damaging toxic waste). If Pret* staff get all serviette-ish and hand you huge bunches of napkins (wich you don`t need or want) please give them the evil eye."

Algo como (numa tradução bem livre):

"Este guardanapo marrom feio é 100% feito de papel reciclado (guardanapos brancos bonitinhos são clareados com quimícos que podem resultar em lixo tóxico nocivo ao meio-ambiente). Se o staff do Pret* te der uma enorme pilha de guardanapos (que você não vai precisar ou querer), por favor dê a eles um olhar maligno."

*Pret é o apelido do lugar, que se chama Pret-a-Manger.

E esse foi o pedido de desculpas que encontrei na embalagem do macarrão (orgânico), por ela (ainda) não ser reciclável. Como assim, macarrão orgânico com embalagem não-reciclável??? Humpf. Não compro mais.




Pardon, mes amis

PARDON aos franceses, por eu ter generalizado a sua espécie usando como referência um único exemplar que é meu vizinho.

Acabo de conhecer a esposa dele. Que é uma fofa, tão fofa que já conversamos um monte aqui na porta de casa e já descobri que ela trabalha com mídia na BBC e já me convidou pra um chá na casa dela pra gente conversar e ela me ajudar a achar empregos legais em empresas legais.

Pardon.

Mas afinal, que cazzo que ela está fazendo casada com aquele francês antipático???

Tuesday, April 17, 2007

Jardins e flores

Esse é o jardim do Alessandro, que a gente vê da janela do nosso quarto. O jardim é super bem cuidado e tem até uma estufa. É aí que vai ser o churras sabadão.

(a imagem está ruim porque foi tirada através do vidro da nossa janela, que não abre de jeito nenhum).

E, falando em jardim... apresento as minhas plantinhas:

Essa eu comprei quando ainda era um matinho. Olha só como eu levo jeito pra coisa.

E essas são as tulipas, as flores mais lindas do mundo que você encontra aqui em todas as esquinas, de todas as cores, formatos e tamanhos. Ponto pra Londres.

Mais sobre os vizinhos

Nossa casa é uma miniatura do mundo, suas culturas e características.

No nosso andar, que é o andar da rua (ground floor), tem 2 flats: o nosso e o do James. O James é inglês e eu não tenho a menor idéia do que ele faz da vida (ainda vou descobrir). Eu o conheci numa madrugada fria, quando estava na porta da entrada fumando um cigarro depois de um dia de faxinas pela casa. Nossa casa tem uma entradinha que passa por umas plantas e aí chega na escada de entrada, então fica a uma certa distância da calçada. O James (que até então eu não sabia que era o James) passou pela rua falando no celular. Deu meia-volta, parou em frente à nossa entrada e ficou me olhando. Depois foi até a esquina, ficou um pouco parado e voltou de novo. Eu já estava com a mão na fechadura pra entrar correndo quando ele entrou e, com o maior dos sotaques britânicos, me perguntou se eu era a nova vizinha e, depois da minha resposta afirmativa, se apresentou. Em 3 minutos de conversa, conseguiu me contar como a casa era antiga, a história do bairro, quanto ele pagava de aluguel e como as corretoras de imóveis são umas sanguessugas sem-vergonha pois eu pago bem mais pelo mesmo flat só porque foi através de uma corretora. Super prestativo, disse que qualquer coisa que precisasse era só bater na porta dele. Só não sei a que horas eu faria isso, porque o James só aparece de madrugada. Eu vou descobrir o que ele faz da vida.

No primeiro andar, logo acima de nós, tem o Mark. O Mark é de nacionalidade indefinida e é uma simpatia. Foi o primeiro que conhecemos. Explicou pra gente como fazia pra reciclar lixo, que dia a coleta passa, como fazer cópias das chaves, instruções de segurança e tudo mais de útil. Na segunda vez que o Ric encontrou, ele contou que era fotógrafo, o Ric contou que eu adorava fotografia, e ele já e nos convidou pra um drink no flat dele pra ver as fotos. Desconfio que ele não seja inglês. Ingleses não te convidam pras casas deles nem que vocês já se conheçam há meses.

No segundo e último andar mora o Masse-Leclerck. Ele não informou o primeiro nome. Ele é francês. E também não perguntou o meu nome, e nem se eu estava gostando e nem se eu estava precisando de alguma coisa, como todos os outros. Mas também não foi antipático. Foi francês. Falei com ele mais tempo do que com o James - e não falamos nada.

E, por último, tem o Alessandro, nosso vizinho de baixo, feliz proprietário do lindo jardim dos fundos da casa, que é argentino e a primeira coisa que disse quando nos conheceu foi "vamos fazer um churrasco no sábado. Vocês querem vir?". :-)
Acreditem. Em terras inglesas, argentinos viram irmãos. E até se esforçam pra falar português com você. Vou até procurar umas cervejas brasileiras pra levar de presente no churrasco de sábado. E tirar umas fotos pra ilustrá-los melhor. Tomara que o James, o Mark e o Masse-Leclerck também tenham sido convidados!

Friday, April 13, 2007

E enquanto o gato dorme, a vizinhança te observa


Apresentando: nossos vizinhos


Esse é o nosso vizinho que a gente mais encontra. Ele adora dormir aí (estou desconfiada de que ele SÓ dorme aí). Nunca vi a moto sair do lugar. Excêntrico? Vocês não viram nada... (aguardem os próximos capítulos do tema "vizinhos")

Wednesday, April 11, 2007

Comida ruim? Onde?

A primeira coisa que as pessoas falam sobre a Inglaterra é que a comida é ruim. De fato, a fama da culinária inglesa não é das melhores e não é à toa. Por séculos os ingleses não deram muita bola para suas refeições - não encaravam a gastronomia como arte, como seus irmãos franceses e italianos, por exemplo. Comer era um detalhe necessário. Mas de uns tempos pra cá as coisas mudaram. Muito. Cheguei aqui esperando o pior - tortas de rim e fish and chips a cada esquina. E dei de cara com uma Londres repleta de restaurantes maravilhosos - não ingleses, é claro - mas italianos, indianos, tailandeses.
Mas a maior surpresa mesmo veio quando comecei a viver como os Londrinos, e frequentar supermercados e os restaurantes de comida rápida que eles frequentam. Torta de rim? Fish and chips? Nada. Isso só existe nos pubs, tradicionais e quase mitologicos, cujo publico são os ingleses mais velhos (que não se acostumaram às novidades saudáveis, ou que não querem mesmo saber disso) e turistas.
Londres está tomada por uma onda healthy. É tudo De-tox (não só saudável como desintoxica do que há de ruim no seu organismo) e Organic. Até as marcas próprias dos supermercados têm uma linha inteira e vasta dos seus orgânicos, saudáveis e acessíveis. Até os produtos de limpeza vêm com avisos de redução de químicos e não-agressão ao meio-ambiente. É impressionante.






Seria lindo, se não tivessem também os chocolates belgas e queijos franceses pra estragar toda a minha dieta! :-P

Fui encontrar nossos índios justo no aquário de Londres...

... Pelo menos alguém liga pra eles ;-)

Comentário rápido

O tempo continua escasso para escrever. Mas não quero deixar este blog sem novidades, quando há tenta coisa a se dizer!
Ontem escrevi um texto ENORME sobre as curiosidades londrinas. E perdi o maldito texto quando estava revisando :-(
Aguardem.
Por enquanto, só um comentário: Londres é uma cidade mesmo incrível. E está nos acolhendo de uma forma tão lovely que está difícil não se apaixonar.

Sunday, April 01, 2007

Só um P.S.

(eu prometo que a gente vai tirar essas almofadas marrons hor-ro-ro-sas daí. e colocar umas coloridinhas.)

Home sweet home + Isso é que é páscoa